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Postila Bibliologia
Postila Bibliologia

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

 

 

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Ela expressa a vontade de Deus, e ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade. Disse certo teólogo que a “Bíblia é deus falando ao homem; é Deus falando a favor do homem; mas, é sempre Deus falando!”.

Milhões de pessoas estão buscando uma voz de autoridade que mereça confiança, a Bíblia Sagrada é a voz que todos precisam ouvir. É a única que possui autoridade de conduzir o homem na sua totalidade; revelando, de modo claro, o caminho para Deus.

É na Bíblia que encontramos as respostas às perguntas fundamentais da vida: De onde vim? Por que estou aqui? Qual o propósito da minha Existência?

A Bíblia sempre será o maior “Best Seller” para a humanidade. Ela é a palavra de Deus, e quando a lemos, suas palavras enchem o nosso coração de fé. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. (2 Tm: 3,16-17).

Bíbliologia é a Doutrina que estuda a Bíblia sob seus aspectos e observações gerais. Sua leitura, seu estudo, sua estrutura, sua divisão em livros, capítulos e versículos, sua classificação, suas particularidades, seu tema Central, sua tradução e preservação, sua história e cronologia, sua formação, sua autoridade como livro divino, sua autenticidade como Palavra de Deus, sua Infalibilidade, sua integridade e sua veracidade. Bíbliologia: por ser uma matéria de grande vastidão, não poderemos comentar todos os seus aspectos, principalmente nos campos da geografia e História Bíblica, que são seções comentadas separadamente. A verdadeira Teologia é extraída da Bíblia. No âmbito teológico, a Bibliografia está agrupada dentro da Teologia Sistemática e também da Teologia Bíblica.   

 

 

 

 

 

 

 

I - CRÍTICA BÍBLICA

 

Existem dois tipos de crítica bíblica enquadrada no tópico de Introdução à Bíblia. O primeiro tem sido geralmente chamado de “Alta Crítica” ou “Crítica Histórica”, estando ligado ao exame dos vários livros da Bíblia do ponto de vista de sua história. Por exemplo, trata da idade, autoria, autenticidade canônica. Traça a sua origem, preservação e integridade, mostrando seu conteúdo, caráter geral e valor. É uma disciplina que vem ajudando muito na comprovação de um cânon genuíno da Escritura. Algumas vezes a expressão “Alta Crítica” tem sido considerada extremamente prejudicial para uma atitude adequada e reverente para com as Sagradas Escrituras. Isto se aplica quando o erudito perdeu de vista a inspiração da Palavra e a substituiu por sua própria atitude de ceticismo e incredulidade.

 

1-      Crítica Menor   

 

O segundo tipo de crítica é referido como “Crítica Menor”. Tem como objetivo verificar as palavras exatas dos textos originais da Bíblia. Seu método é reunir e comparar os manuscritos, versões e citações antigas da Escritura e determinar a leitura correta de cada passagem duvidosa.

 

2-      Evidências para textos Bíblicos

 

O crítico sincero utiliza-se de três fontes principais de evidência para determinação das palavras exatas – as mais próximas dos manuscritos originais. Duas delas já foram mencionadas: os manuscritos e as versões. Uma terceira fonte valiosa ser considerada. Os escritos dos Primeiros Pais da Igreja.  

 

3-      Os pais da Igreja

 

Esses homens foram chamados “pais”, que é um sinônimo de “mestres” (professores). Foram os grandes líderes, teólogos professores e eruditos dos primeiros séculos depois de Cristo. Eram cristãos dedicados que escreveram sermões, comentários e harmonias. Eles defendiam ardentemente a fé contra as incursões pagãs. Alguns dos nomes mais conhecidos de um grupo de cerca de duzentos (200) homens, segundo consta durante os sete primeiros séculos, são: 1) Para o período 96-150 a.D.: Clemente de Roma, Hermas, Inácio, policarpo; 2) Para o período 150-325 a.D.: Justino Mártin, Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano, Cipriano, Tatiano; 3)  Para o período de 325  a.D. em diante: Eusébio, Atanásio, Jerônimo, Agostinho.

Esses homens citaram livremente a Bíblia, não só mencionando todos os 27 livros do Novo Testamento, mas virtualmente cada versículo destes 27 livros do Novo Testamento. Geisler e Nix afirmam: “Cinco pais apenas, de Irineu a Eusébio, possuem quase 36.000 (trinta e seis mil) citações do Novo Testamento”.

Há alguns anos, Sdeir David Dalrymple estava jantando com um grupo de letrados, quando alguém perguntou se, caso todo o Novo Testamento fosse destruído no século IV, seria possível formá-lo de novo a partir dos escritos dos Pais da Igreja dos séculos II e III. Dois meses depois ele disse a um participante: “A pergunta despertou minha curiosidade e, como possuía todas as obras existentes dos Pais dos séculos II e III, comecei uma pesquisa. Até agora encontrei o Novo Testamento inteiro, exceto 11 versículos”. O Testemunho dos escritos dos Pais da Igreja quanto à autenticidade do texto é de suma importância. Primeiro por causa de sua devoção a Deus e à sua Palavra, eles foram cuidadosos ao copiar as Escrituras. E, segundo, por terem vivido tão perto dos dias apostólicos. É provável que tivessem tido acesso a manuscritos que não existem mais hoje. Há possibilidade de que alguns tivessem acesso aos próprios originais.

 

4-      Os Rolos do Mar Morto

 

Descobertos pela primeira vez em março de 1947 por um jovem pastor de cabras numa caverna perto do lado norte do Mar Morto, os Rolos do Mar Morto, cerca de 350 ao todo, foram considerados como uma das maiores descoberta arqueológicas do século XX. Escritos pelos essênios, entre o primeiro século antes e o primeiro século depois de Cristo, as partes bíblicas deste rolo nos fornecem manuscritos centenas de anos mais antigos que quaisquer outros. Partes de cada livro do Antigo Testamento foram encontradas, com exceção de Éster. De especial interesse são os rolos do livro de Isaías, porque um dentre os dois encontrados  é o livro completo desse grande profeta. Trata-se de um manuscrito hebraico de Isaias mil anos mais antigo do que qualquer outro já descoberto. De maneiras notáveis, os rolos confirmam a exatidão do texto massorético do Antigo Testamento.    

 

5-      Os Papiros

 

De grande interesse para os eruditos bíblicos é uma certa quantidade de papiros descobertos recentemente (1931) nas tumbas do Egito. Estes têm sido freqüentemente considerados os de benefícios mais importante para a crítica textual do Novo Testamento, desde que Tischendorf anunciou a descoberta dos Códices Sinaíticos. Esses papiros foram adquiridos por um renomado colecionador de manuscritos, A. Chester Beatty. Outros se encontram na universidade de Michigan e nas mãos de particulares. Eles contem partes do Antigo Testamento em grego: trechos consideráveis de Gênesis Números e Deuteronômio, e trechos de Éster, Ezequiel e Daniel. Três manuscritos do grupo são livros do Novo Testamento: porções de trinta folhas dos Evangelhos e Atos, oitenta e seis folhas das Epístolas Paulinas e dez folhas da parte do meio do livro de Apocalipse. Esse material é da maior importância, pois data do século III, ou antes. O texto é de tão alta qualidade que se compara aos Códices Vaticano e Sinaítico.

O fragmento de John Rylands é um pedaço de papiro com apenas 38,96 cm por 6,4 cm. Embora tão pequeno pedaço, é reconhecido como o manuscrito mais antigo de qualquer parte do Novo Testamento. Estão escritos, de ambos lados e contém uma parte do Evangelho de João 18:31, 37,38. Foi obtido em 1920.

Em 1956, Victor Martin, professor de filosofia clássica na Universidade de Genebra, publicou um códice de papiro do Evangelho de João: o Papiro Bodmer II. Este incluía os capítulos 1:1 até 14:26, sendo datado de 200 a.D. Trata-se provavelmente do livro mais antigo do Novo Testamento.     

 

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II - A DOUTRINA DE DEUS

 

“Teologia é o estudo de Deus e das relações entre Deus e o universo; o estudo das doutrinas religiosas e questões de divindade, Uma forma especifica ou um sistema desse estudo”.

A palavra teologia tem origem em dois termos gregos: theos significa  “Deus”, e logos, significa “discurso ou razão”; portanto, dissertação ou raciocínio sobre Deus. De maneira geral, existem três  categorias de teologia:

v     Teologia Natural: estudo de Deus como revelado no universo e na natureza;

v     Teologia Bíblica: estudo de Deus como Ele se revelou a nós nas Escrituras;

v     Teologia Sistemática: estudo de Deus a partir da natureza, do raciocínio filosófico e das Sagradas Escrituras, ajustado a um molde ou sistema preconcebido.

Embora o cristão baseie seu conhecimento de Deus principalmente nas Escrituras Sagradas e na revelação de Deus através de seu filho Jesus Cristo, ele também acolhe com agrado a evidencia comprobatória do universo e da natureza. Qualquer tentativa de estudar Deus e a verdade divina irá necessariamente tomar alguma forma ou sistema, caso deva ser compreendida e retida.

O estudo de Deus é da máxima importância, pois Ele é o bem maior do homem; Ele é a fonte da vida e sustento: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos;...” (atos 17,28a). O apóstolo  Paulo, em seu sermão aos atenienses, afirmou:

“E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós...” (atos 17, 26-27). João Calvino disse: “Quase toda sabedoria que possuímos, ou seja, a sabedoria verdadeira e sadia, consiste em duas partes: o conhecimento de Deus e de nós mesmos”. É muito duvidoso que possamos conhecer realmente a nós mesmos e ao nosso propósito na vida sem algum grau de conhecimento de Deus e da sua vontade.

O termo teologia é usado de dois modos:

1.      Pode descrever o estudo de toda verdade bíblica

2.      Pode descrever mais atributos e obras.

Neste livro, o termo teologia irá aplicar-se ao segundo uso mencionado.

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III - POSSIBILIDADE DE CONHECER DEUS

 

1.      Incompreensível

 

Deus é o Ser infinito. Num certo sentido Ele é incompreensível; como podem serres finitos compreender o Deus infinito, ilimitado? Zofar, no livro de Jô, disse: “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-poderoso?” (Jô 11,7). Zofar não era um profeta inspirado, já que parte de seu raciocínio foi comprovada como sendo falsa; mas as suas palavras ressoam através de Paulo em Romanos: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são  os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11:33). (veja Isaías 40:18-25; Salmos 36:6) Não podemos obviamente compreender a plenitude da natureza  de Deus, nem ter uma idéia completa de todos os seus planos e desígnios.   

 

2. Porém Passível de Conhecimento

 

Por outro lado, a Escritura afirma que se pode conhecer a Deus. “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual fez também o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...” (Hb 1, 1-3). A NIV diz na última cláusula: “O filho é a radiância da glória de Deus e a representação exata do seu Ser...” O apóstolo João declara em seu evangelho: “Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João1: 1-18). Embora o homem, sem ajuda, não possa vir a conhecer o Deus infinito, fica claro que Deus se revelou e pode ser conhecido até o ponto em que chega a sua auto-revelação. Com efeito, é essencial que o homem conheça a Deus a fim de experimentar a redenção e ter a vida eterna: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (João 17:3) Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro.

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IV - DEFINIÇÃO DE BÍBLIOLOGIA

 

Considerando a Teologia Sistemática, ou temática, é a coleção cientificamente arrumada, a comparação, a apresentação e a defesa de todos os fatos de toda e qualquer  fonte, que se relacionam com Deus e Suas obras, e considerando que a Bíblia em seus escritos originais é por suas próprias reivindicações valiosas e através de qualquer teste que as mentes devotas possam aplicar-lhe, a inerrante Palavra de Deus, segue-se que, se houver o desejo de fazer algum progresso nesta ciência, o teólogo deve ser um biblicista: uma pessoa que além de ser um mestre da Bíblia, também é um crente no caráter divino de toda e qualquer porção do texto da Bíblia.

Primeiramente, o teólogo tem a tarefa de sistematizar a verdade contida na bíblia e de vê-la como a Palavra divinamente inspirada que Deus dirigiu ao homem. Portanto, as investigações que os homens realizam no campo da prova ou refutação de que a bíblia é a mensagem inerrante de Deus ao homem são, na sua maioria, extrateológicas e devem  ser classificadas como parte da crítica bíblica e não como Teologia Sistemática. O estudante que, apesar das reivindicações da Bíblia de ser a Palavra de Deus, ainda está tateando em busca de luz adicional neste aspecto da verdade, nem pode começar o estudo da Teologia Sistemática. A chamada Ciência Cristã, uma pretensa exposição de princípios e totalmente à parte de sua inversão e deserção de tudo o que é distintamente cristão, não poderia promover ciência nenhuma nem poderia partilhar do que a verdadeira ciência alcançou. Como a cirurgia poderia avançar através de um sistema que pregasse uma noção fantástica negando até a existência de um corpo humano físico? A Teologia Sistemática pretende edificar uma ciência ou ordem a partir da revelação bíblica e com base no fato dela ser “A Palavra de Deus”, e, como a cirurgia deve proceder com base na crença da existência de um corpo mortal, também da mesma forma, a Teologia Sistemática deve proceder com base na crença de que a Bíblia é, em todas as suas partes, a Palavra do Próprio Deus ao homem.

Embora a palavra bíblia signifique “livro”, as palavras A Bíblia distingue um livro supremo e incomparável. Ele ultrapassa todos os outros livros quanto à autoridade, antiguidade, literatura e popularidade, mas a sua suprema peculiar se vê no fato de revelar a verdade referente ao Deus infinito, à santidade infinita, ao pecado infinito e á redenção infinita. Podemos, portanto, concluir racionalmente que a Bíblia é infinita em si mesma e como tal prova seja-lo, pois nenhuma mente humana já conseguiu compreender inteiramente a sua mensagem ou medir os seus valores. (“Toda Escritura é inspirada por Deus”, II Tm. 3,16) é a reivindicação que a Bíblia faz sobre si mesma este oráculo ou enunciado não é mais sujeito à dúvida do que “Deus é o espírito” (João 4,8) ou “Deus é luz” (I João 1,5). Afirmamos que a Bíblia reivindica que nos pergaminhos originais, cada sentença, cada palavra, cada linha, cada sinal, cada ponto, cada golpe da pena, cada vírgula ou cada título, foram ali colocados em completa concordância com o propósito e a vontade divina. Assim o Deus onipotente e onipresente fez que a mensagem fosse formada como a exata reprodução de Sua Palavra. O texto original não só é divino quanto à sua origem, como também infinitamente perfeito quanto à forma. É necessário e racional que o Livro de Deus (o livro do qual Ele é o Autor e que traz a revelação e a disciplina do céu para terra) seja, em sua forma original, inerrante em todas as suas partes. Ele é chamado de Escrituras Sagradas por sua eminência (João 7,42; 5,39; 2º Tm. 3,15).

A Teologia Sistemática não é um fim em si mesmo; seu propósito é classificar e esclarecer a verdade apresentada nas Escrituras. Seria uma grande contribuição para teólogo entender a própria Bíblia.

Nesta introdução vamos considerar: a origem sobrenatural das Escrituras e sua estrutura geral.                  

  

1.      A Origem Sobrenatural da Bíblia

 

A bíblia é um fenômeno que só é explicável de um modo: é a Palavra de Deus. Ela não é o tipo de livro que o homem escrevia se pudesse, ou que poderia escrever se quisesse. Outros sistemas religiosos também têm seus desvios excêntricos do curso comum do procedimento humano, desvios esses que não são muitos, e são de pequena importância; e estes, realmente, são de se esperar, considerando que o homem está sempre determinado a crer em um Deus, ou deuses, querem sua crença seja baseada em fatos ou não. O bispo Hampdem, escrevendo das coisas boas que encontramos nas falsas religiões, declara: “Assim, descobrimos, mesmo naquelas supertições que são as mais revoltantes ao senso comum, algumas verdades compensantes que tanto abrandaram como recomendaram a massa associada de erros, de outra forma muito grosseiramente repulsivos para o coração humano jamais admiti-los”. Mas esses toques de natureza humana e suas frágeis aspirações são incomparáveis com o vasto conjunto de características sobrenaturais que a Bíblia exibe.

O estudante da verdade sempre será convidado a reconhecer contra-reivindicações extrabíblicas e intrabíblicas.  Aquilo que é extrabíblico encapa todo o campo das religiões humanamente arquitetadas e especulações filosóficas. O que é intrabíblico encapa todos os cultos e declarações parciais da verdade divina que, embora professem edificar seus sistemas sobre as Escrituras, fazem-no, entretanto, através de falsas ênfases ou negligência da verdade, provocando uma confusão de doutrina que é parente ou talvez até mais desencaminhadora do que o erro sem mistura.

O tout ensemble do caráter sobre-humano da Bíblia apresenta um conjunto de considerações quase inexaurível que, se for observado com honestidade, leva-nos a concluir que este Livro não pode ser um produto humano.

Embora não seja possível apresentar uma lista exaustiva, enumerados aqui alguns dos muitos aspectos sobrenaturais da bíblia.

 

2.      O Livro de Deus

 

Com este titulo queremos chamar a atenção para a reivindicação que a bíblia apresenta de que é a mensagem de Deus ao homem e não uma mensagem do homem aos outros homens, muito menos uma mensagem do homem a Deus. Declara que a bíblia é teocentrica, o que ela mesma declara ser, é declarar que ela é antropocêntrica. Neste livro, Deus é apresentado como o Criador e Senhor de tudo. É a revelação do fato de que cada coisa está sujeita a Ele e que só descobre suas vantagens mais elevadas e seu destino quando se conforma à Sua vontade. Cada palavra da Bíblia é o resultado de sublimes declarações como esta: “Não há Deus como tu, em cima nos céus nem de baixo da terra” (I reis 8,23), e, novamente: “Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos” (I Cr. 29,11). “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade” (Ex. 34,6). “As suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Sl. 145, 9). Assim Deus é apresentado exercendo a autoridade que tudo permeia e que é absoluta sobre os reinos físicos, morais e espirituais e dirigindo as coisas para o fim de redundar para Sal glória. Este propósito divino está operado pelos agentes humanos e suas atividades constituem a história desse plano original de Deus. Contraindo a natureza do homem, a bíblia se inclina toda para glória de Deus e seu alvo único é a Sua honra. De acordo com a Palavra de Deus e da experiência humana, o homem, à parte da iluminação divina, é totalmente incapaz de receber ou entender a verdade a respeito de Deus. Quem, entre os homens, planejou o peculiar e perfeito equilíbrio das partes de cada Pessoa da Divindade na redenção, ou caráter divino na sua consiste e inalterável exibição de santidade infinita e amor infinito: os juízos divinos, a avaliação divina de todas as coisas, incapaz de conceber a criação de tais noções interdependentes, além de expressá-las perfeitamente numa história em andamento, a qual, sendo acidental, afinal não passa de imitação: uma imitação hipócrita e dissimulada da verdade? Que absurda é a presunção que o homem sozinho poderia escrever a bíblia, se assim que o quisesse! Mas se o homem não deu origem à bíblia, Deus o fez, e por causa disso, sua autoridade tem de ser reconhecida.

 

3- A Bíblia e o Monoteísmo

 

Este assunto realmente é muito achegado ao precedente. O fato de que Deus é o supremo implica em que não há nenhum outro que se lhe compare; mas quase universalmente a humanidade tem praticado, com uma contumácia que está longe de ser acidental, as abominações da idolatria. O povo judeu, de quem, considerando o lado humano, vieram as Escrituras, não ficaram imunes a esta tendência. Desde os dias do bezerro de ouro, através dos séculos seguintes, os israelitas estiveram sempre revertendo à idolatria e isto apesar da abundancia de revelação e castigo. A história da igreja está manchada pelo culto de imagens esculpidas assimiladas do paganismo. Com que insistência o Novo Testamento adverte os crentes a fugir da idolatria e da adoração dos anjos! À luz destes fatos, como poderíamos supor que os homens (até mesmo Israel) pudessem à parte da direção divina, dar origem a um tratado que, com os olhos apenas na glória de Deus, estigmatiza a idolatria como uns dos primeiros e mais ofensivos crimes e insultos contra Deus? A Bíblia não é o tipo de livro que o homem escreveria se pudesse.

 

4 – A Doutrina da Trindade

 

Embora defendendo o monoteísmo sem modificação, a Bíblia apresenta o fato de que Deus subsiste em três Pessoas ou modos de ser. Esta distinção jaz entre dois extremos: de um lado, que três Pessoas separadas e distintas estão simplesmente associadas quanto ao propósito e realização; ou, de outro lado, que uma Pessoa simplesmente opera em três campos de atividade características diferentes, a doutrina bíblica da Trindade consiste em que Deus é um em essência, mas três Pessoas em definição. Sem dúvida, este é um dos grandes mistérios. A doutrina vai além do alcance da compreensão humana, embora seja fundamental na revelação divina.

Quando consideradas separadamente, as Pessoas individuais da Divindade apresentam as mesmas evidencias indiscutível quanto à origem sobrenatural da Bíblia.

a)      Deus Pai: Vasto realmente é o campo das Escrituras que apresenta as atividades e as responsabilidades distintivas que são características da Primeira Pessoa. Dizemos que Ele é o Pai de toda a criação, o Pai do filho eterno (a segunda pessoa) e o Pai de todo aquele que crê para salvação de sua alma. Esta revelação estende-se a todos os detalhes do relacionamento paternal e inclui a dádiva do Filho para graça de Deus pudesse ser revelada. Nenhuma mente humana poderia dar origem ao conceito de Deus Pai como Ele é revelado na Bíblia.

b)      Deus Filho: o registro refere à Segunda Pessoa, que, de acordo com a Palavra de Deus, é o Filho desde a eternidade, que sempre é a manifestação do Pai e que, embora esteja agora sujeito ao Pai, é o Criador das coisas materiais, o Redentor e Juiz final de toda a humanidade, oferece as evidencias mais extensas e mais incomensuráveis da origem divina das Escrituras. A Pessoa e a obra de Deus com Sua humilhação e glória é o tema dominante da Bíblia; mas o Filho, em troca, dedica-se à glória do Pai. As perfeições do Filho não podem nunca ser comparadas ao mais sábio dos homens, nem compreendidas por ele. Se, afinal, esta revelação ilimitada do Filho não passa de ficção, não seria um desafio razoável (mesmo para a mente não regenerada) que este suposto autor fosse descoberto e, com base no truísmo de que a coisa criada não pode ser maior do que seu criador fosse adorado e reverenciado acima de tudo o que é chamado de Deus?

c)      Deus Espírito: o Espírito Santo que é apresentado na revelação como igual em cada particular ao Pai e ao Filho, é, não obstante e para a promoção dos atuais empreendimentos divinos, retratados como sujeito a ambos, o Pai e o Filho. Do mesmo modo, Seu serviço é considerado como complemento e administração da obra do Pai e do Filho. Assim o Deus triúno revelou-se ao homem em termos que o homem, mesmo quando ajudado pelo Espírito, só pode compreender debilmente: e que pueril é a intimação de que estas revelações são produto dos homens que sem exceção desde os dias de Adão são depravados, degenerados e incapazes de receber ou conhecer as coisas de Deus à parte da iluminação divinal! Tal conceito propõe nada menos que a presunção de que o homem deu origem à idéia de Deus, e que o Criador é um produto da criatura. 

 

5 – Criação

 

Sem nenhuma capacidade de receber as coisas de Deus ou de conhece-las, o homem é incapaz de anuir de maneira inteligente co ma declaração de que todas a coisas existentes foram criadas do nada através do Fiat imediato de Deus (Hb. 11,3). Reconhecendo, contudo, que todas as coisas existentes devem ter um começo, ele prossegue criando a sua própria solução para o problema da origem. O melhor que já fez encontra-se representado pelas teorias da evolução. Teorias, essas que, por causa de sua inconsistência e hipóteses não comprovadas, são um tanto piores do que solução nenhuma. Esse homem que assim fracassa em descobrir qualquer solução razoável deste problema pode ao mesmo tempo receber o mérito da autoria da narrativa do Gênesis da criação, narrativa que é a base sobre a qual todas as revelações subseqüentes procedem?

 

6 – Pecado

 

 Entre os muitos assuntos sobre os quais o homem poderia ter informações sem preconceitos, o fato do pecado e seu caráter maligno são obviamente um dos principais. Contudo, se houver a alegação de que a Bíblia (a única fonte de informação confiável sobre este tema) não é de origem divina, não há outra alternativa além da suposição de que o homem, como suposto autor das Escrituras, colocou-se em julgamento e é capaz de compreender o que por toda parte demonstra ser incapaz de compreender, isto é, a malignidade do pecado. E o problema não envolve apenas autor humano, mas pelo menos quarenta autores humanos que participam do registro da palavra de Deus. Todos os quarenta homens estão de acordo com este vasto tema referente ao qual o homem não pode saber nada à parte da revelação.

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V – A ORIGEM DA BIBLIA

 

O vocábulo “Bíblia” não se encontra dentro do texto das Sagradas Escrituras. Deriva do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita. “Bebemos”; um rolo de papiro de tamanho pequeno era  chamado “Biblion”; vários destes rolos juntos eram chamados Bíblia. Portanto, literalmente, desta palavra “bíblia”, surgiu os derivados bíbliologia, biblioteca e bibliófilo. O vocábulo “bíblia” foi empregado pela primeira vez, cerca do ano 400 d.C., por João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla e conhecido pregador de sua época, chamado de “Boca de Ouro”.

A bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolo (Jr. 36,2); eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro era uma planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca servia para escrita. Pergaminho é a pele de animais curtida. Seu uso é mais recente que o papiro; vem desde os primórdios da era cristã, apesar de já ser conhecido antes. É também mencionado na bíblia (2 Tm.4,13)

A bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a principio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa bíblia. O que tornou isso possível foi à invenção do papel, no século II, pelos chineses, bem como a do prelo de tipos moveis em 1450 d.C. por Gutenberg, tipógrafo alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.

Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.

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VI – CLASSIFICAÇÃO DA BIBLIOLOGIA DENTRO DA TEOLOGIA

 

A Bíbliologia é matéria de grande importância dentro da Teologia, é como um carro-chefe que puxa as demais matérias. A mãe da Teologia é a Bíblia, pois todas as verdades teológicas são extraídas deste livro divino. O próprio Deus, que é o Pai da Teologia, é revelado na bíbliologia como o Autor da Bíblia. A Teologia está classificada em 5 principais Departamentos:

 

1.      Teologia exegética: Este departamento da teologia procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras, mostrando a arte de interpretar as línguas originais em que foram escritas à bíblia, decifrando as dificuldades de interpretação, como no caso da Hermenêutica Sagrada, por exemplo.  

2.      Teologia histórica: Esta teologia traça a historia do desenvolvimento da Interpretação Doutrinária, e envolve o estudo da história da igreja, como por exemplo, História do Cristianismo.

3.      Teologia dogmática: Esta teologia estuda as verdades fundamentais da fé, como se nos apresentam nos credos da Igreja como, por exemplo, a teologia calvinista, luterana e outras mais. 

4.      Teologia bíblica: Esta teologia traça o progresso da verdade através dos diversos livros da bíblia, e descreve a maneira de cada escritor apresentar as doutrinas importantes; como por exemplo, a teologia do Antigo Testamento, teologia do Novo Testamento, teologia do Pentateuco etc.

5.      Teologia sistemática: Neste ramo de estudo da teologia, os ensinos bíblicos, concernentes a Deus e aos homens, são agrupados em tópicos, de acordo com um sistema definido, como por exemplo: Criptologia, Pneumatologia, Angelologia etc. esta matéria de Bíbliologia, por exemplo, é uma combinação da Teologia Sistemática e Teologia Bíblica.

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VII – A BÍBLIA COMO UM LIVRO

 

A bíblia como um livro antigo quanto a sua formação, mas é um livro moderno, quanto a sua mensagem. Os livros antigos tinham a forma de rolos. E a bíblia foi originalmente escrita em forma de rolos. A palavra “bíblia” significa “Coleção de pequenos livros” e “Livro por Excelência”.

 

1 – Material gráfico empregado na bíblia originalmente

 

A princípio, o material gráfico empregado na bíblia, foi o “papiro”. O papiro era uma planta aquática que crescia junto a riose lagos banhados no Oriente; cuja entrecasca servia para escrever.

As tiras extraídas do papiro eram colocadas umas sobre as outras até formarem um rolo de qualquer extensão. O papiro é conhecido, em algumas versões da bíblia, como “juncos” (Ex. 2,3; Is. 18,2; Jó. 8,11).

É da palavra papiro, que deriva a palavra “papel”, inventado pelos chineses no século II. Porém, o uso do papiro, como material gráfico, é desde o ano 3000 a.C. Contudo, com o passar do tempo, surgiu um material gráfico melhor que o papiro, conhecido como “pergaminhos”, feitos de peles de animais curtidas e polidas. Seu uso vem desde os primórdios da era cristã. O pergaminho é mencionado na bíblia em 2 Tm. 4,13, e antigamente cada livro da bíblia era um “rolo de pergaminho” ou um “rolo de papiro”. Jesus leu à Sinagoga de Nazaré, provavelmente, um “rolo de pergaminho” do profeta Isaías. E ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam sendo lidos e usados nas sinagogas judaicas.

 

2 – O Autor da Bíblia        

 

Deus é o próprio autor da bíblia, o Intérprete é o Espírito Santo, o tema central e coração da bíblia, é o Senhor Jesus Cristo.

Tudo o que o homem quer saber, espiritualmente de Deus, sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na bíblia. Deus não tem outra revelação escrita além da bíblia. Tudo o que Deus tem para o homem, e requer do homem, está na bíblia.

Jesus é a palavra Viva que está nos Céu dos Céus, enquanto que a bíblia é a Palavra Viva que está na Terra, de forma escrita.

 

3 – Nomes Canônicos da Bíblia

 

a)      A bíblia dá a si Mesmo seus Nomes Inspirados:

 

1) Escrituras (Mt. 21, 42); 2) Sagradas Escrituras (Rm. 1, 2); 3) Livro do Senhor (Is. 34, 16); 4) A palavra de Deus (Hb. 4, 16); 5) Os oráculos de Deus (Rm. 3, 2); 6) Livro da Lei (2 Cr. 34,15).

 

4 – Tema Central da Bíblia

 

Cristo é o centro e coração da bíblia. O Antigo Testamento descreve uma nação. O Novo testamento descreve um homem. O Antigo Testamento descreve Deus nutrindo a nação de Israel, para que o Novo Testamento descrevesse, e desse ao mundo, o homem que mudou a historia da humanidade. Cristo é o Centro e Âmago da Bíblia,  Centro e Âmago da historia, Centro e Âmago de nossas vidas. Em cada livro da Bíblia, do Gêneses ao Apocalipse, Cristo está presente direta e indiretamente, através de suas aparições e sob diferentes nomes. O Antigo Testamento prepara o cenário  para o aparecimento de Cristo, enquanto o Novo Testamento descreve como foi este aparecimento. Todo o Antigo Testamento fala de sua “preparação”, os Evangelhos falam de sua “manifestação”, o livro de Atos dos Apóstolos fala de sua “propagação”, e as Epístolas falam da “explanação” de sua Mensagem, enquanto o Apocalipse fala da “consumação” de sua obra.

 

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VIII – A ESTRUTURA DA BÍBLIA

 

A bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito antes do nascimento de Cristo, e o Novo Testamento, depois da morte de Cristo.

A Bíblia tem ao todo 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras.

 

1 – Antigo Testamento

 

O Antigo Testamento tem 39 livros, 929 capítulos, 23.214 versículos, 592.439 palavras e 2.728.100 letras. A palavra testamento, usada no hebraico, é “berith”, que significa “concerto” e “aliança”; sendo assim, o Antigo Testamento chamava-se “Antigo Concerto” ou “Antiga Aliança”. O Título Antigo Testamento foi primeiramente empregada por Tertuliano (160-220) d.C. e Orígenes (185-254 d.C.). Para os judeus, a bíblia é constituída somente pelo Antigo Testamento, chamado por eles de “Torah” ou “Lei”. Jesus aprovou as Escrituras do Antigo Testamento, chamando-as de “Palavras de Deus” (Mc. 7,13), leu as Escrituras (Lc. 4,16-20) ensinou as Escrituras (Lc. 24,27), cumpriu as Escrituras (Lc.24,44), chamou as Escrituras de Verdade (Jo.17,17), declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc. 12,35-36). Para vencer o Diabo, Jesus usou o livro de Deuteronômio (Dt. 6,13-16 e Dt. 8,3). Jesus citou as divisões do Antigo Testamento: Lei, Salmos e Profetas (Lc. 24,44); Ele aprovou todos os livros do Antigo Testamento, ao citar o caso de Abel, registrado em Gênesis, o primeiro Livro, e mencionou o caso de Zacarias, filho de Baraquias, registrado em Crônicas, que pela ordem da Bíblia hebraica é o último livro. O Antigo Testamento foi originalmente escrito em hebraico, com exceção de alguns trechos escritos em aramaico, que foi uma língua herdada pelos judeus, após o exílio babilônico.

 

2 – Classificação dos Livros do Antigo Testamento    

 

a)      Os 39 livros do Antigo Testamento são classificados e m 4 (quatro) grupos.      

b)      LEI: São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esta primeira divisão é conhecida também como “Pentateuco”.

c)      História: São 12 livros: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Dramatizam a história de Israel, no período Teocrático, sob os Juízes; no período Monárquico, sob os Reis, e no período pós-cativeiro, sob Esdras e Neemias.    

d)      Poesia: São 05 cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. São conhecidos também como “poéticos” ou “devocionais”, por conter: 1) “Um drama poético” – Jó;  2) “Poesias líricas” – Salmos; 3) “Didática poética” – Provérbios; 4) “Idílios poéticos” – Cantares; 5) “Didática filosófica” – Eclesiastes.   

e)      Profecia: São 17 livros, subdivididos em Profetas maiores e profetas menores.

f)       Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

g)      Profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros proféticos são um complemento dos livros históricos, pois todos os profetas tiveram seu campo de atuação nos períodos monárquicos e pós-exílio da historia de Israel.  

 

3 – Novo Testamento

 

O Novo Testamento tem 27 livros, 260 capítulos, 7.959 versículos, 181.253 palavras e 838.380 letras. Foi escrito originalmente na língua grega. Não o grego “clássico”, falado pelos eruditos, mas o grego “Koiné”, falado pelo povo comum. No caso, aqui o termo “testamento” vem do original grego “Diatheke”, o mesmo que “concerto”, enquanto o Antigo Testamento é um Antigo Concerto, o Novo Testamento  é um Novo Concerto, selado, não mais pelo sangue de animais (Ex. 24,8), mas sim selado pelo próprio sangue de Jesus (Mc. 14,24 e Hb. 9,11-15); e, portanto, Superior. 

 

a)      Biografia: São os 04 Evangelhos: Matheus, Marcos, Lucas e João; descrevem a vida terrena de Jesus e seu glorioso ministério.

b)      História: Um livro. É o livro de Atos dos Apóstolos. Estuda a história da Igreja primitiva, dos apóstolos, do avanço do Cristianismo através das viagens missionárias de Paulo.

c)      Epístolas: São 21 epístolas, subdivididas em 02 principais grupos: Epístolas Paulinas com Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Timótio, Tito, e Filemom. Sendo ao todo 13 Epístolas endereçadas a Igrejas e Indivíduos. Epístolas universais – Hebreus, dirigida aos cristãos hebreus; Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, dirigidas aos cristãos em geral.

d)      Profecias: Um livro. O Apocalipse, que encerra a Bíblia com chave de ouro, descrevendo a consumação da Obra de Cristo e o estabelecimento de novos Céus e nova Terra.

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IX – O CÂNON DA BÍBLIA

 

Cânon ou Escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados por Deus, que constituem a bíblia. Cânon é uma palavra grega que significa “Vara reta de medir”. Como uma régua serve para medir, assim, no sentido religioso, tem o sentido de “regra escrita de fé”. Realmente, para nós, cristãos, a Bíblia é nossa Santidade e medimos nossa conduta Cristã. O termo “Cânon” foi empregado primeiramente por Orígenes (185-254 d.C.), professor da Escola Teológica de Alexandria, para diferenciar os livros Canônicos dos livros “Apócrifos”.

 

1 – O Cânon do Antigo Testamento

 

O Cânon do Antigo Testamento, como temos hoje, permanece desde o tempo de Esdras em 445 a.C. A divisão dos livros, no Cânon Hebraico, é diferente da nossa. Jesus citou a divisão do Cânon hebraico em Lucas 24,44. Consiste em 24 livros, e não 39 livros como em nossas Bíblias. Isto porque são divididos em dois em nossas bíblias, como no caso de Samuel, Reis e Crônicas; na bíblia hebraica, é um só volume. Esdras e Neemias são um só volume. Os profetas menores, que são 12 em nossas bíblias, de Oséias a Malaquias, na bíblia hebraica forma um só volume. Vamos ver a divisão dos 24 livros do Cânon Hebraico:

a)      Lei: Neste caso é a única divisão igual as nossas Bíblias. São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 

b)      Profetas: São 08 livros subdivididos em dois grupos: Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis. Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Profetas Menores.  

c)      Escritos: São 11 livros subdivididos em três grupos: Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó. Livros Históricos: Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. Os Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Éster. Eram chamados “os cinco rolos”, porque cada um era lido nas cinco principais festas Judaicas: A páscoa, o Pentecostes, a festa do Purim, a festa dos Tabernáculos; e quando os judeus relembravam a destruição de Jerusalém pelos Babilônios (Lamentações).

 

A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros vem da Septuaginta, através da Vulgata latina. A diferença da divisão do Cânon Hebraico, da divisão do Cânon de nossas Bíblias, não altera a veracidade das Escrituras Sagradas, o mais importante é que a mensagem não foi alterada. O Cânon do Antigo Testame4nto foi formado num espaço de mais ou menos 1046 anos. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta do ano 1491 a.C., e Esdras escreveu as últimas do Antigo Testamento por volta do ano 445 a.C.

O último escritor do Antigo Testamento foi malaquias, porém Esdras, na qualidade de Sacerdote e Escriba, foi o encarregado de completar e organizar o Cânon Sagrado.

 

2 – O Cânon do Novo Testamento   

 

Os 27 livros Canônicos do Novo Testamento foram aqueles, que vieram a ser reconhecidos pelas igrejas como escritos Genuínos e Autênticos, de Autoridade Apostólica. O verdadeiro critério da Canonicidade e Inspiração, de forma que já nos dias dos Apóstolos e sob a Supervisão deles começaram a ser feitas coleções de seus escritos para as igrejas, as quais eram colocadas ao lado das Escrituras Canônicas do Antigo Testamento, tendo a mesma Autenticidade como a Inspirada Palavra de Deus.

Os livros do Novo Testamento que primeiro apareceram foram:

¨       Mateus, Tiago, e Hebreus, na Palestina;

¨       João, Gálatas, Efésios, Colossenses, I e II Timóteo, Filemon, I e II Pedro, I, II e III João, Judas e Apocalipse, na Ásia menor;

¨       I e II Coríntios, Filipenses, I e II Tessalonicenses e Lucas, na Grécia; Tito em Creta.

¨       Marcos, Romanos e Atos, em Roma.

Enquanto o Cânon do Antigo Testamento levou 1046 anos (1491-445 a.C.) para se formar, o Novo Testamento levou apenas 96 anos para concluir o seu Cânon.  

Os Evangelhos foram escritos entre 60 á 65 d.C. As Epístolas Paulinas foram escritas entre 52 á 67 d.C. E as Epístolas Gerais de Hebreus á Judas entre 68 á 90 d.C.

Porém, a canonicidade destes 27 livros do Novo Testamento só veio a ser reconhecida oficialmente no Concílio de Cartago, em 397 d.C.

 

3 – Cronologia Canônica dos dois Testamentos

 

Somando os 1046 anos gastos para completar o Cânon do Antigo Testamento, mais os 96 anos gastos para completar o Cânon do Novo Testamento, dá um total de 1142 anos, que foi o tempo gasto para completar a formação do Cânon dos dois Testamentos. Contudo, somando os 1142 anos mais 400 anos do Período Interbíblico, dá um total de 1542 anos. Portanto, 66 livros Canônicos de nossas Bíblias foram escritos por cerca de 40 homens inspirados por Deus, sendo príncipes e legisladores, estadista, profeta, chefe de estado, general, reis e poetas, sacerdotes, pecuarista, funcionário público, médico, eruditos, teólogos, etc., em um período de 16 séculos.

 

4 – Resumo da Canonicidade Sagrada

 

Por canonicidade das Escrituras queremos dizer que, de acordo com padrões determinados e fixos, os livros incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação à Fé e à Prática. A derivação do vocábulo grego “Kanon” surgiu à palavra “Cânon”, que provavelmente te a sua raiz na palavra hebraica “Kaneh”. A Canonização de um livro sagrado importava em dois aspectos principais:

1.      O reconhecimento de que seu ensino era, em sentido especial, Divino.

2.      A conseqüente atribuição ao livro, pela comunidade ou seus guias, de autoridade religiosa.

 

5 – Os Livros Apócrifos 

 

A palavra: “apócrifo” significa “escondido”, “oculto”. No sentido religioso significa: “espúrio”, “não genuíno”. Nas Bíblias de edição católica existem 73 livros. Este acréscimo de 07 livros, em relação às bíblias de edição evangélica, foi aprovado por volta do ano 1546, no Concilio de Trento. Todos estes livros acrescentados são chamados de “apócrifos”; isto é, “não inspirados por Deus”. Isto se deve ao fato de os mesmos ser incluídos na Bíblia após o enceramento do Cânon Sagrado.

Podemos aceitar estes livros separadamente, talvez apenas como base de informações históricas, e não como base doutrinaria. E existe ainda o acréscimo de capítulos aos livros de Daniel e Éster. Sendo estes capítulos também considerados espúrios. Os livros acrescentados, que existem nas bíblias de Edição Católica, são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque e I e II Macabeus. Existem ainda 14 livros apócrifos do Antigo Testamento, ensinados pela tradição católica e 21 livros apócrifos de Novo Testamento, tais como: Evangelho de São Tomé, Apocalipse de Pedro, Epístola de Barnabé, Atos de São André, e muitos outros. Devemos temer as palavras de Jesus, em Apocalipse 22, 18, quando ele adverte sobre o perigo de ser acrescentado alguma coisa ao livro Sagrado. A recomendação é não acrescentar e nem diminuir uma palavra sequer, quanto mais tantos livros assim, que foram acrescentados pela tradição católica.

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X – A BÍBLIA COMO PALAVRA DE DEUS

 

O que diferencia a Bíblia dos demais livros é a sua Inspiração Divina (II Tm. 3,16 e 2º Pe. 1,21). Que as Escrituras são de origem divina, é assunto resolvido. Quem tem o Espírito Santo deposita toda confiança na Bíblia como a Palavra de Deus, sem exigir provas e nem argumentos. Porém, por causa dos críticos é bom que mostremos algumas provas, não para convencê-los, mas sim para deixarmos claro que a Bíblia não precisa da crença de ninguém para que ela seja confirmada como a Palavra de Deus, porque ela se defende a si mesma. Concordamos com as palavras de Napoleão Bonaparte, grande Imperador Francês: “A Bíblia não é um simples livro, senão uma criatura vivente, dotada de uma força que vence a todos quantos se lhe opõem”. 

        

1 – Inspiração Divina da Bíblia

 

“Toda Escritura é divinamente inspirada...” (2º Tm. 3,16).

Inspiração é a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre a mente humana, pela qual os profetas, apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a verdade sem mistura de erro.

“É o poder inexplicável que o Espírito de Deus exerce sobre os autores das Escrituras em guiá-los até mesmo no emprego correto das palavras, preservando-as de qualquer erro ou omissão”. É devido à Inspiração Divina que a Bíblia é a palavra de Deus. A Expressão “Assim diz o Senhor” aparece na Bíblia 2.600 vezes, como carimbo e selo de autenticidade, confirmando a origem divina da Bíblia.

 

2 – Teorias Falsas da Inspiração da Bíblia

 

Existem várias correntes de pensamentos de críticos e Teólogos modernos, acerca da Inspiração Divina da Bíblia. Vamos conhecer algumas delas:

 

3 – Teoria da Inspiração Divina Comum

 

Alguns confundem inspiração com iluminação, e afirmam que, a inspiração, que os escritores sagrados receberam, é a mesma influência que recebemos do Espírito Santo para compreender as coisas. Porém, o Espírito Santo concedeu, aos escritores sagrados, Inspiração para escrever as Palavras da Bíblia e transmitir sua mensagem. A inspiração que recebemos é para compreender o que já outrora foi inspirado por Deus. Tanto que hoje só compreendemos porque já foi revelado; antes, os escritores sagrados foram inspirados a escrever coisas que eles mesmos desconheciam. Nós só entendemos, porque um texto da Bíblia explica outro texto. Na realidade, somos iluminados a compreender o que já foi inspirado. Veja como a Bíblia se defende, mostrando uma distinção clara entre Profetas Inspirados, que profetizam unicamente quando lhe vêm  a Palavra de Deus, e os profetas falsos, que proferem uma mensagem sem inspiração (Jr. 14,14; 23,11-16; Ez. 13,2-3).

Portanto, a inspiração dos Escritores Sagrados foi única, e incomum.         

 

4 – Teoria da Inspiração Natural

 

Esta teoria modernista confunde a inspiração sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, com o esclarecimento intelectual que Sócrates, Platão, Aristóteles, Zenon, Rui Barbosa e outros sábios e filósofos foram dotados. Entretanto, estes sábios escreviam aquilo que eles aprenderam através de escola natural e inteligência natural humana. Pois, os mesmos jamais teriam condições de escrever pela sua intelectualidade um livro como a Bíblia. Estes mesmos sábios sempre estavam tropeçando nas palavras da Bíblia. Conforme Paulo escreveu em I Co. 1, 27-29,  Deus usou as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios. Porque os escritores sagrados só escreviam quando vinha a eles a palavra de Deus (II Sm. 23,2; Jr. 1,9; Ez. 3, 16-17, etc). Não usavam apenas o intelecto como aqueles sábios, mas escreviam apenas o que recebiam de Deus, sem acrescentar nada de si mesmos.  

 

5 – Teoria da Inspiração Parcial

Esta falsa teoria ensina que só algumas partes da Bíblia são inspiradas. Segundo a opinião desta Teoria “A Bíblia contém a Palavra de Deus”, em vez de dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus. Porém, Cristo e todos os seus apóstolos aplicaram o termo “Palavra de Deus” a todo o Antigo Testamento. Os cientistas crêem nesta teoria porque eles queriam a Bíblia fosse um livro cientifico. Mas, embora a Bíblia não seja um livro cientifico, a verdadeira ciência está de acordo co ma Bíblia e proclama sua veracidade. Contudo, verdadeira preocupação de Deus, através da Bíblia, não é apenas passar informações cientificas, e sim, passar uma mensagem de Redenção ao homem caído, a acima de tudo a revelação clara, que a Bíblia traz à criatura, sobre seu CRIADOR.

A teoria da inspiração parcial ainda afirma que, as questões necessárias à situação do homem são inspiradas, porém as questões de ciência e a história não foram inspiradas. Mas, nós não concordamos com isso porque a ciência nem sempre é a última palavra. Porque sempre que há uma descoberta profunda da Arqueologia, fica provado cada vez mais que a Bíblia tinha e tem razão, enquanto que a Ciência, mediante estas descobertas, está sempre revendo sua posição. Todavia, a Bíblia não muda sua posição, ela sempre tem razão; cada descoberta da ciência prova ainda mais a infalibilidade da Bíblia. Portanto, a Inspiração da Bíblia é completa e não parcial.

 

6 – Teoria da Inspiração Verbal

 

Esta falsa teoria ensina que a Bíblia só foi inspirada quanto às palavras. Ou seja, os homens foram usados simplesmente como máquinas, que escreviam o que Deus ditava, como ditou os dez mandamentos para Moisés e o Pai Nosso. Contudo, Deus não usou os homens mecanicamente, antes seu Divino Espírito usou as faculdades mentais dos escritores sagrados, produzindo uma mensagem perfeitamente divina. Lucas, por exemplo, foi inspirado a pesquisar profundamente o assunto, consultando testemunhas oculares dos fatos, surgindo seu maravilhoso Evangelho que leva p seu nome (Lc. 1,1-4). Deste modo, a inspiração é viva, e não mecânica, como ensina esta teoria. Porque existiu um entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem.     

 

7 – Teoria da Inspiração das Idéias e Conceitos

 

Esta teoria ensina o contrário da anterior, afirma que Deus inspirou apenas as idéias e pensamentos da Bíblia, e não as palavras.

Entretanto, é muita ignorância dos que defendem esta teoria, porque um pensamento ou conceito inspirado, só pode ser expresso por palavras inspiradas. Mas a ênfase Bíblia diz “Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas” (Hb. 1,1), “Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito de Deus” (2º Pd. 1,21). Outra coisa que devemos distinguir é entre as palavras inspiradas e os registros inspirados, por exemplo: muitos dizeres de satanás são registrados na Bíblia, como também o registro do néscio que diz “não há Deus” (Sl. 14,1 e Sl. 53,1).

Assim sendo, o que foi inspirado foi o registro do fato, e não o que o néscio ou satanás disse. Quando a Bíblia registra alguém mentindo, ela não está concordando com a mentira, mas sim registra o fato e suas conseqüências, para sermos advertidos. A inspiração das escrituras foi total. Tanto os Escritores foram inspirados, como também suas idéias , seus pensamentos, conceitos e expressões verbais.

 

8 – teoria Correta da Inspiração da Bíblia

 

A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada de “Inspiração Plenária e Verbal”. Esta teoria correta ensina que todas as partes da Bíblia são inspiradas. As escrituras reivindicam inspiração, dão a certeza de serem inspiradas, sentimos que são inspiradas e provam ser inspiradas. Afirmam que os homens santos escreveram a Bíblia, usando palavras de seu vocabulário santo, e que, eles escreveram foi a Palavra de Deus.

Portanto, a “Inspiração Plenária” cessou quando foi escrito o último livro do Novo Testamento. Ele ensina que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes, e sim que houve inspiração divina com a cooperação vital e continua entre eles e o Espírito Santo, que os capacitava. E, portanto, depois que foram encerradas as últimas palavras da Bíblia, nem mesmo os escritores, nem qualquer servo de Deus, pode ser chamado inspirado no mesmo sentido. Esta, portanto é a teoria correta que todos nós, que somos amantes das Sagradas Letras, aceitamos. “Toda Escritura é divinamente” (II Tm. 3,16).    

9 – Diferença entre Inspiração, revelação e Iluminação.

 

Apesar de existir semelhança entre inspiração, revelação e iluminação, as diferenças também existem.

a)      INSPIRAÇÃO: Já estudamos que inspiração é o sopro de Deus sobre os homens, através da influência sobrenatural do Espírito Santo (Jó 32,8 e 33,4).

b)     REVELAÇÃO: Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas, que o homem por si só não podia saber. (Dn. 12,8 e 1 Pd. 1,10-11). Toda a Bíblia foi inspirada, mas nem toda Bíblia foi dada por revelação. A inspiração nem sempre implica em revelação. Vejamos exemplos de partes da Bíblia que foi dada por revelação:  

1º - Os primeiros Capítulos de Gênesis – Como escreveu Moisés sobre um assunto anterior a si mesmo e ao homem? Se não foi revelação, deve ter lançado mão de escritores existentes.

2º - José interpretando os sonhos de Faraó. (Gn 40,8; 41,15-16,38-39).

3º - Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esquecido, e em seguida interpretando-o. (Dn. 2,2-7,19,28-30).

4º - Os Escritos do Apóstolo Paulo, apesar de apóstolo, não andou com o Senhor Jesus Cristo, em seu ministério terreno. Porém, ele, em suas Epístolas, conduz-nos às profundezas do Ensino Doutrinário, principalmente no que se refere à Escatologia, Paracletologia etc. Como teve Paulo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo nos diz em Gálatas 1, 11-12 e Efésios 3,3-7, e ele mesmo que declara em I Coríntios 11,23-26 “Porque eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei”.   

c)      ILUMINAÇÃO: Iluminação é o ato de receber esclarecimento sobre um determinado assunto que esteja obscuro ou complexo. De sorte que, interpretar a mensagem e Revelação é o ato de conhecer divinamente a mensagem desconhecida ou misteriosa. Iluminação é o mesmo que esclarecer ou lúcido um determinado assunto, quem recebe inspiração é inspirado. Quem recebe iluminação é iluminado e quem recebe revelação pratica o ato ou efeito de fazer conhecido os mistérios.

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XI – HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

 

A existência da Bíblia, até os nossos dias, só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros escritos por cerca de 40 autores, cobrindo um período de 16 séculos.

Esses homens, na maioria dos casos, não se conheceram, viveram em lugares distantes de três continentes, escrevendo em duas línguas principais. Devido a estas circunstâncias, alguns escritores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto, e outro só completava séculos depois, com tanta riqueza de detalhes que somente um livro vindo de Deus podia ser assim.

 

1 – Os Escritores: Os escritores foram homens de todas as atividades humanas, daí a diversidade de estilos encontrados na Bíblia.

                  Moisés foi príncipe e legislador; Josué foi general e comandante; Davi e Salomão foram reis e poetas; Isaías foi estadista e profeta. Daniel era chefe de estado. Pedro, Tiago e João, pescadores. Zacarias e Mateus eram funcionários públicos. Paulo era teólogo e erudito, e assim por diante. O produto da pena de cada um deles gerou não muitos livros, mas um só livro poderoso e coerente.

2 – As Condições: Não houve uniformidade de condições na composição dos livros da Bíblia. Uns foram escritos na cidade, outros no campo, no palácio, em ilhas em prisões e no deserto. Jeremias, nas sujidades e trevas da masmorra. Davi nas verdes colinas dos campos. Paulo, de Patmos, no mar Egeu. Apesar de tantas, e diferentes condições, a mensagem da Bíblia é sempre única. O pensamento de Deus corre uniforme e progressivo através da Bíblia, como um rio que, britando de sua nascente, vai engrossando e aumentando as suas águas até tornar-se caudalosas.

                  A mensagem da Bíblia tem esta continuidade maravilhosa.  

3 – As Circunstâncias: As circunstâncias, em que os 66 livros foram escritos, também são as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu parte de seus Salmos no calor das batalhas. Salomão, na calma da Paz. Há profetas que escreveram em meio à profunda tristeza, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da vitória. Apesar da pluralidade de condições, a Bíblia apresenta um só sistema de doutrina, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gêneses à Apocalipse há uma só revelação, um só propósito e um só pensamento.

                  A unidade da bíblia é tão visível, que os escritores não escreveram os 66 livros de uma só vez, nem em um só lugar e nem com o objetivo reuni-los em um só volume, mas em intervalos de 1600 anos e em lugares que vão desde a Babilônia até Roma, e, no entanto, temos hoje os 66 livros em um só volume junto. Isto realmente foi obra de Deus. É uma prova que uma única mente via tudo e guiava os escritores. As pedras separadas foram se juntando até formarem um verdadeiro edifício espiritual.      

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XII – A INTEGRIDADE DAS ESCRITURAS

 

A integridade das escrituras é considerada por cinco principais provas positivas apresentadas principalmente pela verdadeira ciência. Que são: Etnológica, Topográfica e Geográfica, Cronológica, Histórica e Canônica.

Vejamos: 

1 - Integridade Etnológica ou Racial

 

Todas as afirmações bíblicas, concernentes às raças a que referem, tem sido demonstrada como harmônicas, com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.

“Trata-se de fato bem confirmado pela pesquisa arqueológica que, sempre que as Escrituras mencionam um povo ou suas relações raciais, sua origem ou seus costumes, pode confiar que estas informações estão exatamente de acordo com as revelações da arqueologia”, Hamilton.

 

2 - Integridade Topográfica e Geográfica

 

As descobertas arqueológicas provam que os povos, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados juntamente onde elas os localizam, no local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia. O Dr. Kyle diz que os viajantes não precisam de outro guia além da Bíblia quando descem pela costa do mar vermelho. Ao longo do percurso seguido no Êxodo, onde a topografia corresponde exatamente a que é dada no relato bíblico. 

 

3 – Integridade Cronológica

 

A identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos com o período de sua ocorrência são corroboradas pela cronologia Síria e pelos fatos revelados pela arqueologia. O tempo dos acontecimentos registrados é o tempo exato em que devem ter acontecido. Isso fornece o arcabouço da história inteira do Antigo Testamento.

 

4 – Integridade Histórica

 

O registro bíblico dos nomes e títulos dos reis está em harmonia perfeita com registros seculares, conforme estes têm trazido à luz pelas descobertas arqueologias. O Dr. R. D. Wilson, professor de línguas semíticas, diz que os nomes dos quarenta e um reis, citados nominalmente no Antigo Testamento, desde o tempo de Abraão até o tempo do fim do Antigo Testamento, também são encontrados nos documentos e inscrições contemporâneos, escritos no tempo daqueles reis.

 

5 – Integridade Canônica

 

A aceitação pela igreja em toda era cristã dos livros incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso de sua integridade. Há uma confirmação por parte, das 04 (quatros) Bíblias mais antigas datadas 330 e 400 d.C., e escritas em diferentes partes do mundo, que em conjunto contêm as mesmas Escrituras como as possuímos atualmente. E existem ainda, aceitações da Integridade Canônica, a base de 2000 manuscritos bíblicos possuídos por eruditos no século XV. O conteúdo verídico das Escrituras tem sido plenamente comprovado, apelando-se para os registros seculares e para os fatos reais, revelados pela pesquisa cientifica.   

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XIII – A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

 

A Bíblia já foi traduzida por mais de 2000 idiomas. Porém, vamos mencionar apenas algumas traduções principais desde os manuscritos originais.

 

1 – A Septuaginta – “LXX”

 

Este nome é Latim que quer dizer “70” (setenta). Segundo o historiador Flávio Josefo, foram escolhidos 72 Eruditos Judeus, sendo 06 de cada tribo de Israel, para que fizesse a tradução das Escrituras hebraicas do Antigo Testamento para a Língua grega. Estes 72c sábios completaram a obra em 72 dias, cerca do ano 270 a.C. Essa tradução contribuiu muito para preparar o mundo para o recebimento das boas novas do Evangelho. Isso pelo fato da língua grega ser falada fluentemente em todo o mundo de sua época. A “Septuaginta” foi à tradução mais divulgada entre as nações. Inclusive foi de Jesus e vieram visitar o menino Jesus no local que nasceu (compare Números 24,17 com Matheus 2,1-6). O nosso querido Mestre Jesus deve ter usado muito a Septuaginta. É dessa tradução que vem a divisão dos livros que temos hoje em nossas bíblias. A aceitação universal dessa tradução vem do fato de ser a primeira tradução completa do original hebraico.   

 

2 – A Versão Latina

 

O latim era a língua falada pelos romanos; e cada vez mais ia substituindo a língua grega, no vasto Império Romano. Daí houve a necessidade de uma nova versão da Bíblia no Latim.

Surgiu então uma tradução no Latim, conhecida como “Versão Latina”, cuja tradução foi feita da Septuaginta, na cidade de Cartago, na África do Norte. Esta tradução abrangia já os dois testamentos e foi concluída em 170 d.C., era conhecida por Tertuliano e Agostinho. Entre os anos 382-387 d.C., Jerônimo foi encarregado por Damaso, bispo de Roma, a fazer uma revisão desta tradução Latina, e foi nesse tempo que a Septuaginta começou a cair em desuso. Jerônimo foi o homem mais sábio em assuntos bíblicos de seu tempo. 

 

3 – A Vulgata

 

A Vulgata foi uma tradução nova feita por Jerônimo, cerca do ano 400 d.C., quando Jerônimo tinha cerca de 60 anos. Nessa tradução, o Antigo Testamento foi traduzido diretamente do original Hebraico. O Novo Testamento também foi traduzido do original Grego. O termo “vulgata” vem do Latim “vulgos”, que significa “povo”. Era uma versão popular do Latim, falada pelo povo comum. Assim como o Novo Testamento foi escrito no Grego “Koiné”, versão simples do grego falado pelo povo, também Jerônimo se preocupou em colocar nesta tradução o latim vulgar. A Vulgata foi a Bíblia usada por toda Europa na Idade Média. É a tradução da Vulgata que surgiram nossas Bíblias de hoje.    

 

4 – Tradução Inglesa

 

A Inglaterra foi a primeira Nação a ter a Bíblia na sua própria língua. Uma vez perguntaram para a rainha Vitória qual a razão da prosperidade da Inglaterra, ela pegou a Bíblia e afirmou categoricamente: “É este livro”. Foi a Bíblia de versão inglesa que mudou a mentalidade do povo inglês.

 

5 – Versão Brasileira   

 

Foram muitas as versões brasileiras, e entre as muitas vamos mencionar algumas: Almeida, Figueiredo e Soares.

a)      ALMEIDA: As versões em língua portuguesa, conhecidas como Almeida, às traduções feitas por João Ferreira de Almeida, ministro do Evangelho, da igreja reformada da Holanda, em 1670. Porém, o novo Testamento só veio a ser publicado em 1691. E a bíblia brasileira fez uma revisão nesta tradução, e publicou a “Edição Revista e Corrigida”, conhecida também como ARC – Almeida Revisada e Corrigida. Depois surgiu a ARA – “Almeida Revisada e Atualizada”, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil em 1958. E esta tradução veio diretamente da Vulgata Latina para a língua Portuguesa.

b)      FIGUEIREDO: traduzida pelo padre Antonio Pereira de Figueiredo da Vulgata, e publicada pela Sociedade Bíblica Britânica. Este Padre foi dos maiores Latinistas de seu tempo.

c)      SOARES: Traduzidos pelo Padre Matos Soares da Vulgata, e foi concluída em 1932, sendo publicada em 1946. Esta tradução é a mais usada pelos Católicos brasileiros.

A bíblia foi impressa, pela primeira vez no Brasil, em 1944, pela Imprensa Bíblica Brasileira. Há no Brasil três entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de bíblias. A primeira é a Imprensa Bíblica Brasileira (IBB); a segunda é a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), fundada em 1948. e a terceira é a Sociedade Bíblica Trinitariana (SBT). Enfim, ao longo destes últimos anos, foram aparecendo novas Versões e Novas Traduções.

 

6 – John Wycliffe

 

John Wycliffe, professor e erudito de Oxford, um dos nomes realmente importantes na historia da Bíblia inglesa, tornando-a acessível ao público. Com a ajuda de alguns de seus alunos, ele traduziu a Bíblia inteira a partir da Vulgata latina. A obra terminou em 1382, sendo a primeira tradução da Bíblia completa em inglês. Uma revisão deste trabalho, para harmonizar os vários estilos dos tradutores, foi realizada por John Purvey, que corrigiu e revisou a fundo a tradução de Wycliffe em 1388. Esta edição revisada predominou até o século XVI. 

 

7 – William Tyndale

 

William Tyndale tem sido chamado de “verdadeiro pai da bíblia em inglês”. Em 1516, o monge-erudito Erasmo publicou primeiro Novo Testamento, tendo encontrado, porém tanta oposição da Igreja Católica Romana que teve de fugir para Hamburgo, na Alemanha. Ele terminou ali a tradução e procurou imprimi-la em Colônia. A essa altura, Tyndale se associara a Martinho Lutero e à Reforma. Assim sendo, os inimigos de Tyndale. Ele viu-se obrigado a fugir de Colônia com as folhas de seu Novo Testamento, parcialmente impresso. Deve-se notar que em 1450 Johann Gutenberg, de Mainz, na Alemanha, inventou a primeira prensa de tipos móveis, e o primeiro livro impresso nessa maquina foi a Vulgata Latina (1455), conhecida como “Bíblia Mazarina”, porque cópias dela foram encontradas na biblioteca do cardeal Mazarino em Paris.

Tyndale encontrou um ambiente mais amigável em Worms, na Alemanha, onde a impressão de sua tradução do Novo Testamento pôde ser completada em 1525. No inicio do ano seguinte, cópias de sua tradução foram contrabandeadas para a Inglaterra e compradas com entusiasmo em sua totalidade. Todavia, as autoridades romanas condenadas a tradução como herética e as cópias foram compradas e queimadas em público. Tyndale continuou, no entanto, seu trabalho de tradução do Antigo Testamento em inglês. Terminou o Pentateuco em 1530, o livro de Jonas em 1531 e revisou Gênesis em 1534. Nesse mesmo ano. Tyndale foi traído e aprisionado. Depois de dezesseis meses de prisão, foi estrangulado e queimado na fogueira. Suas últimas palavras foram: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra”. A versão autorizada do rei Tiago é praticamente uma revisão da obra de Tyndale. Podemos ver então como é grande dívida para com ele.

 

8 – Outras Traduções do Século XVI

 

A bíblia Coverdale foi impressa em 1535, tendo a honra de ser a primeira bíblia completa impressa em inglês. Trata-se de uma obra de Miles Coverdale, amigo pessoal de Tyndale. Era a tradução de uma tradução, do alemão e do latim. Foi a primeira Bíblia que teve a aprovação do rei da Inglaterra.

 

9 – A Bíblia de Mateus

 

Apareceu em 1537, sendo uma obra do amigo de Tyndale, John Rogers. Era uma edição combinada de Tyndale e Coverdale, A Bíblia de Mateus e na realidade a B´blia completa de Tyndale, até onde foi sua tradução, complementada pelo de Coverdadle. Foi a primeira revisão de Tyndale e forma a base de todas as revisões futuras: a Grande Bíblia, a Bíblia de Genebra, a Bíblia do Bispo e a Versão do rei Tiago. Tem o nome de “Bíblia de Mateus” porque Rogers temia que, se o nome de Tyndale aparecesse, pudesse haver maior oposição.

 

10 – A Grande Bíblia

 

Publicada em 1539, trata-se na verdade de uma revisão da Bíblia de Mateus, que era uma revisão da Tyndale. A obra foi feita por Coverdale um revisor muito cuidadoso. Recebeu o nome de “Grande Bíblia” por causa de seu grande tamanho, 33,92 cm por 19,2 cm. Foi chamada de Primeira Bíblia Autorizada, porque o rei Henrique VII aprovou-a, deu ordens para que fosse colocada em cada igreja em todo o território, a fim de que todos tivessem oportunidade de lê-la. Ficava presa com correntes numa mesa na igreja para que ninguém a pudesse roubar; por esta razão, recebeu o nome de “Bíblia Acorrentada”. Ao que parece, a oração de Tyndale fora respondida, e o senhor abrira os olhos do rei da Inglaterra.

 

11 – A Bíblia de Genebra

 

Publicada em 1560, estava destinada a tornar-se a Bíblia mais popular do século. Recebeu o nome de “Bíblia de Genebra” por ter sido impressa em Genebra. Em tamanho pequeno e letras legíveis, com ilustrações e comentários adequados, veio a ser Bíblia popular dos lares, assim como a Grandwe Bíblia fora a bíblia popular das igrejas. Foi a primeira bíblia inteira dividida em versículos. O Novo testamento havia sido impresso com divisões em versículos por Robert Stephans em 1551. Alguns atribuem as divisões em capítulos ao cardeal Hugo (1248), outros a Stephen Langton, arcebispo de Canterbury, em 1227. A bíblia de Genebra era a bíblia de Shakespeare e dos Peregrinos que foram à América do Norte.   

 

12 – A bíblia do Bispo

 

Publicada em 1568, com autorização do bispo Parker e outros bispos que achavam que a Bíblia de Genebra destruía a sua autoridade, jamais foi uma edição popular, de tamanho inconveniente e muito rígido, formal e difícil para ser apreciada pelo povo comum.            

 

13 – A Bíblia Rheims-Douai

Como resultado da grande atividade de tradução Bíblica por parte da Igreja Protestante, os católicos romanos foram influenciados a produzir uma tradução inglesa própria. Por conseguinte, em 1582, uma edição do Novo Testamento foi produzida no colégio de inglês em Rheims, França. Em 1609-10 o Antigo Testamento foi publicado no mesmo colégio, que se mudara para Douay, França. A Rheims-Douai tornou-se então a primeira edição católica romana da Bíblia inglesa. Sua tradução não teve como base os idiomas originais e, sim a Vulgata Latina.

 

14 – A versão do Rei Tiago

 

Publicada em 1611 A.D., é mais conhecida como a versão autorizada. Numa conferencia, chamada de Conferencia da Corte de Hampton, abrangendo lideres de vários diferentes grupos, convocados para discutir a questão da tolerância religiosa, foi feita uma proposta para produzir uma nova tradução da Bíblia. O rei Tiago recebeu com entusiasmo a sugestão e estabeleceu regras, no sentido de não incluir qualquer comentário que houvesse dividido as igrejas. Cerca de 48 eruditos gregos e judeus foram escolhidos e divididos em seis grupos de trabalho: dois em Oxford, dois em Westminster e dois em Cambraige. Cada grupo recebeu certos livros para traduzir e depois o trabalho de cada um era enviado aos dois outros grupos. Desse modo, a tradução é de fato o trabalho de todos, em lugar de corresponder ao de um individuo. Na realidade, era uma revisão da Bíblia do Bispo, que por sua vez era revisão da tradução de Tyndale. Iniciada em 1607, depois de dois anos e nove meses, foi enviada aos impressores e apresentada ao público pela primeira vez em 1611, sete anos após a Conferencia da Corte de Hampton. Esta tem sido a mais popular e amplamente aceita versão da bíblia há mais de 370 anos.   

 

15 – Traduções Recentes da Bíblia em Inglês

 

Por melhor que fosse a obra e por mais popular que a Versão do Rei Tiago continuasse a ser, foi reconhecido que ela continha certos pontos fracos. As testemunhas mais valiosas dos textos originais os Manuscritos Vaticanos, Sinaítico, Alexandrino e Efraim, não foram postos á disposição dos tradutores da versão do Rei Tiago. Essa tradução contém inúmeras expressões arcaicas e vários erros foram observados, embora não considerados como graves. Desse modo, em fevereiro 1870, foi feita uma moção para levar a efeito a revisão do Rei Tiago pela Convocação da Província de Canterbury. Homens de irrepreensível erudição foram escolhidos na Inglaterra, aos quais se reuniram os mais ilustres homens dos Estados Unidos. A 17 de maio de 1881 publicou-se Novo Testamento, seguido do Antigo t6estamentyo a 19 de maio de 1885. A obra completa é conhecida como Edição Revisada em inglês. 

 

16 – Versão Normativa Americana

 

Publicada em 1901, é reconhecido o uso de uma base textual melhor do que a disponível aos tradutores da versão do Rei Tiago, juntamente com um conhecimento avançado dos idiomas originais. Muitos dos arcaísmos da versão do Rei Tiago foram esclarecidos. Todavia, não ficou sem ser criticada. O que ficou mais claro na compreensão do grego, ela perdeu na beleza da língua, Charles Spurgeon teria dito sobre ela: “Forte em grego, débil em inglês”.

 

17 – Versão Normativa Revisada

 

A Thomas Nelson and Sons Companhy havia entregue em 1929 os direitos de propriedade a vencer da American Standard Version ao Conselho Internacional de Educação Religiosa, que nomeou um comitê de eruditos para considerar a conveniência de revisar a Versão Normativa. Houve um acordo nesse sentido, mas os fundos necessários estavam difíceis de ser obtidos. Só em 30 de setembro de 1952 é que a Bíblia completa veio a ser apresentada. O propósito dos revisores era utilizar-se de inúmeros manuscritos e papiros novos que tinham sido descobertos desde a publicação da versão em 1901, retendo porem a beleza da linguagem da Versão do Rei Tiago. A recepção foi excelente, embora não ficasse isenta de criticas, principalmente entre os eruditos conservadores.

Nova Bíblia Normativa Americana publicada em 31 de julho de 1970 recebeu a aprovação de muitos conservadores. É baseada na Versão Normativa revisada de 1901.

Nova Versão Internacional, esta tradução completamente nova foi recebida com entusiasmo. O Novo testamento saiu em 1973 e a Bíblia completa, em 1978. O trabalho foi efetuado por eruditos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, dando-lhe assim seu sabor internacional. Eruditos de mais de treze denominações participaram da tradução.

Durante a última década ou as duas últimas décadas tem havido uma enxurrada de novas traduções, numerosas demais para serem mencionadas aqui. Algumas se empenham em ser interpretações literais dos originais, enquanto outras são definitivamente paráfrases no que se considera ser um inglês mais moderno. Outras estão ainda sendo feitas e irão surgir sem dúvida em um futuro próximo.

Conclusão: Será que esse fluxo de “especialidades” que nos dão o idioma exato dos escritos originais indica que não podemos depender de nossa Bíblia inglesa atual para declarar a verdadeira mensagem que Deus quer proclamar à humanidade? Talvez a seguinte citação de Sir Frederic Kenyon, diretor do Museu Britânico, responda melhor à pergunta: “É animador descobrir no final que o resultado de todas estas descobertas e de todo este estudo é fortalecer a prova da autenticidade das Escrituras e nossa convicção de que temos em mãos, em substancial integridade, a verdadeira Palavra de Deus”.

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XIV – A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS

 

A necessidade que temos das Escrituras é muito grande. Primeiro porque Deus queria passar uma revelação para a humanidade sobre a origem dos Céus e da Terra, do homem, e esta revelação só seria possível através de um livro. Segundo, Deus queria se revelar ao homem como o Deus que controla tudo. E terceiro, Deus queria mostrar ao homem que, apesar de nosso primeiro pai ter pecado, no Jardim do Éden, Ele estava providenciando um plano de redenção através de seu Filho Jesus Cristo. E toda estas revelações tinham que ser em forma escrita. E nada melhor para preservar estas revelações do que se elas tomassem a forma de um livro. Porque, se estas revelações fossem gravadas simplesmente na nossa memória, não mereciam confiança, pois tanto a como as tradições são falhas. “Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração à geração. Deus agiu, com a máxima sabedoria, e também de um modo normal, dando ao homem a sua revelação, em forma de livro”.

De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter Ele entregue aos homens um ideal infalível, que estivesse acessível e intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma regra de fé e prática. É razoável que Deus inspirasse seus servos a arquivarem verdades que não poderiam ser descortinadas pela razão humana. 

E, finalmente, é razoável crer que Deus tivesse preservado, por sua providência, os manuscritos das escrituras sagradas, e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no Cânon Sagrado somente livros que fossem divinamente inspirados. “O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo”.   

 

1 – Porque Necessitamos das Escrituras

 

Necessitamos das Escrituras porque ela é o único manual do Crente na vida cristã. O crente foi salvo para servir ao Senhor, e sendo a Bíblia o livro texto do cristão é importante que ele maneje bem a Palavra da Verdade, para o fiel desempenho de sua missão (2 Tm. 2,15).

Ela alimenta nossas Almas, e não há duvidas de que o estudo da Bíblia, como a palavra de Deus, traz nutrição e crescimento espiritual para nossas vidas. Ela é tão indispensável à alma como o pão é para o corpo. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual (Jr. 15,16; Mt. 4,4; Pd. 2,2). Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá instrumento com que operar, porque a Bíblia é o instrumento que Deus usa para fazer a Sua obra (Ef. 6,17; Sl.1,2; Ef. 1,17). Só o Espírito Santo conhece as coisas de Deus (1 Co. 2,10). Um renomado escritor afirma que a Bíblia tem 32.000 promessas. A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana e a melhor formadora de caráter.

 

2 – Como Devemos Estudar a Bíblia   

 

A melhor maneira de estudar a Bíblia é conhecendo o seu Autor. O autor de um livro é a melhor pessoa para explicá-lo. É preciso conhecer e amar o autor do livro. Conhecendo o autor é mais fácil compreendê-lo. Deus é o autor da Bíblia. A Bíblia é o único livro que o autor está presente quando é lida. Em cada pessoa que aceita Jesus como seu Salvador, o Espírito Santo põe em seu coração a certeza quanto à autoridade da Bíblia. É uma coisa automática. Quem de fato aceita Jesus como o seu Salvador, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus, sem argumentar. Assim como o Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm. 8,16), testificamos também que a é a mensagem de Deus para nós mesmos. Portanto, leia a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Leia a Bíblia com oração, devagar e meditando. Leia a Bíblia toda. É por isso que é melhor ser convertido a Cristo para se entender melhor a Bíblia.

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XV – CRONOLOGIA BÍBLIA

 

Cronologia Bíblica é o estudo das datas, anos, épocas e eras da história sagrada. A Cronologia calculada pelo Arcebispo Ussher em 1650 é incerta. Porém, ficou conhecida como “Cronologia Aceita” ou “Cronologia Aproximada”.

Estas datas cronológicas foram inseridas nos rodapés, ou nas margens das Bíblias, pela primeira vez em 1701. Não iremos nos aprofundar muito neste assunto, pois os mesmos são tratados com maior precisão em matéria exclusiva sobre o assunto. Porém, vamos estudar pelo menos a base Cronológica, para uma melhor compreensão. Podemos classificar a Cronologia Histórica da Bíblia em três épocas principais: Época Pré-Abraâmica, Época de Israel e Época do Cristianismo. Mas, para se entender a cronologia Bíblica é necessário conhecer o Calendário Cronológico antes e depois de Cristo. A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva. Sendo utilizado o calendário decrescente. Partindo da criação para Cristo, os anos vão diminuindo. Segundo a cronologia aceita, Adão foi criado no ano 4004 a.C., e os anos foram diminuindo até chegar o ano 1 a.C.; porém, partindo de Cristo para a Criação, os anos aumentando, até chegarmos no ano 4004. Mas, com o nascimento de Cristo, a história foi dividida, e surgiu o calendário crescente. De forma que, diante de todos os fatos ocorridos depois de Cristo aparece a sigla a.C., e todos os fatos ocorridos depois de Cristo, aparece sigla d.C. Portanto, toda a história do Antigo Testamento foi Antes de Cristo (a.C.), e toda a história do Novo Testamento foi depois de Cristo (d.C.).

 

1 – Época Pré-Abraâmica   

 

Este período vai da Criação de Adão até a chamada de Abraão. Esta época durou cerca de 2.000 anos (4.000 – 2000 a.C.), e é dividida em dois períodos:

 

a)      Período Antidiluviano – Este período vai de Adão ao Dilúvio, de 4.004 a.C a 2.348 a.C. Durou, 1.656 anos este período, de forma que o dilúvio se deu provavelmente no ano 2.348 a.C.

b)      Período do Dilúvio a Abraão – Este período vai de 2.348 a.C, durando cerca de 427 anos. Sendo assim, Abraão nasceu por volta do ano 2.000 a.C.

 

2 – Época de Israel

 

Esta época vai da chamada de Abraão até o Nascimento de Cristo, 2.000 a.C. à 4.000 a.C., e durou  cerca de 2.000 anos. Está época foi dividida em 09 períodos:

 

1.      Período dos Patriarcas – Este período vai de Abraão até a morte de José, no Egito. Abrange de 1.921 a.C., durando cerca de 300 anos.

2.      Período de Israel no Egito – Este período vai da morte de José no Egito até a saída dos filhos de Israel do Egito. Abrange de 1.635 a.C. até 1.491 a.C. Durou cerca 130 anos. Moisés nasceu cerca do ano 1.571 a.C.

3.      Período de Israel no Deserto – Este período vai da saída de Israel do Egito até sua entrada em Canaã. De 1.491 a.C., durando 40 anos.

4.      Período da Conquista de Canaã – Este curto período é de apenas 06 anos. Vai de 1.451 a.C. a 1.444 a.C.

5.      Período dos Juízes – Este período vai da morte de Josué, em 1.425 a.C., até 1.095 a.C., abrangendo cerca de 300 anos. Indo até o fim do governo de Samuel e início da Monarquia.  

6.      Período da Monarquia – Este período vai de 1.095 a.C. até 975 a.C., durou 120 anos, abrangendo os reinados de Saul, Davi e Salomão. É considerado o período da Idade de Ouro da História de Israel.

7.      Período do Reino Dividido – Este período vai da divisão do reino, em 975 a.C., até o Cativeiro Babilônico em 606 a.C., cerca de 300 anos.

8.      Período do Cativeiro e Restauração – O período do Cativeiro durou 70 anos, de 606 a.C. até 536 a.C. O período da restauração pouco mais de 100 anos. De 536 a.C. à 432 a.C. E neste período foi concluído o Antigo Testamento, e encerrado foi o seu Cânon Sagrado pelo Sacerdote e Escriba Esdras.

9.      Período Interbíblico – Este período vai de Malaquias, último dos profetas, até o Nascimento de Cristo. Durou mais de 400 anos, sem Deus enviar um mensageiro, até que surgiu a voz que clama no deserto, conhecido como João Batista. Interbíblico quer dizer “Entre a Bíblia”. Ou seja, entre os dois Testamentos. É um período de silêncio da parte de Deus, onde não houve Revelação e nem Inspiração Divina escrita. Neste período, a Palestina esteve sob o domínio Persa, Grego, Macabeu e Romano. Este silêncio profético só veio a ser quebrado com o aparecimento de João Batista, anunciando o Advento de Cristo ao Mundo, dando início ao Novo Testamento.

 

3 – Época do Cristianismo

 

Esta época é dividida em três períodos principais: 

    

a)      Período da Vida Terrena de Jesus – Este período vai do nascimento de Cristo no ano 4 a.C., até a sua morte no ano 30 d.C., abrange cerca de 33 anos, envolvendo o Ministério de Cristo aqui na Terra, nos Evangelhos.

b)      Período da Igreja Primitiva – Este período abrange cerca de 70 anos, indo do Pentecostes no ano 30 d.C. até a morte do último dos Apóstolos, no ano 96 d.C. (João). Neste período, a Inspiração Plenária encerrou e o Novo Testamento foi concluído.

c)      Período da Igreja Gentílica – Este período é chamado de “Extra Bíblico”, ou seja, foram fatos ocorridos após o encerramento do Novo Testamento, e tratados separadamente na matéria sobre história do cristianismo. Pois este período abrange quase 20 séculos, e mostra a Igreja no período romano, até 476 d.C., a Igreja no período medieval, até 1.453 d.C., a Igreja no período moderno, até 1.789 d.C., e a Igreja no período contemporâneo, de 1.789 d.C. até os nossos dias.

 

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XVI – A INFALIBILIDADE DAS ESCRITURAS

 

O cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua infalibilidade. O que Deus disse, sucederá (Jr. 1,12). O Antigo Testamento é um livro de profecias (Mt. 11,13). O Novo Testamento, em grande parte também o é. Muitas profecias da Bíblia já se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total, muitas outras se cumprem em nossos dias, e muitas outras ainda se cumprirão no futuro. As profecias sobre o Messias, séculos antes de seu nascimento, cumpriram-se literalmente e com toda precisão quanto ao tempo, local e outros detalhes. Por exemplo, Gn. 49:10, Salmos 22, Isaías 7:14, Is. Cap. 53 todo, Daniel 9,24-26, Miquéias 5:2, Zacarias 9:9, etc. Outros pontos salientes na Bíblia são as profecias referentes à nação de Israel. A Bíblia prediz sua dispersão, seu trono, sua reestruturação e seu progresso material e espiritual. Exemplos: Lv. 26: 14,32-33; Dt. 4, 25-27 e 28, 15,64; Jr. 23: 3; 30:3; Ez. 11, 17,36,37. O cumprimento destas profecias bíblicas infalíveis está em Isaías 44:28, quando Deus chama Ciro, o monarca persa, 150 anos antes de seu nascimento. Josias, rei de Judá, também foi chamado pelo nome 300 anos antes de seu nascimento, compare Reis 13:2 com 2Reis 23, 15-18. Os últimos quatro impérios mundiais são admiravelmente descritos muitos anos antes deles aparecerem no cenário mundial (Daniel 2 e 7). A infalibilidade das Escrituras é comprovada por três principais provas:

 

1 – Sua Veracidade

 

É muito interessante comparar alguns pontos, os ensinos da Bíblia com os de Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e outros autores pagãos. Os ensinos da Bíblia superam os ensinos destes homens em todos os pontos imagináveis. A Bíblia contem mais verdades que todos estes demais livros juntos. Ajuntem, se possível, todos os melhores pensamentos da literatura antiga e moderna, retirem o imprestável, ponham toda a verdade escolhida em um só volume, e verão que jamais substituirá a Bíblia. Há mais verdades na bíblia do que todos os livros produzidos pelos homens durante todos os séculos até hoje. A Bíblia só contém verdade. Se há mentiras, não são dela, apenas foram nela registrada. Ao passo que os demais livros contêm verdades misturadas com mentira ou erro. Reconhecemos que há jóias preciosas nos livros dos homens, mas é como disse certa vez Joseph Cook: “São Jóias preciosas nos livros dos homens, especialmente os filósofos, com os da Bíblia. De fato, seus ensinos contêm jóias de real valor, mas esta jóia quer saibam eles quer não, são jóias roubadas, e do livro que eles ridicularizam”. Jesus mesmo declarou que a bíblia é a verdade (João 17:17). A bíblia é chamada de “...livro da verdade...” (Daniel 10:21).

 

2 – Sua Imparcialidade         

 

Se a Bíblia fosse um livro criado pelo homem, ela não poria a descoberto às faltas e falhas dele. Os homens jamais produziriam um livro como a Bíblia, que só dá Glória a Deus e mostra toda a fraqueza do homem. (Jó 14; 17,1; Sl. 50,21-22; Sl. 51,5 e 1 Co. 1,19-25). A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At. 13,22), como também revela seus pecados, como vemos nos livros de Samuel, Reis, Crônicas e Salmos.

É também o caso da embriaguez de Noé, da dissimulação de Abraão, de Ló, da idolatria e luxuria de Salomão.Nada disso está escrito para nossa imitação, mas para nossa admoestação, e para provar a imparcialidade da  Bíblia. Só a Bíblia ensina que o homem está em condições físicas, mentais e morais decadentes e decairá cada vez mais, se deixado só. Os livros humanos ensinam o oposto. Dizem que há no homem uma “Força Residente”, que constantemente procura elevá-lo. Este ensinamento é agradável ao homem, porque o homem adora crer que está se desenvolvendo às suas custas, apesar das milhares de sepulturas que são acrescentadas diariamente aos cemitérios. O homem jamais escreveria um livro como a Bíblia, que põe em relevo as suas fraquezas e defeitos.   

 

3 – Sua Originalidade  

 

Deus é o único que pode ter sido o autor da Bíblia. Porque homens ímpios jamais iriam produzir um livro que sempre os está condenando. Homens justos e piedosos jamais cometeriam o crime de escreveram um livro e, depois, fazerem o mundo crer esse livro é Obra de Deus. E os Judeus, como guardiões da Bíblia, jamais poderiam ser os autores dela, pois ela sempre condena suas transgressões, pondo seus defeitos a descoberto. Também, se eles pudessem mexer nela, teriam apagado todos esses males, idolatrias e rebeliões contra Deus, nela registrados. O próprio apóstolo São Pedro definiu a originalidade da Bíblia, afirmando que nenhuma parte da Bíblia foi produzida por vontade humana, ou escrita por vontade particular de algum escritor. Por exemplo, nenhum monarca exigiu dos escritores sagrados que escrevessem quaisquer que fosse o assunto de seu interesse particular, porque se não só veríamos as virtudes destes monarcas, e não os seus defeitos.

É por isso que Pedro afirmou que nenhuma parte das escrituras é de particular interpretação. O zelo especial de Deus, na preservação, íntegra e completa, dos manuscritos originais para formação de um livro Divino, imparcial, veraz, autêntico e inspirado como a Bíblia, revela a sua INFALIBILIDADE. 

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XVII – SÍMBOLO DA BÍBLIA SAGRADA

 

É com o pincel que o pintor tem destreza. É com o fuzil que o Soldado é perito. Mas é a palavra de Deus que o crente deve manejar bem. Existem vários Símbolos que podem identificar a Palavra de Deus. Vejamos alguns:

 

1.      Fogo: O fogo é um elemento que serve para queimar, purificar, consumir, etc. A Palavra de Deus, como fogo, purifica nossos corações, queima nossos pecados e consome nossas transgressões. (Jr. 23,29).

2.      Martelo: O martelo tem a função de quebrar, espatifar a rocha e muitas outras utilidades. A Palavra de Deus como martelo esmiúça e quebra o nosso coração de pedra, e assim somos quebrantados por Deus (Jr. 23,29).

3.      Espelho: O espelho serve para avaliarmos nossa aparência e vermos nossos defeitos. A Palavra de Deus como Espelho reflete a Glória de Deus e a nossa pecaminosidade (2 Co. 3,18; Tg.1,25).

4.      Água: Nossa vida não pode funcionar sem água, por sua vital importância. A Bíblia é comparada com a água da vida que mata nossa sede espiritual. E, assim como somos banhados todos os dias pela água, somos também lavados pela palavra (Ef. 5,26; Jo.4,14).

5.      Espada do Espírito: Desnuda os pensamentos dos corações humanos, e com ela golpeamos o inimigo (Ef.6,17 e Hb.4,12). É a arma do Cristão.

6.      Comida: Assim como necessitamos de alimento para o nosso corpo físico, igualmente o nosso ser espiritual viverá de toda a palavra, que procede de Deus. (Jr.15,16).

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XVIII – ALGUNS MÉTODOS DE ESTUDO DA BÍBLIA

 

A Bíblia contém vasto conteúdo de fatores históricos, doutrinários, biográficos, proféticos, éticos, etc. A sua mensagem tem padrão para todas as épocas, e sua forma de revelação ao homem tem como base o Espírito Santo, que o orienta e torna o texto compreensível, e apresenta os maravilhosos propósitos de Deus para o homem. E, estudando a Bíbliologia, que é a disciplina que estuda a Bíblia, sob seus aspectos e observações gerais, ela fornece também ao leitor alguns princípios que ajudam a interpretar os textos sagrados. Estes princípios exigem estudo serio e metódico da Palavra de Deus. E o leitor bíblico assim evita a interpretação errônea da Palavra de Deus. Não apresentamos o assunto de forma aqui, neste capitulo, pois temos a disciplina hermenêutica, que trata cuidadosamente acerca da interpretação bíblica.

 

1 – Princípios para a Interpretação de um Texto Bíblico

 

O ponto inicial da interpretação é ler o texto cuidadosamente, ou várias vezes, a fim de descobrir o que realmente o texto diz. Sendo que, deve fazer uma análise no sentido usual e formal das palavras contidas do texto. Isto é, devemos considerar se a palavra é de uso diário, isto é, o que ela significa para nós. A segunda maneira de entendermos o texto é entender a frase toda e qual o sentido que ela indica; seu tempo, aspectos geográficos, costumes, fatores éticos, morais, sociais políticos etc. E, depois, fazer a aplicação da seguinte forma: Para quem foi destinado o texto; O que entendemos sobre o texto; e quando ele pode ser aplicado em nossa vida.

 

2 – Método Biográfico

 

Este método consiste em estudar a vida dos personagens bíblicos, suas obras, seu caráter, e tudo que suas experiências proporcionam para nossa vida. A utilização deste método revela que podemos agir como estes personagens agiram no texto bíblico. Enfim, podemos acrescentar a nossa fé através das experiências demonstradas nas biografias desses personagens.

 

3 – Método de Tópicos

 

O método de tópicos tem por finalidade estudar a Bíblia por assuntos em profundidade, revelando o modo digno interpretativo do texto quanto à sua utilização para nossa vida. O aspecto fundamental deste método apresenta a literal, o estudo das palavras e das frases que aparecem na bíblia. E a forma analógica,l que estuda as idéias do texto como um todo.

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XIX – ALGUMAS FRASES NOTÁVEIS A RESPEITO DA BÍBLIA.

 

Alguns homens, que se destacam na história, revelaram seus tratamentos com as Sagradas Escrituras; vejam o que disseram:

 

“Creio que a bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem. Todo o bem, da parte do Salvador do mundo, nos é transmitido mediante este livro”.  Abrahão Lincoln

  

“Impossível é governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia”.  George Washington

 

“A Bíblia não é um simples livro, senão uma Criatura Vivente, dotada de uma força que vence a quantos se lhe opõem”.  Napoleão Bonaparte

 

“Dos grandes homens do mundo, meus contemporâneos, tenho conhecido noventa e cinco, destes, oitenta e sete foram seguidores da Bíblia. A Bíblia assinala-se por uma peculiaridade de Origens. Uma distância imensurável separa-a de todos os outros livros”. W. E. Gladstone

 

“Qualquer que seja o mérito de alguma coisa escrita por mim, deve-se tão só ao fato de que, quando eu era menino, minha mãe lia todos os dias para mim um trecho da Bíblia, e cada dia fazia-me decorar uma parte dessa leitura”. John Ruskin

 

“O grandioso velho Livro ainda permanece; e este mundo velho, quanto mais tiver suas folhas volvidas e examinadas com atenção, tanto mais apoiará e ilustrará as paginas da Palavra Sagrada”. Charles A. Dana

 

“Há mais indícios seguros de autenticidade na  Bíblia do que em qualquer história profana”. Sir Isaac Newton

 

“A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a raça humana já experimentou. Todo esforço por depreciá-la é um crime contra a humanidade”. Immanuel Kant

 

“A Bíblia tem sido a Carta Magna dos pobres e oprimidos. A raça humana não está em condições de dispensá-la”. Thomas Huxley 

 

“Em todas as minhas perplexidades e angústias, a Bíblia nunca deixou de me fornecer luz e vigor”. Robert E. Lee

 

Todas as descobertas humanas parecem ter sido feitas com o propósito único de confirmar cada vez mais fortemente as verdades contidas nas Sagradas Escrituras”. Sir William Herschel 

 

“Este livro dá a razão da supremacia da Inglaterra”. Rainha Vitória

 

“Tão grande é a minha veneração pela Bíblia que, quanto mais cedo meus filhos começam a lê-la, tanto mais confiado espero que eles serão cidadãos úteis à pátria e membros respeitáveis da sociedade. há muitos anos que adoto o costume de ler a Bíblia toda, uma vez por ano”. John Quincy Adams

 

“A Bíblia é o livro de todos os séculos, de todos os povos e de todas as idades”. César Cantu

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XX – CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS: SUFICIÊNCIA

 

a)      Definição de Suficiência das Escrituras

 

Podemos definir assim suficiência das Escrituras: dizer que as Escrituras são suficientes significa dizer que a Bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que precisamos para a Salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.

Essa definição enfatiza que só nas Escrituras devemos procurar as palavras de Deus para nós. Também nos lembra de que Deus considera que o que ele nos disse na bíblia é suficiente para nós e que devemos nos alegrar na grande revelação que nos deu contentando-nos com ela.

Encontramos explicações e apoio bíblico significativo para essa doutrina nas palavras de Paulo a Timóteo: “E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo”.(2 Tm. 3,15). O contexto nos mostra que as “sagradas escrituras” aqui significam as palavras da bíblia (2Tm. 3,16). Isso é uma indicação de que as palavras de Deus que temos nas Escrituras são todas as palavras divinas que precisamos para a salvação: essas palavras podem nos tornar sábios “para a salvação”. Isso se confirma por outras passagens que falam sobre as palavras das Escrituras como meio que Deus emprega para nos conduzir à salvação (Tg. 1,18; 1Pe. 1,23).

Outras passagens indicam que a bíblia é suficiente para nos equipar para viver a vida cristã. Novamente Paulo escreve a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra”. (2 Tm. 3,16-17).

Aqui Paulo mostra que um dos fins para os quais Deus determinou a composição da bíblia é nos instruir, para que sejamos habilitados “para toda boa obra”. Se há alguma “boa obra” que Deus quer que o cristão realize, essa passagem indica que Deus já providenciou na sua Palavra, meios para instruir nela o crente. Assim, não há “boa obra” que Deus quer que façamos além daquelas ensinadas em algum trecho das Escrituras, pois elas podem nos habilitar para toda boa obra.

Ensinamento semelhante encontrará no salmo 119: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor” (v.1). Esse versículo revela uma equivalência entre ser “irrepreensível” e “andar na lei do Senhor”: os que são irrepreensíveis andam na lei do Senhor. Aqui novamente há uma indicação de que tudo o que Deus exige de nós está registrado na sua Palavra escrita: fazer simplesmente tudo o que a Bíblia nos ordena é ser irrepreensível aos olhos de Deus.

Então, que devemos fazer além do que Deus nos ordena nas escrituras, para sermos moralmente perfeitos aos olhos dele? Nada! Absolutamente nada! Se simplesmente observamos as palavras das Escrituras seremos “irrepreensíveis” e estaremos fazendo “toda boa obra” que Deus espera de nós.    

 

b)     Podemos encontrar tudo o que Deus disse sobre Temas Específicos e também respostas às Nossas Perguntas

 

Logicamente, temos consciência de que jamais obedeceremos perfeitamente a todas as palavras das Escrituras nesta vida (Tg. 3,2; 1Jo. 1,8-10; e o capitulo 24 abaixo). Portanto, de início pode não parecer muito significativo dizer que tudo o que temos de fazer é o que Deus nos ordena na Bíblia, pois de qualquer modo jamais sermos capazes de obedecer-lhe plenamente nesta vida. Mas a verdade da suficiência das Escrituras é de grande importância para nossa vida cristã, pois nos permite concentrar a busca das palavras de Deus para nós somente na bíblia, poupando-nos a infindável tarefa de vasculhar todos os textos de cristãos ao longo da história, ou todos os ensinamentos da igreja, ou todos os subjetivos sentimentos e impressões que nos vêm à mente no dia-a-dia, para descobrir o que Deus exige de nós. Num sentido bem prático,  significa que podemos chegar a conclusões claras sobre muitos ensinamentos das Escrituras. Por exemplo, embora exija algum esforço, é possível localizar todas as passagens bíblicas diretamente relevantes para as questões do casamento e do divórcio, ou das responsabilidades dos pais para com os filhos, ou do relacionamento entre o cristão e o governo civil.

Essa doutrina significa, além disso, que é possível reunir todas as passagens que diretamente se relacionam com questões doutrinárias como a expiação, ou a pessoa de Cristo, ou a obra do Espírito Santo na vida do crente hoje. Nessas e em centenas de outras questões morais e doutrinárias, o ensino bíblico sobre a suficiência das Escrituras nos dá confiança de que sermos capazes de encontrar aquilo que Deus exige que pensemos ou façamos nessas situações. Em muitas dessas circunstâncias podemos alcançar a confiança de que, juntamente com a vasta maioria da igreja ao longo da história, encontramos e formulamos corretamente o que Deus quer que pensemos ou façamos. Simplificando, a doutrina da suficiência das Escrituras nos diz que é possível estudar teologia sistemática e ética e assim encontrar respostas para as nossas dúvidas.

Nesse ponto divergimos dos teólogos católicos romanos, que diriam que descobrimos o que Deus nos diz sobre qualquer tema específico somente quando estudamos também o ensino oficial da igreja ao longo da história. Responderíamos que, embora a historia da igreja talvez nos ajude a compreender o que Deus nos diz na Bíblia, jamais na historia da igreja Deus fez acréscimos aos ensinamentos ou aos mandamentos das Escrituras; jamais, durante toda a história da igreja e fora das Escrituras, Deus acrescentou algo que ele exige que creiamos ou façamos. As Escrituras são suficientes para nos habilitar para “toda boa obra”, e andar nos caminhos bíblicos é ser “irrepreensível” aos olhos de Deus.

Nesse  ponto também divergimos de teólogos não evangélicos, que não estão convencidos de que a Bíblia é a palavra de Deus num sentido único ou absolutamente autorizado e que, portanto, examinariam não só a Bíblia mas também muitos outros textos cristãos primitivos na tentativa de encontrar não exatamente o que Deus disse à humanidade mas sim o que muitos cristãos de épocas anteriores vivenciaram no seu relacionamento com Deus. Eles não esperariam chegar a uma conclusão singular, unificada, sobre o que Deus quer que pensemos ou façamos com respeito a qualquer qustão específica, mas descobrir uma variedade de opiniões e pontos de vista aglutinados em torno de algumas idéias principais unificadoras. Todos os pontos de vista defendidos pelos primeiros cristãos de quaisquer das igrejas primitivas seriam então opiniões potencialmente válidas também para os cristãos de hoje. A isso responderíamos que nossa busca de respostas a questões teológicas e éticas não é a busca daquilo que vários crentes pensaram no decorrer da história da igreja, mas uma investigação que visa a encontrar e compreender o que o próprio Deus nos diz nas suas palavras, que se encontram nas Escrituras e somente nas Escrituras.          

     

c)      O volume de Escrituras dado foi suficiente em cada estágio da História da Redenção

A doutrina da suficiência das Escrituras não implica que Deus não pode acrescentar mais palavras àquelas que ele já falou ao seu povo. Implica, sim, que o homem não pode, por conta própria, acrescentar nenhuma palavra àquelas que Deus já falou. Além disso, implica que na verdade Deus não falou à humanidade outras palavras que ele exige que creiamos ou observamos além daquelas que temos hoje na Bíblia.  

Esse ponto é importante, pois nos ajuda a compreender por que Deus pôde dizer ao seu povo que suas palavras lhe eram suficientes em muitos momentos diferentes da história da redenção e por que assim mesmo pôde fazer acréscimos a essas palavras mais tarde. Por exemplo, em Deuteronômio 29,29, Moisés afirma: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.

Esse versículo nos lembra que Deus sempre tomou a iniciativa de nos revelar as coisas. Ele é quem decidiu o que revelar e o que não revelar. Em cada estágio da história da redenção, as coisas que Deus revelara antes eram para o seu povo daquela época, e eles deveriam estudar, crer e acatar essas coisas. Com o avanço da história da redenção, mais palavras de Deus foram sendo acrescentadas, registrando e interpretando essa história.

Por conseguinte, no tempo da morte de Moisés, os primeiros cinco livros do nosso Antigo Testamento eram suficientes para o povo de Deus da época. Mas Deus ordenou que autores posteriores acrescentassem novos ensinos, para que as Escrituras fossem também suficientes para os crentes de época posteriores. Para os cristãos de hoje, as palavras de Deus que temos no Antigo e no Novo Testamento nos são suficientes durante a era da igreja. Depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo, da fundação da igreja primitiva segundo os registros do Novo Testamento e da reunião dos livros do cânon do Novo Testamento, não ocorreram na história ações divinas redentoras importantes (ações que tenham relevância direta para todo o povo de Deus e para todo o tempo subseqüente), e, portanto não recebemos novas palavras de Deus que registrassem e interpretassem esses atos para nós.

Isso significa que podemos citar textos bíblicos de qualquer ponto do cânon para demonstrar que o principio da suficiência da revelação de Deus para o seu povo em cada época especifica permaneceu o mesmo. Nesse sentido, estes versículos que falam sobre a suficiência das Escrituras em períodos anteriores são diretamente aplicáveis também a nós hoje, ainda que a extensão da bíblia a que se referem seja maior na nossa situação do que na situação original. Os seguintes textos bíblicos assim se aplicam também a nós: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt. 4,2); “Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás” (Dt. 12,32); “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv. 30,5-6).

Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Ap. 22,18-19).  

 

d)     Aplicação práticas da suficiência das Escrituras

 

A doutrina da suficiência da Escrituras tem várias aplicações práticas na vida cristã. A seguinte lista se pretende ser útil, mas não exaustiva.

1 – A suficiência das Escrituras deve-nos incentivar a tentar descobrir aquilo que Deus quer que pensemos (sobre uma questão doutrinária especifica) e façamos (numa dada situação). Devemos nos convencer de que tudo o que Deus quer nos dizer sobre essa questão se encontrada nas Escrituras. Isso  não significa que a Bíblia responde a todas as dúvidas que possamos conceber, pois “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus” (Dt. 29,29). Mas significa, sim, que quando enfrentamos um problema de genuína relevância para a nossa vida cristã, podemos folhear as Escrituras com a confiança de que por meio delas Deus nos dará orientação para tal problema.

Logicamente haverá oportunidades em que a resposta encontrada será que as Escrituras não falam diretamente sobre o assunto. (Seria o caso, por exemplo, se tentássemos descobrir nas Escrituras qual a “ordem de culto” a seguir nas manhãs de domingo, ou se é melhor ajoelhar ou talvez ficar de pé para orar, ou a que horas devemos fazer as refeições durante o dia, etc.). Nesses casos, podemos concluir que Deus não demanda que pensemos ou ajamos de alguma maneira determinada (exceto, talvez, em termos de princípios mais gerais relativos às nossas atitudes e metas). Mas em muitos outros casos encontraremos orientações clara e direta do Senhor que nos habilite para “toda boa obra” (2 Tm. 3,17).

Ao longo da vida, a prática freqüente da busca de orientações nas Escrituras resultará numa crescente capacidade de encontrar respostas precisas e cuidadosamente formuladas para os nossos problemas e dúvidas. O crescimento contínuo na compreensão das Escrituras, assim, implicará também o desenvolvimento da faculdade de compreender corretamente os ensinos da Bíblia, aplicando-os a questões especificas.

2 – A suficiência das Escrituras nos lembra de que não devemos acrescentar nada à Bíblia nem equiparar algum outro escrito à Bíblia. Esse princípio é violado por quase todas as seitas. Os mórmons, por exemplo, afirmam crer na Bíblia, mas também reclamam autoridade divina para O Livro de Mórmom. Os seguidores da Ciência Cristã, igualmente, afirmam crer na Bíblia, mas na prática equiparam às Escrituras o livro Science and Health With a Key to the Scriptures [Ciência e saúde com uma chave para as Escrituras], de Mary Baker Eddy, ou o colocam até acima da Bíblia em termos de autoridade. Como isso viola a ordem divina de nada acrescentar às suas palavras, não devemos pensar que encontraremos nessas obras mais palavras de Deus para nós. Mesmo nas igrejas cristãs às vezes se comete um erro semelhante quando as pessoas vão além do que as Escrituras dizem, asseverando com grande confiança novas idéias sobre Deus ou sobre o céu, baseando seus ensinamentos não nas Escrituras, mas na sua própria especulação ou mesmo em supostas experiências de morte e retorno à vida.

3 – A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus não exige que creiamos em nada sobre si mesmo ou sobre sua obra redentora que não se encontre na Bíblia. Entre os escritos do templo da igreja primitiva acham-se algumas coleções de supostos dizeres de Jesus não preservados nos evangelhos. É provável que pelo menos alguns dos “dizeres de Jesus” encontrados nesses escritos sejam registros mais ou menos precisos de coisas que Jesus de fato falou (embora hoje nos seja impossível determinar com um grau elevado de probabilidade quais são esses dizeres). Mas pouco importa para nossa vida cristã que jamais leiamos nenhum desse dizeres, pois Deus fez registrar nas Escrituras tudo o que precisamos saber sobre as palavras e os atos de Jesus para que assim nele confiemos e a ele obedeçamos perfeitamente. Embora essas coleções de dizeres tenham de fato algum valor limitado na pesquisa lingüística e talvez no estudo da história da igreja, não têm nenhum valor direto para nós na assimilação daquilo em que devemos acreditar sobre a vida e sobre os ensinos de Cristo, ou na formulação das nossas convicções doutrinárias ou éticas.

4 – A suficiência das Escrituras nos mostra que nenhuma revelação moderna de Deus deve ser equiparada à Bíblia no tocante à autoridade. Em vários momentos ao longo da história, e especialmente no moderno movimento carismático, muitas pessoas já afirmaram que Deus transmitiu revelações por meio delas para beneficio da igreja. Seja como for que avaliemos essas alegações, precisamos tomar o cuidado de jamais permitir (na teoria ou na prática) a equiparação dessas revelações às Escrituras. Precisamos insistir em Deus não exige de nós que creiamos em nada sobre ele ou sua obra no mundo que esteja contido nessas revelações, mas não nas Escrituras. E precisamos insistir em que Deus não exige que obedeçamos a nenhuma regra moral que nos venha por tais meios sem que haja confirmação bíblica. A bíblia contém tudo o que precisamos que Deus diga para ele confiar e a ele obedecer perfeitamente.

É também preciso observar nesse ponto que sempre que houve desafios à suficiência das Escrituras, na forma de outros documentos equiparados à bíblia (quer da literatura cristã extrabíblica do século I, quer dos ensinamentos acumulados da Igreja Católica Romana, quer dos livros de seitas diversas, como O Livro Mórmom), disso resultou invariavelmente: (1) a redução da importância dos ensinos da própria Bíblia e (2) o início do ensino de algumas coisas contrárias às Escrituras. Esse é um perigo ao qual a igreja deve estar constantemente alerta.

5 -  Com respeito à vida cristã, a suficiência das Escrituras nos lembra de que não existe pecado que não seja proibido pelas Escrituras, quer explícita quer implicitamente. Andar na lei do Senhor é ser “irrepreensível” (Sl. 119,1). Portanto, não devemos acrescentar proibições àquelas já afirmadas nas Escrituras. De tempos em tempos podem surgir situações em que seja errado,  por exemplo, que um cristão beba café ou Coca-cola, ou assista a um filme no cinema, ou coma carne oferecida a ídolos (1Co. 8-10), mas a menos que se possa provar que algum ensino específico ou algum princípio bíblico geral proíba tais coisas (ou quaisquer outras atividades) a todos os crentes de todos os tempos, devemos insistir em que essas atividades não são em si pecaminosas nem estão em todas as situações proibidas por Deus ao seu povo.

Esse também é um princípio importante, porque entre os crentes sempre existe a tendência de começar a negligenciar o estudo regular e cotidiano das Escrituras em busca de orientação, passando a viver segundo um conjunto de regras escritas ou não (ou tradições denominais) relativas àquilo que o cristão deve ou não fazer.

Além do mais, sempre que fazemos acréscimos à lista de pecados proibidos pelas próprias Escrituras, a igreja e os crentes saem prejudicados. O Espírito Santo não encorajará obediência a regras que não tenham a aprovação de Deus pelas Escrituras, tampouco os crestes em geral terão prazer em obedecer a ordens que não estejam de acordo com as leis de Deus gravados no coração de cada um deles. Em alguns casos, os cristãos podem repetidos e sinceramente rogar a Deus “vitória” sobre supostos pecados que na verdade não são definitivamente pecados, e assim vitória nenhuma virá, pois a atitude ou o ato em questão não é de fato pecado nem desagrada a Deus. Conseqüentemente, poderá haver grande desânimo na oração e frustração na vida cristã em geral.

Em outros casos, resultará desobediência continuada e mesmo crescente a esses novos “pecados”, juntamente com um falso sentimento de culpa e um conseqüente afastamento de Deus. Muitas vezes surge uma insistência cada vez mais intolerante e legalista nessas novas regras da parte daqueles que realmente as seguem, provocando o desaparecimento da genuína fraternidade entre os crestes da igreja. A evangelização muitas vezes se verá sufocada, pois a proclamação tácita do evangelho que vem da vida dos crentes parecerá pelo menos (para os de fora) incluir a exigência adicional de que o cristão se enquadre nesse modelo uniforme de vida para tornar-se membro do corpo de Cristo.

Um claro exemplo de tal acréscimo aos mandamentos das Escrituras encontra-se na oposição da Igreja Católica Romana aos métodos “artificiais” de controle de natalidade, política que não encontra apoio válido na Bíblia. O resultado tem sido ampla desobediência, alienação e falsa culpa. Porém, tal é a propensão da natureza humana para criar essas regras que outros exemplos podem provavelmente ser encontrados nas tradições escritas ou não de quase todas as denominações.

6 – A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus nada exige de nós que não esteja determinado explícita ou implicitamente nas Escrituras. Isso nos lembra que nossa busca da vontade de Deus deve-se concentrar nas Escrituras, ou seja, não devemos busca orientação pelas orações que peçam alteração das circunstâncias ou dos sentimentos, ou ainda orientação direta do Espírito Santo fora das Escrituras. Também significa que se alguém alega ter recebido uma mensagem de Deus que nos diga o que devemos fazer, jamais precisamos supor que é pecado desobedecer a essa mensagem a menos que possa ser confirmada pela aplicação da própria bíblia à nossa situação.

A descoberta dessa grande verdade pode trazer tremenda alegria e paz à vidas de milhares de cristãos que, passando incontáveis horas em busca da vontade de Deus fora das Escrituras, ficam muitas fezes inseguros sobre se a encontraram ou não. Na verdade, muitos cristãos de hoje têm bem pouca confiança na sua capacidade de descobrir a vontade de Deus com algum grau de certeza. Assim, verifica-se que os crentes pouco se esforçam por fazer a vontade de Deus (pois quem pode conhecê-la?) e pouco crescem em santidade perante Deus.

O contrário também deve ser necessariamente verdadeiro. Os cristãos que se convencem da suficiência das Escrituras começam avidamente a buscar e encontrar a vontade de Deus na bíblia, e assim estão sempre zelosa e regularmente crescendo na obediência a Deus, encontrando mais liberdade e paz na vida cristã. Então podem dizer com o salmista: “Assim observarei de contínuo a tua lei para sempre e eternamente. E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos... Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço”. (Sl. 119,44-45,165).

7 – A suficiência das Escrituras nos lembra de que no nosso ensino doutrinário e ético devemos enfatizar o que a bíblia enfatiza e nos contentar com aquilo que Deus nos disse nas Escrituras. Existem alguns temas sobre os quais Deus pouco ou nada nos falou na bíblia. É preciso lembrar que “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus...” (Dt. 29,29) e que Deus nos revelou nas Escrituras exatamente o que julgou correto para nós. Precisamos aceitar isso e nunca pensar que a bíblia é menos do que deveria ser, ou passar a desejar que Deus nos tivesse dado muito mais informações acerca de temas sobre os quais há bem poucas referências bíblicas. Logicamente, surgirão algumas situações em que nos deveremos diante de um problema especifico que exija extrema atenção, bem maior do que a ênfase que tal problema recebeu no ensino bíblico. Mas tais situações serão relativamente pouco freqüentes e não representarão o curso normal de nossa vida e ministério.

É característico de muitas seitas enfatizar trechos ou ensinamentos obscuros das Escrituras (basta pensar na ênfase dos mórmons no batismo por causa dos mortos, assunto mencionado somente em um versículo da bíblia (1Co. 15,29), numa frase cujo significado exato é aparentemente impossível de ser determinado hoje com segurança). Mas erro semelhante foi cometido por toda uma geração de estudiosos liberais do Novo Testamento no início deste século, gente que dedicou a maior parte da sua vida acadêmica à fútil busca das fontes que estariam “por trás” das atuais narrativas dos evangelhos ou em busca das “autenticas” palavras de Jesus.

Infelizmente, comportamento semelhante muitas vezes se verificou entre os evangelhos de várias denominações. As questões doutrinárias que dividiram as denominações protestantes evangélicas uma das outras quase sempre foram questiúnculas a que a bíblia dá relativamente pouco destaque, questões nas quais nossa conclusão pode ser tirada só a partir de engenhosas deduções e não simplesmente de declarações bíblicas diretas. Por exemplo, divergências persistentes entre as denominações nasceram ou se mantiveram com base na discussão da forma “correta” de governo da igreja, da exata natureza da presença de Cristo na Ceia do Senhor, da exata seqüência dos eventos que envolvem a volta de Cristo, das categorias de pessoas que devem ser admitidas à Ceia do Senhor, da maneira como Deus planejou que os méritos da morte de Cristo sejam distribuídos aos crentes e não aos incrédulos, das pessoas que devem ser submetidas ao batismo, da correta compreensão do “batismo do Espírito Santo” e por aí afora.  

Não devemos dizer que essas questões são destituídas de importância, nem devemos dizer que as Escrituras não dão solução para nenhuma delas. Entretanto, como todos esses temas recebem relativamente pouca ênfase direta nas Escrituras, é irônico e trágico que lideres denominacionais empenhem com tamanha freqüência boa parte da vida exatamente na defesa de pontos doutrinários menores, que distingam as suas denominações das outras. Será que esse empenho é realmente motivado pelo desejo de dar unidade de entendimento à igreja, ou será que nasce em certa medida do orgulho humano, do desejo de deter poder sobre os outros e da tentativa de autojustificação, que é desagradável a Deus e em última análise pouco edificante para a igreja?

 

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CONCLUSÃO

 

“A Bíblia recentemente foi divulgada pelo “Guiness Book”, conhecido como o “Livro dos Recordes”, na página 190, Edição de 1995, como o livro mais vendido do mundo. E afirma ainda que, entre 1815 e 1975, foram vendidas aproximadamente 2.500.000.000,00 (Dois bilhões e quinhentos milhões) de bíblias, traduzidas para 2062 idiomas. O Guiness Book se comporta com humildade ao afirmar que ele, (O Guiness Book), é o maior “Best seller” do mundo, “Depois da Bíblia”. Isto mostra como a bíblia é tão superior aos demais livros. Sendo isto reconhecido até pelos seus adversários. Todos os livros que surgirem, fazendo sucesso, terão que se contentar com o segundo lugar. Porque, o primeiro lugar já tem um eterno dono: A bíblia.

O próprio Guiness Book, e outras grandes enciclopédias, sempre precisam ser atualizados; a Bíblia é um livro sempre atualizado e Inesgotável. Tem mensagem para ontem, tem mensagem para hoje e tem mensagem para amanhã. E, para encerrar esta matéria, eu fico com as palavras do Dr. Payson: “Quem destruísse este livro, como já tentaram fazer os inimigos da felicidade humana, nos deixaria profundamente desconhecedores do Criador, da criação do mundo que habitamos, da origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro destino, e nos subordinaria para sempre ao domínio do capricho das dúvidas e da concepção visionária. A destruição deste livro nos privaria da religião Cristã, com todos os seus confortos espirituais, esperanças e perspectivas animadoras, e no lugar destes nada nos deixaria a não ser a penumbra tristo da infidelidade e as monstruosas sombras do paganismo. A destruição deste livro despovoaria o Céu, fechando para sempre suas portas contra a miserável posteridade de Adão, restaurando o rei dos aguilhões, enterraria no mesmo túmulo, que recebe os nossos corpos, todos os que antes de nós morreram deixando a nós o triste destino que eles tiveram. Enfim, a destruição deste livro nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que nossa existência se torne a maior das maldições, cobriria o Sol, secaria o oceano e removeria a atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem, a ponto de ele ter ciúmes da posição dos próprios animais”.

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

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OLIVEIRA, Raimundo de. As grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.

 

PEARLMAN MYER. Conhecendo as Doutrinas da Bíblia. São Paulo: Vida, 1996.

 

 

 

 

                                      

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

   

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

INTRODUÇÃO

 

 

 

 

 

A Bíblia é a revelação de Deus à humanidade. Ela expressa a vontade de Deus, e ignorar a Bíblia é ignorar essa vontade. Disse certo teólogo que a “Bíblia é deus falando ao homem; é Deus falando a favor do homem; mas, é sempre Deus falando!”.

Milhões de pessoas estão buscando uma voz de autoridade que mereça confiança, a Bíblia Sagrada é a voz que todos precisam ouvir. É a única que possui autoridade de conduzir o homem na sua totalidade; revelando, de modo claro, o caminho para Deus.

É na Bíblia que encontramos as respostas às perguntas fundamentais da vida: De onde vim? Por que estou aqui? Qual o propósito da minha Existência?

A Bíblia sempre será o maior “Best Seller” para a humanidade. Ela é a palavra de Deus, e quando a lemos, suas palavras enchem o nosso coração de fé. Toda a Escritura é divinamente inspirada, e proveitosa para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça; Para que o homem de Deus seja perfeito, e perfeitamente instruído para toda a boa obra”. (2 Tm: 3,16-17).

Bíbliologia é a Doutrina que estuda a Bíblia sob seus aspectos e observações gerais. Sua leitura, seu estudo, sua estrutura, sua divisão em livros, capítulos e versículos, sua classificação, suas particularidades, seu tema Central, sua tradução e preservação, sua história e cronologia, sua formação, sua autoridade como livro divino, sua autenticidade como Palavra de Deus, sua Infalibilidade, sua integridade e sua veracidade. Bíbliologia: por ser uma matéria de grande vastidão, não poderemos comentar todos os seus aspectos, principalmente nos campos da geografia e História Bíblica, que são seções comentadas separadamente. A verdadeira Teologia é extraída da Bíblia. No âmbito teológico, a Bibliografia está agrupada dentro da Teologia Sistemática e também da Teologia Bíblica.   

 

 

 

 

 

 

 

I - CRÍTICA BÍBLICA

 

Existem dois tipos de crítica bíblica enquadrada no tópico de Introdução à Bíblia. O primeiro tem sido geralmente chamado de “Alta Crítica” ou “Crítica Histórica”, estando ligado ao exame dos vários livros da Bíblia do ponto de vista de sua história. Por exemplo, trata da idade, autoria, autenticidade canônica. Traça a sua origem, preservação e integridade, mostrando seu conteúdo, caráter geral e valor. É uma disciplina que vem ajudando muito na comprovação de um cânon genuíno da Escritura. Algumas vezes a expressão “Alta Crítica” tem sido considerada extremamente prejudicial para uma atitude adequada e reverente para com as Sagradas Escrituras. Isto se aplica quando o erudito perdeu de vista a inspiração da Palavra e a substituiu por sua própria atitude de ceticismo e incredulidade.

 

1-      Crítica Menor   

 

O segundo tipo de crítica é referido como “Crítica Menor”. Tem como objetivo verificar as palavras exatas dos textos originais da Bíblia. Seu método é reunir e comparar os manuscritos, versões e citações antigas da Escritura e determinar a leitura correta de cada passagem duvidosa.

 

2-      Evidências para textos Bíblicos

 

O crítico sincero utiliza-se de três fontes principais de evidência para determinação das palavras exatas – as mais próximas dos manuscritos originais. Duas delas já foram mencionadas: os manuscritos e as versões. Uma terceira fonte valiosa ser considerada. Os escritos dos Primeiros Pais da Igreja.  

 

3-      Os pais da Igreja

 

Esses homens foram chamados “pais”, que é um sinônimo de “mestres” (professores). Foram os grandes líderes, teólogos professores e eruditos dos primeiros séculos depois de Cristo. Eram cristãos dedicados que escreveram sermões, comentários e harmonias. Eles defendiam ardentemente a fé contra as incursões pagãs. Alguns dos nomes mais conhecidos de um grupo de cerca de duzentos (200) homens, segundo consta durante os sete primeiros séculos, são: 1) Para o período 96-150 a.D.: Clemente de Roma, Hermas, Inácio, policarpo; 2) Para o período 150-325 a.D.: Justino Mártin, Irineu, Clemente de Alexandria, Orígenes, Tertuliano, Cipriano, Tatiano; 3)  Para o período de 325  a.D. em diante: Eusébio, Atanásio, Jerônimo, Agostinho.

Esses homens citaram livremente a Bíblia, não só mencionando todos os 27 livros do Novo Testamento, mas virtualmente cada versículo destes 27 livros do Novo Testamento. Geisler e Nix afirmam: “Cinco pais apenas, de Irineu a Eusébio, possuem quase 36.000 (trinta e seis mil) citações do Novo Testamento”.

Há alguns anos, Sdeir David Dalrymple estava jantando com um grupo de letrados, quando alguém perguntou se, caso todo o Novo Testamento fosse destruído no século IV, seria possível formá-lo de novo a partir dos escritos dos Pais da Igreja dos séculos II e III. Dois meses depois ele disse a um participante: “A pergunta despertou minha curiosidade e, como possuía todas as obras existentes dos Pais dos séculos II e III, comecei uma pesquisa. Até agora encontrei o Novo Testamento inteiro, exceto 11 versículos”. O Testemunho dos escritos dos Pais da Igreja quanto à autenticidade do texto é de suma importância. Primeiro por causa de sua devoção a Deus e à sua Palavra, eles foram cuidadosos ao copiar as Escrituras. E, segundo, por terem vivido tão perto dos dias apostólicos. É provável que tivessem tido acesso a manuscritos que não existem mais hoje. Há possibilidade de que alguns tivessem acesso aos próprios originais.

 

4-      Os Rolos do Mar Morto

 

Descobertos pela primeira vez em março de 1947 por um jovem pastor de cabras numa caverna perto do lado norte do Mar Morto, os Rolos do Mar Morto, cerca de 350 ao todo, foram considerados como uma das maiores descoberta arqueológicas do século XX. Escritos pelos essênios, entre o primeiro século antes e o primeiro século depois de Cristo, as partes bíblicas deste rolo nos fornecem manuscritos centenas de anos mais antigos que quaisquer outros. Partes de cada livro do Antigo Testamento foram encontradas, com exceção de Éster. De especial interesse são os rolos do livro de Isaías, porque um dentre os dois encontrados  é o livro completo desse grande profeta. Trata-se de um manuscrito hebraico de Isaias mil anos mais antigo do que qualquer outro já descoberto. De maneiras notáveis, os rolos confirmam a exatidão do texto massorético do Antigo Testamento.    

 

5-      Os Papiros

 

De grande interesse para os eruditos bíblicos é uma certa quantidade de papiros descobertos recentemente (1931) nas tumbas do Egito. Estes têm sido freqüentemente considerados os de benefícios mais importante para a crítica textual do Novo Testamento, desde que Tischendorf anunciou a descoberta dos Códices Sinaíticos. Esses papiros foram adquiridos por um renomado colecionador de manuscritos, A. Chester Beatty. Outros se encontram na universidade de Michigan e nas mãos de particulares. Eles contem partes do Antigo Testamento em grego: trechos consideráveis de Gênesis Números e Deuteronômio, e trechos de Éster, Ezequiel e Daniel. Três manuscritos do grupo são livros do Novo Testamento: porções de trinta folhas dos Evangelhos e Atos, oitenta e seis folhas das Epístolas Paulinas e dez folhas da parte do meio do livro de Apocalipse. Esse material é da maior importância, pois data do século III, ou antes. O texto é de tão alta qualidade que se compara aos Códices Vaticano e Sinaítico.

O fragmento de John Rylands é um pedaço de papiro com apenas 38,96 cm por 6,4 cm. Embora tão pequeno pedaço, é reconhecido como o manuscrito mais antigo de qualquer parte do Novo Testamento. Estão escritos, de ambos lados e contém uma parte do Evangelho de João 18:31, 37,38. Foi obtido em 1920.

Em 1956, Victor Martin, professor de filosofia clássica na Universidade de Genebra, publicou um códice de papiro do Evangelho de João: o Papiro Bodmer II. Este incluía os capítulos 1:1 até 14:26, sendo datado de 200 a.D. Trata-se provavelmente do livro mais antigo do Novo Testamento.     

 

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II - A DOUTRINA DE DEUS

 

“Teologia é o estudo de Deus e das relações entre Deus e o universo; o estudo das doutrinas religiosas e questões de divindade, Uma forma especifica ou um sistema desse estudo”.

A palavra teologia tem origem em dois termos gregos: theos significa  “Deus”, e logos, significa “discurso ou razão”; portanto, dissertação ou raciocínio sobre Deus. De maneira geral, existem três  categorias de teologia:

v     Teologia Natural: estudo de Deus como revelado no universo e na natureza;

v     Teologia Bíblica: estudo de Deus como Ele se revelou a nós nas Escrituras;

v     Teologia Sistemática: estudo de Deus a partir da natureza, do raciocínio filosófico e das Sagradas Escrituras, ajustado a um molde ou sistema preconcebido.

Embora o cristão baseie seu conhecimento de Deus principalmente nas Escrituras Sagradas e na revelação de Deus através de seu filho Jesus Cristo, ele também acolhe com agrado a evidencia comprobatória do universo e da natureza. Qualquer tentativa de estudar Deus e a verdade divina irá necessariamente tomar alguma forma ou sistema, caso deva ser compreendida e retida.

O estudo de Deus é da máxima importância, pois Ele é o bem maior do homem; Ele é a fonte da vida e sustento: “Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos;...” (atos 17,28a). O apóstolo  Paulo, em seu sermão aos atenienses, afirmou:

“E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós...” (atos 17, 26-27). João Calvino disse: “Quase toda sabedoria que possuímos, ou seja, a sabedoria verdadeira e sadia, consiste em duas partes: o conhecimento de Deus e de nós mesmos”. É muito duvidoso que possamos conhecer realmente a nós mesmos e ao nosso propósito na vida sem algum grau de conhecimento de Deus e da sua vontade.

O termo teologia é usado de dois modos:

1.      Pode descrever o estudo de toda verdade bíblica

2.      Pode descrever mais atributos e obras.

Neste livro, o termo teologia irá aplicar-se ao segundo uso mencionado.

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III - POSSIBILIDADE DE CONHECER DEUS

 

1.      Incompreensível

 

Deus é o Ser infinito. Num certo sentido Ele é incompreensível; como podem serres finitos compreender o Deus infinito, ilimitado? Zofar, no livro de Jô, disse: “Porventura desvendarás os arcanos de Deus ou penetrarás até a perfeição do Todo-poderoso?” (Jô 11,7). Zofar não era um profeta inspirado, já que parte de seu raciocínio foi comprovada como sendo falsa; mas as suas palavras ressoam através de Paulo em Romanos: “Ó profundidade da riqueza, tanto da sabedoria como do conhecimento de Deus! Quão insondáveis são  os seus juízos e quão inescrutáveis os seus caminhos!” (Rm 11:33). (veja Isaías 40:18-25; Salmos 36:6) Não podemos obviamente compreender a plenitude da natureza  de Deus, nem ter uma idéia completa de todos os seus planos e desígnios.   

 

2. Porém Passível de Conhecimento

 

Por outro lado, a Escritura afirma que se pode conhecer a Deus. “Havendo Deus, outrora, falado muitas vezes, e de muitas maneiras, aos pais, pelos profetas, nestes últimos dias nos falou pelo Filho a quem constituiu herdeiro de todas as coisas, pelo qual fez também o universo. Ele, que é o resplendor da glória e a expressão exata do seu Ser...” (Hb 1, 1-3). A NIV diz na última cláusula: “O filho é a radiância da glória de Deus e a representação exata do seu Ser...” O apóstolo João declara em seu evangelho: “Ninguém jamais viu a Deus: o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou” (João1: 1-18). Embora o homem, sem ajuda, não possa vir a conhecer o Deus infinito, fica claro que Deus se revelou e pode ser conhecido até o ponto em que chega a sua auto-revelação. Com efeito, é essencial que o homem conheça a Deus a fim de experimentar a redenção e ter a vida eterna: “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste”. (João 17:3) Também sabemos que o Filho de Deus é vindo, e nos tem dado entendimento para reconhecermos o verdadeiro.

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IV - DEFINIÇÃO DE BÍBLIOLOGIA

 

Considerando a Teologia Sistemática, ou temática, é a coleção cientificamente arrumada, a comparação, a apresentação e a defesa de todos os fatos de toda e qualquer  fonte, que se relacionam com Deus e Suas obras, e considerando que a Bíblia em seus escritos originais é por suas próprias reivindicações valiosas e através de qualquer teste que as mentes devotas possam aplicar-lhe, a inerrante Palavra de Deus, segue-se que, se houver o desejo de fazer algum progresso nesta ciência, o teólogo deve ser um biblicista: uma pessoa que além de ser um mestre da Bíblia, também é um crente no caráter divino de toda e qualquer porção do texto da Bíblia.

Primeiramente, o teólogo tem a tarefa de sistematizar a verdade contida na bíblia e de vê-la como a Palavra divinamente inspirada que Deus dirigiu ao homem. Portanto, as investigações que os homens realizam no campo da prova ou refutação de que a bíblia é a mensagem inerrante de Deus ao homem são, na sua maioria, extrateológicas e devem  ser classificadas como parte da crítica bíblica e não como Teologia Sistemática. O estudante que, apesar das reivindicações da Bíblia de ser a Palavra de Deus, ainda está tateando em busca de luz adicional neste aspecto da verdade, nem pode começar o estudo da Teologia Sistemática. A chamada Ciência Cristã, uma pretensa exposição de princípios e totalmente à parte de sua inversão e deserção de tudo o que é distintamente cristão, não poderia promover ciência nenhuma nem poderia partilhar do que a verdadeira ciência alcançou. Como a cirurgia poderia avançar através de um sistema que pregasse uma noção fantástica negando até a existência de um corpo humano físico? A Teologia Sistemática pretende edificar uma ciência ou ordem a partir da revelação bíblica e com base no fato dela ser “A Palavra de Deus”, e, como a cirurgia deve proceder com base na crença da existência de um corpo mortal, também da mesma forma, a Teologia Sistemática deve proceder com base na crença de que a Bíblia é, em todas as suas partes, a Palavra do Próprio Deus ao homem.

Embora a palavra bíblia signifique “livro”, as palavras A Bíblia distingue um livro supremo e incomparável. Ele ultrapassa todos os outros livros quanto à autoridade, antiguidade, literatura e popularidade, mas a sua suprema peculiar se vê no fato de revelar a verdade referente ao Deus infinito, à santidade infinita, ao pecado infinito e á redenção infinita. Podemos, portanto, concluir racionalmente que a Bíblia é infinita em si mesma e como tal prova seja-lo, pois nenhuma mente humana já conseguiu compreender inteiramente a sua mensagem ou medir os seus valores. (“Toda Escritura é inspirada por Deus”, II Tm. 3,16) é a reivindicação que a Bíblia faz sobre si mesma este oráculo ou enunciado não é mais sujeito à dúvida do que “Deus é o espírito” (João 4,8) ou “Deus é luz” (I João 1,5). Afirmamos que a Bíblia reivindica que nos pergaminhos originais, cada sentença, cada palavra, cada linha, cada sinal, cada ponto, cada golpe da pena, cada vírgula ou cada título, foram ali colocados em completa concordância com o propósito e a vontade divina. Assim o Deus onipotente e onipresente fez que a mensagem fosse formada como a exata reprodução de Sua Palavra. O texto original não só é divino quanto à sua origem, como também infinitamente perfeito quanto à forma. É necessário e racional que o Livro de Deus (o livro do qual Ele é o Autor e que traz a revelação e a disciplina do céu para terra) seja, em sua forma original, inerrante em todas as suas partes. Ele é chamado de Escrituras Sagradas por sua eminência (João 7,42; 5,39; 2º Tm. 3,15).

A Teologia Sistemática não é um fim em si mesmo; seu propósito é classificar e esclarecer a verdade apresentada nas Escrituras. Seria uma grande contribuição para teólogo entender a própria Bíblia.

Nesta introdução vamos considerar: a origem sobrenatural das Escrituras e sua estrutura geral.                  

  

1.      A Origem Sobrenatural da Bíblia

 

A bíblia é um fenômeno que só é explicável de um modo: é a Palavra de Deus. Ela não é o tipo de livro que o homem escrevia se pudesse, ou que poderia escrever se quisesse. Outros sistemas religiosos também têm seus desvios excêntricos do curso comum do procedimento humano, desvios esses que não são muitos, e são de pequena importância; e estes, realmente, são de se esperar, considerando que o homem está sempre determinado a crer em um Deus, ou deuses, querem sua crença seja baseada em fatos ou não. O bispo Hampdem, escrevendo das coisas boas que encontramos nas falsas religiões, declara: “Assim, descobrimos, mesmo naquelas supertições que são as mais revoltantes ao senso comum, algumas verdades compensantes que tanto abrandaram como recomendaram a massa associada de erros, de outra forma muito grosseiramente repulsivos para o coração humano jamais admiti-los”. Mas esses toques de natureza humana e suas frágeis aspirações são incomparáveis com o vasto conjunto de características sobrenaturais que a Bíblia exibe.

O estudante da verdade sempre será convidado a reconhecer contra-reivindicações extrabíblicas e intrabíblicas.  Aquilo que é extrabíblico encapa todo o campo das religiões humanamente arquitetadas e especulações filosóficas. O que é intrabíblico encapa todos os cultos e declarações parciais da verdade divina que, embora professem edificar seus sistemas sobre as Escrituras, fazem-no, entretanto, através de falsas ênfases ou negligência da verdade, provocando uma confusão de doutrina que é parente ou talvez até mais desencaminhadora do que o erro sem mistura.

O tout ensemble do caráter sobre-humano da Bíblia apresenta um conjunto de considerações quase inexaurível que, se for observado com honestidade, leva-nos a concluir que este Livro não pode ser um produto humano.

Embora não seja possível apresentar uma lista exaustiva, enumerados aqui alguns dos muitos aspectos sobrenaturais da bíblia.

 

2.      O Livro de Deus

 

Com este titulo queremos chamar a atenção para a reivindicação que a bíblia apresenta de que é a mensagem de Deus ao homem e não uma mensagem do homem aos outros homens, muito menos uma mensagem do homem a Deus. Declara que a bíblia é teocentrica, o que ela mesma declara ser, é declarar que ela é antropocêntrica. Neste livro, Deus é apresentado como o Criador e Senhor de tudo. É a revelação do fato de que cada coisa está sujeita a Ele e que só descobre suas vantagens mais elevadas e seu destino quando se conforma à Sua vontade. Cada palavra da Bíblia é o resultado de sublimes declarações como esta: “Não há Deus como tu, em cima nos céus nem de baixo da terra” (I reis 8,23), e, novamente: “Tua, Senhor, é a grandeza, o poder, a honra, a vitória e a majestade; porque teu é tudo quanto há nos céus e na terra, Senhor, é o reino, e tu te exaltaste por chefe sobre todos” (I Cr. 29,11). “Senhor, Senhor Deus compassivo, clemente e longânimo, e grande em misericórdia e fidelidade” (Ex. 34,6). “As suas ternas misericórdias permeiam todas as suas obras” (Sl. 145, 9). Assim Deus é apresentado exercendo a autoridade que tudo permeia e que é absoluta sobre os reinos físicos, morais e espirituais e dirigindo as coisas para o fim de redundar para Sal glória. Este propósito divino está operado pelos agentes humanos e suas atividades constituem a história desse plano original de Deus. Contraindo a natureza do homem, a bíblia se inclina toda para glória de Deus e seu alvo único é a Sua honra. De acordo com a Palavra de Deus e da experiência humana, o homem, à parte da iluminação divina, é totalmente incapaz de receber ou entender a verdade a respeito de Deus. Quem, entre os homens, planejou o peculiar e perfeito equilíbrio das partes de cada Pessoa da Divindade na redenção, ou caráter divino na sua consiste e inalterável exibição de santidade infinita e amor infinito: os juízos divinos, a avaliação divina de todas as coisas, incapaz de conceber a criação de tais noções interdependentes, além de expressá-las perfeitamente numa história em andamento, a qual, sendo acidental, afinal não passa de imitação: uma imitação hipócrita e dissimulada da verdade? Que absurda é a presunção que o homem sozinho poderia escrever a bíblia, se assim que o quisesse! Mas se o homem não deu origem à bíblia, Deus o fez, e por causa disso, sua autoridade tem de ser reconhecida.

 

3- A Bíblia e o Monoteísmo

 

Este assunto realmente é muito achegado ao precedente. O fato de que Deus é o supremo implica em que não há nenhum outro que se lhe compare; mas quase universalmente a humanidade tem praticado, com uma contumácia que está longe de ser acidental, as abominações da idolatria. O povo judeu, de quem, considerando o lado humano, vieram as Escrituras, não ficaram imunes a esta tendência. Desde os dias do bezerro de ouro, através dos séculos seguintes, os israelitas estiveram sempre revertendo à idolatria e isto apesar da abundancia de revelação e castigo. A história da igreja está manchada pelo culto de imagens esculpidas assimiladas do paganismo. Com que insistência o Novo Testamento adverte os crentes a fugir da idolatria e da adoração dos anjos! À luz destes fatos, como poderíamos supor que os homens (até mesmo Israel) pudessem à parte da direção divina, dar origem a um tratado que, com os olhos apenas na glória de Deus, estigmatiza a idolatria como uns dos primeiros e mais ofensivos crimes e insultos contra Deus? A Bíblia não é o tipo de livro que o homem escreveria se pudesse.

 

4 – A Doutrina da Trindade

 

Embora defendendo o monoteísmo sem modificação, a Bíblia apresenta o fato de que Deus subsiste em três Pessoas ou modos de ser. Esta distinção jaz entre dois extremos: de um lado, que três Pessoas separadas e distintas estão simplesmente associadas quanto ao propósito e realização; ou, de outro lado, que uma Pessoa simplesmente opera em três campos de atividade características diferentes, a doutrina bíblica da Trindade consiste em que Deus é um em essência, mas três Pessoas em definição. Sem dúvida, este é um dos grandes mistérios. A doutrina vai além do alcance da compreensão humana, embora seja fundamental na revelação divina.

Quando consideradas separadamente, as Pessoas individuais da Divindade apresentam as mesmas evidencias indiscutível quanto à origem sobrenatural da Bíblia.

a)      Deus Pai: Vasto realmente é o campo das Escrituras que apresenta as atividades e as responsabilidades distintivas que são características da Primeira Pessoa. Dizemos que Ele é o Pai de toda a criação, o Pai do filho eterno (a segunda pessoa) e o Pai de todo aquele que crê para salvação de sua alma. Esta revelação estende-se a todos os detalhes do relacionamento paternal e inclui a dádiva do Filho para graça de Deus pudesse ser revelada. Nenhuma mente humana poderia dar origem ao conceito de Deus Pai como Ele é revelado na Bíblia.

b)      Deus Filho: o registro refere à Segunda Pessoa, que, de acordo com a Palavra de Deus, é o Filho desde a eternidade, que sempre é a manifestação do Pai e que, embora esteja agora sujeito ao Pai, é o Criador das coisas materiais, o Redentor e Juiz final de toda a humanidade, oferece as evidencias mais extensas e mais incomensuráveis da origem divina das Escrituras. A Pessoa e a obra de Deus com Sua humilhação e glória é o tema dominante da Bíblia; mas o Filho, em troca, dedica-se à glória do Pai. As perfeições do Filho não podem nunca ser comparadas ao mais sábio dos homens, nem compreendidas por ele. Se, afinal, esta revelação ilimitada do Filho não passa de ficção, não seria um desafio razoável (mesmo para a mente não regenerada) que este suposto autor fosse descoberto e, com base no truísmo de que a coisa criada não pode ser maior do que seu criador fosse adorado e reverenciado acima de tudo o que é chamado de Deus?

c)      Deus Espírito: o Espírito Santo que é apresentado na revelação como igual em cada particular ao Pai e ao Filho, é, não obstante e para a promoção dos atuais empreendimentos divinos, retratados como sujeito a ambos, o Pai e o Filho. Do mesmo modo, Seu serviço é considerado como complemento e administração da obra do Pai e do Filho. Assim o Deus triúno revelou-se ao homem em termos que o homem, mesmo quando ajudado pelo Espírito, só pode compreender debilmente: e que pueril é a intimação de que estas revelações são produto dos homens que sem exceção desde os dias de Adão são depravados, degenerados e incapazes de receber ou conhecer as coisas de Deus à parte da iluminação divinal! Tal conceito propõe nada menos que a presunção de que o homem deu origem à idéia de Deus, e que o Criador é um produto da criatura. 

 

5 – Criação

 

Sem nenhuma capacidade de receber as coisas de Deus ou de conhece-las, o homem é incapaz de anuir de maneira inteligente co ma declaração de que todas a coisas existentes foram criadas do nada através do Fiat imediato de Deus (Hb. 11,3). Reconhecendo, contudo, que todas as coisas existentes devem ter um começo, ele prossegue criando a sua própria solução para o problema da origem. O melhor que já fez encontra-se representado pelas teorias da evolução. Teorias, essas que, por causa de sua inconsistência e hipóteses não comprovadas, são um tanto piores do que solução nenhuma. Esse homem que assim fracassa em descobrir qualquer solução razoável deste problema pode ao mesmo tempo receber o mérito da autoria da narrativa do Gênesis da criação, narrativa que é a base sobre a qual todas as revelações subseqüentes procedem?

 

6 – Pecado

 

 Entre os muitos assuntos sobre os quais o homem poderia ter informações sem preconceitos, o fato do pecado e seu caráter maligno são obviamente um dos principais. Contudo, se houver a alegação de que a Bíblia (a única fonte de informação confiável sobre este tema) não é de origem divina, não há outra alternativa além da suposição de que o homem, como suposto autor das Escrituras, colocou-se em julgamento e é capaz de compreender o que por toda parte demonstra ser incapaz de compreender, isto é, a malignidade do pecado. E o problema não envolve apenas autor humano, mas pelo menos quarenta autores humanos que participam do registro da palavra de Deus. Todos os quarenta homens estão de acordo com este vasto tema referente ao qual o homem não pode saber nada à parte da revelação.

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V – A ORIGEM DA BIBLIA

 

O vocábulo “Bíblia” não se encontra dentro do texto das Sagradas Escrituras. Deriva do nome que os gregos davam à folha de papiro preparada para a escrita. “Bebemos”; um rolo de papiro de tamanho pequeno era  chamado “Biblion”; vários destes rolos juntos eram chamados Bíblia. Portanto, literalmente, desta palavra “bíblia”, surgiu os derivados bíbliologia, biblioteca e bibliófilo. O vocábulo “bíblia” foi empregado pela primeira vez, cerca do ano 400 d.C., por João Crisóstomo, Patriarca de Constantinopla e conhecido pregador de sua época, chamado de “Boca de Ouro”.

A bíblia é um livro antigo. Os livros antigos tinham a forma de rolo (Jr. 36,2); eram feitos de papiro ou pergaminho. O papiro era uma planta aquática que crescia junto aos rios, lagos e banhados do Oriente, cuja entrecasca servia para escrita. Pergaminho é a pele de animais curtida. Seu uso é mais recente que o papiro; vem desde os primórdios da era cristã, apesar de já ser conhecido antes. É também mencionado na bíblia (2 Tm.4,13)

A bíblia foi originalmente escrita em forma de rolo, sendo cada livro um rolo. Assim, vemos que, a principio, os livros sagrados não estavam reunidos uns aos outros como os temos agora em nossa bíblia. O que tornou isso possível foi à invenção do papel, no século II, pelos chineses, bem como a do prelo de tipos moveis em 1450 d.C. por Gutenberg, tipógrafo alemão. Até então era tudo manuscrito pelos escribas, de modo laborioso, lento e oneroso.

Ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam em uso nas sinagogas judaicas.

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VI – CLASSIFICAÇÃO DA BIBLIOLOGIA DENTRO DA TEOLOGIA

 

A Bíbliologia é matéria de grande importância dentro da Teologia, é como um carro-chefe que puxa as demais matérias. A mãe da Teologia é a Bíblia, pois todas as verdades teológicas são extraídas deste livro divino. O próprio Deus, que é o Pai da Teologia, é revelado na bíbliologia como o Autor da Bíblia. A Teologia está classificada em 5 principais Departamentos:

 

1.      Teologia exegética: Este departamento da teologia procura descobrir o verdadeiro significado das Escrituras, mostrando a arte de interpretar as línguas originais em que foram escritas à bíblia, decifrando as dificuldades de interpretação, como no caso da Hermenêutica Sagrada, por exemplo.  

2.      Teologia histórica: Esta teologia traça a historia do desenvolvimento da Interpretação Doutrinária, e envolve o estudo da história da igreja, como por exemplo, História do Cristianismo.

3.      Teologia dogmática: Esta teologia estuda as verdades fundamentais da fé, como se nos apresentam nos credos da Igreja como, por exemplo, a teologia calvinista, luterana e outras mais. 

4.      Teologia bíblica: Esta teologia traça o progresso da verdade através dos diversos livros da bíblia, e descreve a maneira de cada escritor apresentar as doutrinas importantes; como por exemplo, a teologia do Antigo Testamento, teologia do Novo Testamento, teologia do Pentateuco etc.

5.      Teologia sistemática: Neste ramo de estudo da teologia, os ensinos bíblicos, concernentes a Deus e aos homens, são agrupados em tópicos, de acordo com um sistema definido, como por exemplo: Criptologia, Pneumatologia, Angelologia etc. esta matéria de Bíbliologia, por exemplo, é uma combinação da Teologia Sistemática e Teologia Bíblica.

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VII – A BÍBLIA COMO UM LIVRO

 

A bíblia como um livro antigo quanto a sua formação, mas é um livro moderno, quanto a sua mensagem. Os livros antigos tinham a forma de rolos. E a bíblia foi originalmente escrita em forma de rolos. A palavra “bíblia” significa “Coleção de pequenos livros” e “Livro por Excelência”.

 

1 – Material gráfico empregado na bíblia originalmente

 

A princípio, o material gráfico empregado na bíblia, foi o “papiro”. O papiro era uma planta aquática que crescia junto a riose lagos banhados no Oriente; cuja entrecasca servia para escrever.

As tiras extraídas do papiro eram colocadas umas sobre as outras até formarem um rolo de qualquer extensão. O papiro é conhecido, em algumas versões da bíblia, como “juncos” (Ex. 2,3; Is. 18,2; Jó. 8,11).

É da palavra papiro, que deriva a palavra “papel”, inventado pelos chineses no século II. Porém, o uso do papiro, como material gráfico, é desde o ano 3000 a.C. Contudo, com o passar do tempo, surgiu um material gráfico melhor que o papiro, conhecido como “pergaminhos”, feitos de peles de animais curtidas e polidas. Seu uso vem desde os primórdios da era cristã. O pergaminho é mencionado na bíblia em 2 Tm. 4,13, e antigamente cada livro da bíblia era um “rolo de pergaminho” ou um “rolo de papiro”. Jesus leu à Sinagoga de Nazaré, provavelmente, um “rolo de pergaminho” do profeta Isaías. E ainda hoje, devido aos ritos tradicionais, os rolos sagrados das escrituras hebraicas continuam sendo lidos e usados nas sinagogas judaicas.

 

2 – O Autor da Bíblia        

 

Deus é o próprio autor da bíblia, o Intérprete é o Espírito Santo, o tema central e coração da bíblia, é o Senhor Jesus Cristo.

Tudo o que o homem quer saber, espiritualmente de Deus, sua redenção, conduta cristã e felicidade eterna, está revelado na bíblia. Deus não tem outra revelação escrita além da bíblia. Tudo o que Deus tem para o homem, e requer do homem, está na bíblia.

Jesus é a palavra Viva que está nos Céu dos Céus, enquanto que a bíblia é a Palavra Viva que está na Terra, de forma escrita.

 

3 – Nomes Canônicos da Bíblia

 

a)      A bíblia dá a si Mesmo seus Nomes Inspirados:

 

1) Escrituras (Mt. 21, 42); 2) Sagradas Escrituras (Rm. 1, 2); 3) Livro do Senhor (Is. 34, 16); 4) A palavra de Deus (Hb. 4, 16); 5) Os oráculos de Deus (Rm. 3, 2); 6) Livro da Lei (2 Cr. 34,15).

 

4 – Tema Central da Bíblia

 

Cristo é o centro e coração da bíblia. O Antigo Testamento descreve uma nação. O Novo testamento descreve um homem. O Antigo Testamento descreve Deus nutrindo a nação de Israel, para que o Novo Testamento descrevesse, e desse ao mundo, o homem que mudou a historia da humanidade. Cristo é o Centro e Âmago da Bíblia,  Centro e Âmago da historia, Centro e Âmago de nossas vidas. Em cada livro da Bíblia, do Gêneses ao Apocalipse, Cristo está presente direta e indiretamente, através de suas aparições e sob diferentes nomes. O Antigo Testamento prepara o cenário  para o aparecimento de Cristo, enquanto o Novo Testamento descreve como foi este aparecimento. Todo o Antigo Testamento fala de sua “preparação”, os Evangelhos falam de sua “manifestação”, o livro de Atos dos Apóstolos fala de sua “propagação”, e as Epístolas falam da “explanação” de sua Mensagem, enquanto o Apocalipse fala da “consumação” de sua obra.

 

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VIII – A ESTRUTURA DA BÍBLIA

 

A bíblia divide-se em duas partes principais: Antigo e Novo Testamento. O Antigo Testamento foi escrito antes do nascimento de Cristo, e o Novo Testamento, depois da morte de Cristo.

A Bíblia tem ao todo 66 livros, 1.189 capítulos, 31.173 versículos, 773.692 palavras e 3.566.480 letras.

 

1 – Antigo Testamento

 

O Antigo Testamento tem 39 livros, 929 capítulos, 23.214 versículos, 592.439 palavras e 2.728.100 letras. A palavra testamento, usada no hebraico, é “berith”, que significa “concerto” e “aliança”; sendo assim, o Antigo Testamento chamava-se “Antigo Concerto” ou “Antiga Aliança”. O Título Antigo Testamento foi primeiramente empregada por Tertuliano (160-220) d.C. e Orígenes (185-254 d.C.). Para os judeus, a bíblia é constituída somente pelo Antigo Testamento, chamado por eles de “Torah” ou “Lei”. Jesus aprovou as Escrituras do Antigo Testamento, chamando-as de “Palavras de Deus” (Mc. 7,13), leu as Escrituras (Lc. 4,16-20) ensinou as Escrituras (Lc. 24,27), cumpriu as Escrituras (Lc.24,44), chamou as Escrituras de Verdade (Jo.17,17), declarou que o escritor Davi falou pelo Espírito Santo (Mc. 12,35-36). Para vencer o Diabo, Jesus usou o livro de Deuteronômio (Dt. 6,13-16 e Dt. 8,3). Jesus citou as divisões do Antigo Testamento: Lei, Salmos e Profetas (Lc. 24,44); Ele aprovou todos os livros do Antigo Testamento, ao citar o caso de Abel, registrado em Gênesis, o primeiro Livro, e mencionou o caso de Zacarias, filho de Baraquias, registrado em Crônicas, que pela ordem da Bíblia hebraica é o último livro. O Antigo Testamento foi originalmente escrito em hebraico, com exceção de alguns trechos escritos em aramaico, que foi uma língua herdada pelos judeus, após o exílio babilônico.

 

2 – Classificação dos Livros do Antigo Testamento    

 

a)      Os 39 livros do Antigo Testamento são classificados e m 4 (quatro) grupos.      

b)      LEI: São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. Esta primeira divisão é conhecida também como “Pentateuco”.

c)      História: São 12 livros: Josué, Juízes, Rute, 1 e 2 Samuel, 1 e 2 Reis, 1 e 2 Crônicas, Esdras, Neemias e Ester. Dramatizam a história de Israel, no período Teocrático, sob os Juízes; no período Monárquico, sob os Reis, e no período pós-cativeiro, sob Esdras e Neemias.    

d)      Poesia: São 05 cinco livros: Jó, Salmos, Provérbios, Eclesiastes e Cantares de Salomão. São conhecidos também como “poéticos” ou “devocionais”, por conter: 1) “Um drama poético” – Jó;  2) “Poesias líricas” – Salmos; 3) “Didática poética” – Provérbios; 4) “Idílios poéticos” – Cantares; 5) “Didática filosófica” – Eclesiastes.   

e)      Profecia: São 17 livros, subdivididos em Profetas maiores e profetas menores.

f)       Profetas maiores: Isaías, Jeremias, Lamentações de Jeremias, Ezequiel e Daniel.

g)      Profetas menores: Oséias, Joel, Amós, Obadias, Jonas, Miquéias, Naum, Habacuque, Sofonias, Ageu, Zacarias e Malaquias. Os livros proféticos são um complemento dos livros históricos, pois todos os profetas tiveram seu campo de atuação nos períodos monárquicos e pós-exílio da historia de Israel.  

 

3 – Novo Testamento

 

O Novo Testamento tem 27 livros, 260 capítulos, 7.959 versículos, 181.253 palavras e 838.380 letras. Foi escrito originalmente na língua grega. Não o grego “clássico”, falado pelos eruditos, mas o grego “Koiné”, falado pelo povo comum. No caso, aqui o termo “testamento” vem do original grego “Diatheke”, o mesmo que “concerto”, enquanto o Antigo Testamento é um Antigo Concerto, o Novo Testamento  é um Novo Concerto, selado, não mais pelo sangue de animais (Ex. 24,8), mas sim selado pelo próprio sangue de Jesus (Mc. 14,24 e Hb. 9,11-15); e, portanto, Superior. 

 

a)      Biografia: São os 04 Evangelhos: Matheus, Marcos, Lucas e João; descrevem a vida terrena de Jesus e seu glorioso ministério.

b)      História: Um livro. É o livro de Atos dos Apóstolos. Estuda a história da Igreja primitiva, dos apóstolos, do avanço do Cristianismo através das viagens missionárias de Paulo.

c)      Epístolas: São 21 epístolas, subdivididas em 02 principais grupos: Epístolas Paulinas com Romanos, I e II Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, I e II Timótio, Tito, e Filemom. Sendo ao todo 13 Epístolas endereçadas a Igrejas e Indivíduos. Epístolas universais – Hebreus, dirigida aos cristãos hebreus; Tiago, I e II Pedro, I, II e III João e Judas, dirigidas aos cristãos em geral.

d)      Profecias: Um livro. O Apocalipse, que encerra a Bíblia com chave de ouro, descrevendo a consumação da Obra de Cristo e o estabelecimento de novos Céus e nova Terra.

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IX – O CÂNON DA BÍBLIA

 

Cânon ou Escrituras canônicas é a coleção completa dos livros divinamente inspirados por Deus, que constituem a bíblia. Cânon é uma palavra grega que significa “Vara reta de medir”. Como uma régua serve para medir, assim, no sentido religioso, tem o sentido de “regra escrita de fé”. Realmente, para nós, cristãos, a Bíblia é nossa Santidade e medimos nossa conduta Cristã. O termo “Cânon” foi empregado primeiramente por Orígenes (185-254 d.C.), professor da Escola Teológica de Alexandria, para diferenciar os livros Canônicos dos livros “Apócrifos”.

 

1 – O Cânon do Antigo Testamento

 

O Cânon do Antigo Testamento, como temos hoje, permanece desde o tempo de Esdras em 445 a.C. A divisão dos livros, no Cânon Hebraico, é diferente da nossa. Jesus citou a divisão do Cânon hebraico em Lucas 24,44. Consiste em 24 livros, e não 39 livros como em nossas Bíblias. Isto porque são divididos em dois em nossas bíblias, como no caso de Samuel, Reis e Crônicas; na bíblia hebraica, é um só volume. Esdras e Neemias são um só volume. Os profetas menores, que são 12 em nossas bíblias, de Oséias a Malaquias, na bíblia hebraica forma um só volume. Vamos ver a divisão dos 24 livros do Cânon Hebraico:

a)      Lei: Neste caso é a única divisão igual as nossas Bíblias. São 05 livros: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. 

b)      Profetas: São 08 livros subdivididos em dois grupos: Primeiros Profetas: Josué, Juízes, Samuel e Reis. Últimos Profetas: Isaías, Jeremias, Ezequiel e Profetas Menores.  

c)      Escritos: São 11 livros subdivididos em três grupos: Livros Poéticos: Salmos, Provérbios e Jó. Livros Históricos: Daniel, Esdras, Neemias e Crônicas. Os Cinco Rolos: Cantares, Rute, Lamentações, Eclesiastes e Éster. Eram chamados “os cinco rolos”, porque cada um era lido nas cinco principais festas Judaicas: A páscoa, o Pentecostes, a festa do Purim, a festa dos Tabernáculos; e quando os judeus relembravam a destruição de Jerusalém pelos Babilônios (Lamentações).

 

A nossa divisão do Antigo Testamento em 39 livros vem da Septuaginta, através da Vulgata latina. A diferença da divisão do Cânon Hebraico, da divisão do Cânon de nossas Bíblias, não altera a veracidade das Escrituras Sagradas, o mais importante é que a mensagem não foi alterada. O Cânon do Antigo Testame4nto foi formado num espaço de mais ou menos 1046 anos. Moisés escreveu as primeiras palavras do Pentateuco por volta do ano 1491 a.C., e Esdras escreveu as últimas do Antigo Testamento por volta do ano 445 a.C.

O último escritor do Antigo Testamento foi malaquias, porém Esdras, na qualidade de Sacerdote e Escriba, foi o encarregado de completar e organizar o Cânon Sagrado.

 

2 – O Cânon do Novo Testamento   

 

Os 27 livros Canônicos do Novo Testamento foram aqueles, que vieram a ser reconhecidos pelas igrejas como escritos Genuínos e Autênticos, de Autoridade Apostólica. O verdadeiro critério da Canonicidade e Inspiração, de forma que já nos dias dos Apóstolos e sob a Supervisão deles começaram a ser feitas coleções de seus escritos para as igrejas, as quais eram colocadas ao lado das Escrituras Canônicas do Antigo Testamento, tendo a mesma Autenticidade como a Inspirada Palavra de Deus.

Os livros do Novo Testamento que primeiro apareceram foram:

¨       Mateus, Tiago, e Hebreus, na Palestina;

¨       João, Gálatas, Efésios, Colossenses, I e II Timóteo, Filemon, I e II Pedro, I, II e III João, Judas e Apocalipse, na Ásia menor;

¨       I e II Coríntios, Filipenses, I e II Tessalonicenses e Lucas, na Grécia; Tito em Creta.

¨       Marcos, Romanos e Atos, em Roma.

Enquanto o Cânon do Antigo Testamento levou 1046 anos (1491-445 a.C.) para se formar, o Novo Testamento levou apenas 96 anos para concluir o seu Cânon.  

Os Evangelhos foram escritos entre 60 á 65 d.C. As Epístolas Paulinas foram escritas entre 52 á 67 d.C. E as Epístolas Gerais de Hebreus á Judas entre 68 á 90 d.C.

Porém, a canonicidade destes 27 livros do Novo Testamento só veio a ser reconhecida oficialmente no Concílio de Cartago, em 397 d.C.

 

3 – Cronologia Canônica dos dois Testamentos

 

Somando os 1046 anos gastos para completar o Cânon do Antigo Testamento, mais os 96 anos gastos para completar o Cânon do Novo Testamento, dá um total de 1142 anos, que foi o tempo gasto para completar a formação do Cânon dos dois Testamentos. Contudo, somando os 1142 anos mais 400 anos do Período Interbíblico, dá um total de 1542 anos. Portanto, 66 livros Canônicos de nossas Bíblias foram escritos por cerca de 40 homens inspirados por Deus, sendo príncipes e legisladores, estadista, profeta, chefe de estado, general, reis e poetas, sacerdotes, pecuarista, funcionário público, médico, eruditos, teólogos, etc., em um período de 16 séculos.

 

4 – Resumo da Canonicidade Sagrada

 

Por canonicidade das Escrituras queremos dizer que, de acordo com padrões determinados e fixos, os livros incluídos nelas são considerados partes integrantes de uma revelação à Fé e à Prática. A derivação do vocábulo grego “Kanon” surgiu à palavra “Cânon”, que provavelmente te a sua raiz na palavra hebraica “Kaneh”. A Canonização de um livro sagrado importava em dois aspectos principais:

1.      O reconhecimento de que seu ensino era, em sentido especial, Divino.

2.      A conseqüente atribuição ao livro, pela comunidade ou seus guias, de autoridade religiosa.

 

5 – Os Livros Apócrifos 

 

A palavra: “apócrifo” significa “escondido”, “oculto”. No sentido religioso significa: “espúrio”, “não genuíno”. Nas Bíblias de edição católica existem 73 livros. Este acréscimo de 07 livros, em relação às bíblias de edição evangélica, foi aprovado por volta do ano 1546, no Concilio de Trento. Todos estes livros acrescentados são chamados de “apócrifos”; isto é, “não inspirados por Deus”. Isto se deve ao fato de os mesmos ser incluídos na Bíblia após o enceramento do Cânon Sagrado.

Podemos aceitar estes livros separadamente, talvez apenas como base de informações históricas, e não como base doutrinaria. E existe ainda o acréscimo de capítulos aos livros de Daniel e Éster. Sendo estes capítulos também considerados espúrios. Os livros acrescentados, que existem nas bíblias de Edição Católica, são: Tobias, Judite, Sabedoria de Salomão, Eclesiástico, Baruque e I e II Macabeus. Existem ainda 14 livros apócrifos do Antigo Testamento, ensinados pela tradição católica e 21 livros apócrifos de Novo Testamento, tais como: Evangelho de São Tomé, Apocalipse de Pedro, Epístola de Barnabé, Atos de São André, e muitos outros. Devemos temer as palavras de Jesus, em Apocalipse 22, 18, quando ele adverte sobre o perigo de ser acrescentado alguma coisa ao livro Sagrado. A recomendação é não acrescentar e nem diminuir uma palavra sequer, quanto mais tantos livros assim, que foram acrescentados pela tradição católica.

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X – A BÍBLIA COMO PALAVRA DE DEUS

 

O que diferencia a Bíblia dos demais livros é a sua Inspiração Divina (II Tm. 3,16 e 2º Pe. 1,21). Que as Escrituras são de origem divina, é assunto resolvido. Quem tem o Espírito Santo deposita toda confiança na Bíblia como a Palavra de Deus, sem exigir provas e nem argumentos. Porém, por causa dos críticos é bom que mostremos algumas provas, não para convencê-los, mas sim para deixarmos claro que a Bíblia não precisa da crença de ninguém para que ela seja confirmada como a Palavra de Deus, porque ela se defende a si mesma. Concordamos com as palavras de Napoleão Bonaparte, grande Imperador Francês: “A Bíblia não é um simples livro, senão uma criatura vivente, dotada de uma força que vence a todos quantos se lhe opõem”. 

        

1 – Inspiração Divina da Bíblia

 

“Toda Escritura é divinamente inspirada...” (2º Tm. 3,16).

Inspiração é a influência sobrenatural do Espírito de Deus sobre a mente humana, pela qual os profetas, apóstolos e escritores sacros foram habilitados para exporem a verdade sem mistura de erro.

“É o poder inexplicável que o Espírito de Deus exerce sobre os autores das Escrituras em guiá-los até mesmo no emprego correto das palavras, preservando-as de qualquer erro ou omissão”. É devido à Inspiração Divina que a Bíblia é a palavra de Deus. A Expressão “Assim diz o Senhor” aparece na Bíblia 2.600 vezes, como carimbo e selo de autenticidade, confirmando a origem divina da Bíblia.

 

2 – Teorias Falsas da Inspiração da Bíblia

 

Existem várias correntes de pensamentos de críticos e Teólogos modernos, acerca da Inspiração Divina da Bíblia. Vamos conhecer algumas delas:

 

3 – Teoria da Inspiração Divina Comum

 

Alguns confundem inspiração com iluminação, e afirmam que, a inspiração, que os escritores sagrados receberam, é a mesma influência que recebemos do Espírito Santo para compreender as coisas. Porém, o Espírito Santo concedeu, aos escritores sagrados, Inspiração para escrever as Palavras da Bíblia e transmitir sua mensagem. A inspiração que recebemos é para compreender o que já outrora foi inspirado por Deus. Tanto que hoje só compreendemos porque já foi revelado; antes, os escritores sagrados foram inspirados a escrever coisas que eles mesmos desconheciam. Nós só entendemos, porque um texto da Bíblia explica outro texto. Na realidade, somos iluminados a compreender o que já foi inspirado. Veja como a Bíblia se defende, mostrando uma distinção clara entre Profetas Inspirados, que profetizam unicamente quando lhe vêm  a Palavra de Deus, e os profetas falsos, que proferem uma mensagem sem inspiração (Jr. 14,14; 23,11-16; Ez. 13,2-3).

Portanto, a inspiração dos Escritores Sagrados foi única, e incomum.         

 

4 – Teoria da Inspiração Natural

 

Esta teoria modernista confunde a inspiração sobrenatural do Espírito Santo sobre os escritores sagrados, com o esclarecimento intelectual que Sócrates, Platão, Aristóteles, Zenon, Rui Barbosa e outros sábios e filósofos foram dotados. Entretanto, estes sábios escreviam aquilo que eles aprenderam através de escola natural e inteligência natural humana. Pois, os mesmos jamais teriam condições de escrever pela sua intelectualidade um livro como a Bíblia. Estes mesmos sábios sempre estavam tropeçando nas palavras da Bíblia. Conforme Paulo escreveu em I Co. 1, 27-29,  Deus usou as coisas loucas deste mundo para confundir os sábios. Porque os escritores sagrados só escreviam quando vinha a eles a palavra de Deus (II Sm. 23,2; Jr. 1,9; Ez. 3, 16-17, etc). Não usavam apenas o intelecto como aqueles sábios, mas escreviam apenas o que recebiam de Deus, sem acrescentar nada de si mesmos.  

 

5 – Teoria da Inspiração Parcial

Esta falsa teoria ensina que só algumas partes da Bíblia são inspiradas. Segundo a opinião desta Teoria “A Bíblia contém a Palavra de Deus”, em vez de dizer que a Bíblia é a Palavra de Deus. Porém, Cristo e todos os seus apóstolos aplicaram o termo “Palavra de Deus” a todo o Antigo Testamento. Os cientistas crêem nesta teoria porque eles queriam a Bíblia fosse um livro cientifico. Mas, embora a Bíblia não seja um livro cientifico, a verdadeira ciência está de acordo co ma Bíblia e proclama sua veracidade. Contudo, verdadeira preocupação de Deus, através da Bíblia, não é apenas passar informações cientificas, e sim, passar uma mensagem de Redenção ao homem caído, a acima de tudo a revelação clara, que a Bíblia traz à criatura, sobre seu CRIADOR.

A teoria da inspiração parcial ainda afirma que, as questões necessárias à situação do homem são inspiradas, porém as questões de ciência e a história não foram inspiradas. Mas, nós não concordamos com isso porque a ciência nem sempre é a última palavra. Porque sempre que há uma descoberta profunda da Arqueologia, fica provado cada vez mais que a Bíblia tinha e tem razão, enquanto que a Ciência, mediante estas descobertas, está sempre revendo sua posição. Todavia, a Bíblia não muda sua posição, ela sempre tem razão; cada descoberta da ciência prova ainda mais a infalibilidade da Bíblia. Portanto, a Inspiração da Bíblia é completa e não parcial.

 

6 – Teoria da Inspiração Verbal

 

Esta falsa teoria ensina que a Bíblia só foi inspirada quanto às palavras. Ou seja, os homens foram usados simplesmente como máquinas, que escreviam o que Deus ditava, como ditou os dez mandamentos para Moisés e o Pai Nosso. Contudo, Deus não usou os homens mecanicamente, antes seu Divino Espírito usou as faculdades mentais dos escritores sagrados, produzindo uma mensagem perfeitamente divina. Lucas, por exemplo, foi inspirado a pesquisar profundamente o assunto, consultando testemunhas oculares dos fatos, surgindo seu maravilhoso Evangelho que leva p seu nome (Lc. 1,1-4). Deste modo, a inspiração é viva, e não mecânica, como ensina esta teoria. Porque existiu um entrosamento do Espírito de Deus com o espírito do homem.     

 

7 – Teoria da Inspiração das Idéias e Conceitos

 

Esta teoria ensina o contrário da anterior, afirma que Deus inspirou apenas as idéias e pensamentos da Bíblia, e não as palavras.

Entretanto, é muita ignorância dos que defendem esta teoria, porque um pensamento ou conceito inspirado, só pode ser expresso por palavras inspiradas. Mas a ênfase Bíblia diz “Havendo antigamente falado aos pais pelos profetas” (Hb. 1,1), “Homens santos de Deus falaram inspirados pelo Espírito de Deus” (2º Pd. 1,21). Outra coisa que devemos distinguir é entre as palavras inspiradas e os registros inspirados, por exemplo: muitos dizeres de satanás são registrados na Bíblia, como também o registro do néscio que diz “não há Deus” (Sl. 14,1 e Sl. 53,1).

Assim sendo, o que foi inspirado foi o registro do fato, e não o que o néscio ou satanás disse. Quando a Bíblia registra alguém mentindo, ela não está concordando com a mentira, mas sim registra o fato e suas conseqüências, para sermos advertidos. A inspiração das escrituras foi total. Tanto os Escritores foram inspirados, como também suas idéias , seus pensamentos, conceitos e expressões verbais.

 

8 – teoria Correta da Inspiração da Bíblia

 

A teoria correta da inspiração da Bíblia é chamada de “Inspiração Plenária e Verbal”. Esta teoria correta ensina que todas as partes da Bíblia são inspiradas. As escrituras reivindicam inspiração, dão a certeza de serem inspiradas, sentimos que são inspiradas e provam ser inspiradas. Afirmam que os homens santos escreveram a Bíblia, usando palavras de seu vocabulário santo, e que, eles escreveram foi a Palavra de Deus.

Portanto, a “Inspiração Plenária” cessou quando foi escrito o último livro do Novo Testamento. Ele ensina que os escritores não funcionaram quais máquinas inconscientes, e sim que houve inspiração divina com a cooperação vital e continua entre eles e o Espírito Santo, que os capacitava. E, portanto, depois que foram encerradas as últimas palavras da Bíblia, nem mesmo os escritores, nem qualquer servo de Deus, pode ser chamado inspirado no mesmo sentido. Esta, portanto é a teoria correta que todos nós, que somos amantes das Sagradas Letras, aceitamos. “Toda Escritura é divinamente” (II Tm. 3,16).    

9 – Diferença entre Inspiração, revelação e Iluminação.

 

Apesar de existir semelhança entre inspiração, revelação e iluminação, as diferenças também existem.

a)      INSPIRAÇÃO: Já estudamos que inspiração é o sopro de Deus sobre os homens, através da influência sobrenatural do Espírito Santo (Jó 32,8 e 33,4).

b)     REVELAÇÃO: Revelação é a ação de Deus pela qual Ele dá a conhecer ao escritor coisas desconhecidas, que o homem por si só não podia saber. (Dn. 12,8 e 1 Pd. 1,10-11). Toda a Bíblia foi inspirada, mas nem toda Bíblia foi dada por revelação. A inspiração nem sempre implica em revelação. Vejamos exemplos de partes da Bíblia que foi dada por revelação:  

1º - Os primeiros Capítulos de Gênesis – Como escreveu Moisés sobre um assunto anterior a si mesmo e ao homem? Se não foi revelação, deve ter lançado mão de escritores existentes.

2º - José interpretando os sonhos de Faraó. (Gn 40,8; 41,15-16,38-39).

3º - Daniel declarando ao rei Nabucodonosor o sonho que este havia esquecido, e em seguida interpretando-o. (Dn. 2,2-7,19,28-30).

4º - Os Escritos do Apóstolo Paulo, apesar de apóstolo, não andou com o Senhor Jesus Cristo, em seu ministério terreno. Porém, ele, em suas Epístolas, conduz-nos às profundezas do Ensino Doutrinário, principalmente no que se refere à Escatologia, Paracletologia etc. Como teve Paulo conhecimento de tudo isso? Ele mesmo nos diz em Gálatas 1, 11-12 e Efésios 3,3-7, e ele mesmo que declara em I Coríntios 11,23-26 “Porque eu recebi do Senhor, o que também vos ensinei”.   

c)      ILUMINAÇÃO: Iluminação é o ato de receber esclarecimento sobre um determinado assunto que esteja obscuro ou complexo. De sorte que, interpretar a mensagem e Revelação é o ato de conhecer divinamente a mensagem desconhecida ou misteriosa. Iluminação é o mesmo que esclarecer ou lúcido um determinado assunto, quem recebe inspiração é inspirado. Quem recebe iluminação é iluminado e quem recebe revelação pratica o ato ou efeito de fazer conhecido os mistérios.

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XI – HARMONIA E UNIDADE DA BÍBLIA

 

A existência da Bíblia, até os nossos dias, só pode ser explicada como um milagre. Há nela 66 livros escritos por cerca de 40 autores, cobrindo um período de 16 séculos.

Esses homens, na maioria dos casos, não se conheceram, viveram em lugares distantes de três continentes, escrevendo em duas línguas principais. Devido a estas circunstâncias, alguns escritores nada sabiam sobre o que já havia sido escrito. Muitas vezes um escritor iniciava um assunto, e outro só completava séculos depois, com tanta riqueza de detalhes que somente um livro vindo de Deus podia ser assim.

 

1 – Os Escritores: Os escritores foram homens de todas as atividades humanas, daí a diversidade de estilos encontrados na Bíblia.

                  Moisés foi príncipe e legislador; Josué foi general e comandante; Davi e Salomão foram reis e poetas; Isaías foi estadista e profeta. Daniel era chefe de estado. Pedro, Tiago e João, pescadores. Zacarias e Mateus eram funcionários públicos. Paulo era teólogo e erudito, e assim por diante. O produto da pena de cada um deles gerou não muitos livros, mas um só livro poderoso e coerente.

2 – As Condições: Não houve uniformidade de condições na composição dos livros da Bíblia. Uns foram escritos na cidade, outros no campo, no palácio, em ilhas em prisões e no deserto. Jeremias, nas sujidades e trevas da masmorra. Davi nas verdes colinas dos campos. Paulo, de Patmos, no mar Egeu. Apesar de tantas, e diferentes condições, a mensagem da Bíblia é sempre única. O pensamento de Deus corre uniforme e progressivo através da Bíblia, como um rio que, britando de sua nascente, vai engrossando e aumentando as suas águas até tornar-se caudalosas.

                  A mensagem da Bíblia tem esta continuidade maravilhosa.  

3 – As Circunstâncias: As circunstâncias, em que os 66 livros foram escritos, também são as mais diversas. Davi, por exemplo, escreveu parte de seus Salmos no calor das batalhas. Salomão, na calma da Paz. Há profetas que escreveram em meio à profunda tristeza, ao passo que Josué escreveu durante a alegria da vitória. Apesar da pluralidade de condições, a Bíblia apresenta um só sistema de doutrina, uma só mensagem de amor, um só meio de salvação. De Gêneses à Apocalipse há uma só revelação, um só propósito e um só pensamento.

                  A unidade da bíblia é tão visível, que os escritores não escreveram os 66 livros de uma só vez, nem em um só lugar e nem com o objetivo reuni-los em um só volume, mas em intervalos de 1600 anos e em lugares que vão desde a Babilônia até Roma, e, no entanto, temos hoje os 66 livros em um só volume junto. Isto realmente foi obra de Deus. É uma prova que uma única mente via tudo e guiava os escritores. As pedras separadas foram se juntando até formarem um verdadeiro edifício espiritual.      

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XII – A INTEGRIDADE DAS ESCRITURAS

 

A integridade das escrituras é considerada por cinco principais provas positivas apresentadas principalmente pela verdadeira ciência. Que são: Etnológica, Topográfica e Geográfica, Cronológica, Histórica e Canônica.

Vejamos: 

1 - Integridade Etnológica ou Racial

 

Todas as afirmações bíblicas, concernentes às raças a que referem, tem sido demonstrada como harmônicas, com os fatos etnológicos revelados pela arqueologia.

“Trata-se de fato bem confirmado pela pesquisa arqueológica que, sempre que as Escrituras mencionam um povo ou suas relações raciais, sua origem ou seus costumes, pode confiar que estas informações estão exatamente de acordo com as revelações da arqueologia”, Hamilton.

 

2 - Integridade Topográfica e Geográfica

 

As descobertas arqueológicas provam que os povos, os lugares e os eventos mencionados nas Escrituras são encontrados juntamente onde elas os localizam, no local exato e sob as circunstâncias geográficas exatas descritas na Bíblia. O Dr. Kyle diz que os viajantes não precisam de outro guia além da Bíblia quando descem pela costa do mar vermelho. Ao longo do percurso seguido no Êxodo, onde a topografia corresponde exatamente a que é dada no relato bíblico. 

 

3 – Integridade Cronológica

 

A identificação bíblica de povos, lugares e acontecimentos com o período de sua ocorrência são corroboradas pela cronologia Síria e pelos fatos revelados pela arqueologia. O tempo dos acontecimentos registrados é o tempo exato em que devem ter acontecido. Isso fornece o arcabouço da história inteira do Antigo Testamento.

 

4 – Integridade Histórica

 

O registro bíblico dos nomes e títulos dos reis está em harmonia perfeita com registros seculares, conforme estes têm trazido à luz pelas descobertas arqueologias. O Dr. R. D. Wilson, professor de línguas semíticas, diz que os nomes dos quarenta e um reis, citados nominalmente no Antigo Testamento, desde o tempo de Abraão até o tempo do fim do Antigo Testamento, também são encontrados nos documentos e inscrições contemporâneos, escritos no tempo daqueles reis.

 

5 – Integridade Canônica

 

A aceitação pela igreja em toda era cristã dos livros incluídos nas Escrituras que hoje possuímos, representa o endosso de sua integridade. Há uma confirmação por parte, das 04 (quatros) Bíblias mais antigas datadas 330 e 400 d.C., e escritas em diferentes partes do mundo, que em conjunto contêm as mesmas Escrituras como as possuímos atualmente. E existem ainda, aceitações da Integridade Canônica, a base de 2000 manuscritos bíblicos possuídos por eruditos no século XV. O conteúdo verídico das Escrituras tem sido plenamente comprovado, apelando-se para os registros seculares e para os fatos reais, revelados pela pesquisa cientifica.   

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XIII – A TRADUÇÃO DA BÍBLIA

 

A Bíblia já foi traduzida por mais de 2000 idiomas. Porém, vamos mencionar apenas algumas traduções principais desde os manuscritos originais.

 

1 – A Septuaginta – “LXX”

 

Este nome é Latim que quer dizer “70” (setenta). Segundo o historiador Flávio Josefo, foram escolhidos 72 Eruditos Judeus, sendo 06 de cada tribo de Israel, para que fizesse a tradução das Escrituras hebraicas do Antigo Testamento para a Língua grega. Estes 72c sábios completaram a obra em 72 dias, cerca do ano 270 a.C. Essa tradução contribuiu muito para preparar o mundo para o recebimento das boas novas do Evangelho. Isso pelo fato da língua grega ser falada fluentemente em todo o mundo de sua época. A “Septuaginta” foi à tradução mais divulgada entre as nações. Inclusive foi de Jesus e vieram visitar o menino Jesus no local que nasceu (compare Números 24,17 com Matheus 2,1-6). O nosso querido Mestre Jesus deve ter usado muito a Septuaginta. É dessa tradução que vem a divisão dos livros que temos hoje em nossas bíblias. A aceitação universal dessa tradução vem do fato de ser a primeira tradução completa do original hebraico.   

 

2 – A Versão Latina

 

O latim era a língua falada pelos romanos; e cada vez mais ia substituindo a língua grega, no vasto Império Romano. Daí houve a necessidade de uma nova versão da Bíblia no Latim.

Surgiu então uma tradução no Latim, conhecida como “Versão Latina”, cuja tradução foi feita da Septuaginta, na cidade de Cartago, na África do Norte. Esta tradução abrangia já os dois testamentos e foi concluída em 170 d.C., era conhecida por Tertuliano e Agostinho. Entre os anos 382-387 d.C., Jerônimo foi encarregado por Damaso, bispo de Roma, a fazer uma revisão desta tradução Latina, e foi nesse tempo que a Septuaginta começou a cair em desuso. Jerônimo foi o homem mais sábio em assuntos bíblicos de seu tempo. 

 

3 – A Vulgata

 

A Vulgata foi uma tradução nova feita por Jerônimo, cerca do ano 400 d.C., quando Jerônimo tinha cerca de 60 anos. Nessa tradução, o Antigo Testamento foi traduzido diretamente do original Hebraico. O Novo Testamento também foi traduzido do original Grego. O termo “vulgata” vem do Latim “vulgos”, que significa “povo”. Era uma versão popular do Latim, falada pelo povo comum. Assim como o Novo Testamento foi escrito no Grego “Koiné”, versão simples do grego falado pelo povo, também Jerônimo se preocupou em colocar nesta tradução o latim vulgar. A Vulgata foi a Bíblia usada por toda Europa na Idade Média. É a tradução da Vulgata que surgiram nossas Bíblias de hoje.    

 

4 – Tradução Inglesa

 

A Inglaterra foi a primeira Nação a ter a Bíblia na sua própria língua. Uma vez perguntaram para a rainha Vitória qual a razão da prosperidade da Inglaterra, ela pegou a Bíblia e afirmou categoricamente: “É este livro”. Foi a Bíblia de versão inglesa que mudou a mentalidade do povo inglês.

 

5 – Versão Brasileira   

 

Foram muitas as versões brasileiras, e entre as muitas vamos mencionar algumas: Almeida, Figueiredo e Soares.

a)      ALMEIDA: As versões em língua portuguesa, conhecidas como Almeida, às traduções feitas por João Ferreira de Almeida, ministro do Evangelho, da igreja reformada da Holanda, em 1670. Porém, o novo Testamento só veio a ser publicado em 1691. E a bíblia brasileira fez uma revisão nesta tradução, e publicou a “Edição Revista e Corrigida”, conhecida também como ARC – Almeida Revisada e Corrigida. Depois surgiu a ARA – “Almeida Revisada e Atualizada”, publicada pela Sociedade Bíblica do Brasil em 1958. E esta tradução veio diretamente da Vulgata Latina para a língua Portuguesa.

b)      FIGUEIREDO: traduzida pelo padre Antonio Pereira de Figueiredo da Vulgata, e publicada pela Sociedade Bíblica Britânica. Este Padre foi dos maiores Latinistas de seu tempo.

c)      SOARES: Traduzidos pelo Padre Matos Soares da Vulgata, e foi concluída em 1932, sendo publicada em 1946. Esta tradução é a mais usada pelos Católicos brasileiros.

A bíblia foi impressa, pela primeira vez no Brasil, em 1944, pela Imprensa Bíblica Brasileira. Há no Brasil três entidades evangélicas publicadoras e distribuidoras de bíblias. A primeira é a Imprensa Bíblica Brasileira (IBB); a segunda é a Sociedade Bíblica do Brasil (SBB), fundada em 1948. e a terceira é a Sociedade Bíblica Trinitariana (SBT). Enfim, ao longo destes últimos anos, foram aparecendo novas Versões e Novas Traduções.

 

6 – John Wycliffe

 

John Wycliffe, professor e erudito de Oxford, um dos nomes realmente importantes na historia da Bíblia inglesa, tornando-a acessível ao público. Com a ajuda de alguns de seus alunos, ele traduziu a Bíblia inteira a partir da Vulgata latina. A obra terminou em 1382, sendo a primeira tradução da Bíblia completa em inglês. Uma revisão deste trabalho, para harmonizar os vários estilos dos tradutores, foi realizada por John Purvey, que corrigiu e revisou a fundo a tradução de Wycliffe em 1388. Esta edição revisada predominou até o século XVI. 

 

7 – William Tyndale

 

William Tyndale tem sido chamado de “verdadeiro pai da bíblia em inglês”. Em 1516, o monge-erudito Erasmo publicou primeiro Novo Testamento, tendo encontrado, porém tanta oposição da Igreja Católica Romana que teve de fugir para Hamburgo, na Alemanha. Ele terminou ali a tradução e procurou imprimi-la em Colônia. A essa altura, Tyndale se associara a Martinho Lutero e à Reforma. Assim sendo, os inimigos de Tyndale. Ele viu-se obrigado a fugir de Colônia com as folhas de seu Novo Testamento, parcialmente impresso. Deve-se notar que em 1450 Johann Gutenberg, de Mainz, na Alemanha, inventou a primeira prensa de tipos móveis, e o primeiro livro impresso nessa maquina foi a Vulgata Latina (1455), conhecida como “Bíblia Mazarina”, porque cópias dela foram encontradas na biblioteca do cardeal Mazarino em Paris.

Tyndale encontrou um ambiente mais amigável em Worms, na Alemanha, onde a impressão de sua tradução do Novo Testamento pôde ser completada em 1525. No inicio do ano seguinte, cópias de sua tradução foram contrabandeadas para a Inglaterra e compradas com entusiasmo em sua totalidade. Todavia, as autoridades romanas condenadas a tradução como herética e as cópias foram compradas e queimadas em público. Tyndale continuou, no entanto, seu trabalho de tradução do Antigo Testamento em inglês. Terminou o Pentateuco em 1530, o livro de Jonas em 1531 e revisou Gênesis em 1534. Nesse mesmo ano. Tyndale foi traído e aprisionado. Depois de dezesseis meses de prisão, foi estrangulado e queimado na fogueira. Suas últimas palavras foram: “Senhor, abre os olhos do rei da Inglaterra”. A versão autorizada do rei Tiago é praticamente uma revisão da obra de Tyndale. Podemos ver então como é grande dívida para com ele.

 

8 – Outras Traduções do Século XVI

 

A bíblia Coverdale foi impressa em 1535, tendo a honra de ser a primeira bíblia completa impressa em inglês. Trata-se de uma obra de Miles Coverdale, amigo pessoal de Tyndale. Era a tradução de uma tradução, do alemão e do latim. Foi a primeira Bíblia que teve a aprovação do rei da Inglaterra.

 

9 – A Bíblia de Mateus

 

Apareceu em 1537, sendo uma obra do amigo de Tyndale, John Rogers. Era uma edição combinada de Tyndale e Coverdale, A Bíblia de Mateus e na realidade a B´blia completa de Tyndale, até onde foi sua tradução, complementada pelo de Coverdadle. Foi a primeira revisão de Tyndale e forma a base de todas as revisões futuras: a Grande Bíblia, a Bíblia de Genebra, a Bíblia do Bispo e a Versão do rei Tiago. Tem o nome de “Bíblia de Mateus” porque Rogers temia que, se o nome de Tyndale aparecesse, pudesse haver maior oposição.

 

10 – A Grande Bíblia

 

Publicada em 1539, trata-se na verdade de uma revisão da Bíblia de Mateus, que era uma revisão da Tyndale. A obra foi feita por Coverdale um revisor muito cuidadoso. Recebeu o nome de “Grande Bíblia” por causa de seu grande tamanho, 33,92 cm por 19,2 cm. Foi chamada de Primeira Bíblia Autorizada, porque o rei Henrique VII aprovou-a, deu ordens para que fosse colocada em cada igreja em todo o território, a fim de que todos tivessem oportunidade de lê-la. Ficava presa com correntes numa mesa na igreja para que ninguém a pudesse roubar; por esta razão, recebeu o nome de “Bíblia Acorrentada”. Ao que parece, a oração de Tyndale fora respondida, e o senhor abrira os olhos do rei da Inglaterra.

 

11 – A Bíblia de Genebra

 

Publicada em 1560, estava destinada a tornar-se a Bíblia mais popular do século. Recebeu o nome de “Bíblia de Genebra” por ter sido impressa em Genebra. Em tamanho pequeno e letras legíveis, com ilustrações e comentários adequados, veio a ser Bíblia popular dos lares, assim como a Grandwe Bíblia fora a bíblia popular das igrejas. Foi a primeira bíblia inteira dividida em versículos. O Novo testamento havia sido impresso com divisões em versículos por Robert Stephans em 1551. Alguns atribuem as divisões em capítulos ao cardeal Hugo (1248), outros a Stephen Langton, arcebispo de Canterbury, em 1227. A bíblia de Genebra era a bíblia de Shakespeare e dos Peregrinos que foram à América do Norte.   

 

12 – A bíblia do Bispo

 

Publicada em 1568, com autorização do bispo Parker e outros bispos que achavam que a Bíblia de Genebra destruía a sua autoridade, jamais foi uma edição popular, de tamanho inconveniente e muito rígido, formal e difícil para ser apreciada pelo povo comum.            

 

13 – A Bíblia Rheims-Douai

Como resultado da grande atividade de tradução Bíblica por parte da Igreja Protestante, os católicos romanos foram influenciados a produzir uma tradução inglesa própria. Por conseguinte, em 1582, uma edição do Novo Testamento foi produzida no colégio de inglês em Rheims, França. Em 1609-10 o Antigo Testamento foi publicado no mesmo colégio, que se mudara para Douay, França. A Rheims-Douai tornou-se então a primeira edição católica romana da Bíblia inglesa. Sua tradução não teve como base os idiomas originais e, sim a Vulgata Latina.

 

14 – A versão do Rei Tiago

 

Publicada em 1611 A.D., é mais conhecida como a versão autorizada. Numa conferencia, chamada de Conferencia da Corte de Hampton, abrangendo lideres de vários diferentes grupos, convocados para discutir a questão da tolerância religiosa, foi feita uma proposta para produzir uma nova tradução da Bíblia. O rei Tiago recebeu com entusiasmo a sugestão e estabeleceu regras, no sentido de não incluir qualquer comentário que houvesse dividido as igrejas. Cerca de 48 eruditos gregos e judeus foram escolhidos e divididos em seis grupos de trabalho: dois em Oxford, dois em Westminster e dois em Cambraige. Cada grupo recebeu certos livros para traduzir e depois o trabalho de cada um era enviado aos dois outros grupos. Desse modo, a tradução é de fato o trabalho de todos, em lugar de corresponder ao de um individuo. Na realidade, era uma revisão da Bíblia do Bispo, que por sua vez era revisão da tradução de Tyndale. Iniciada em 1607, depois de dois anos e nove meses, foi enviada aos impressores e apresentada ao público pela primeira vez em 1611, sete anos após a Conferencia da Corte de Hampton. Esta tem sido a mais popular e amplamente aceita versão da bíblia há mais de 370 anos.   

 

15 – Traduções Recentes da Bíblia em Inglês

 

Por melhor que fosse a obra e por mais popular que a Versão do Rei Tiago continuasse a ser, foi reconhecido que ela continha certos pontos fracos. As testemunhas mais valiosas dos textos originais os Manuscritos Vaticanos, Sinaítico, Alexandrino e Efraim, não foram postos á disposição dos tradutores da versão do Rei Tiago. Essa tradução contém inúmeras expressões arcaicas e vários erros foram observados, embora não considerados como graves. Desse modo, em fevereiro 1870, foi feita uma moção para levar a efeito a revisão do Rei Tiago pela Convocação da Província de Canterbury. Homens de irrepreensível erudição foram escolhidos na Inglaterra, aos quais se reuniram os mais ilustres homens dos Estados Unidos. A 17 de maio de 1881 publicou-se Novo Testamento, seguido do Antigo t6estamentyo a 19 de maio de 1885. A obra completa é conhecida como Edição Revisada em inglês. 

 

16 – Versão Normativa Americana

 

Publicada em 1901, é reconhecido o uso de uma base textual melhor do que a disponível aos tradutores da versão do Rei Tiago, juntamente com um conhecimento avançado dos idiomas originais. Muitos dos arcaísmos da versão do Rei Tiago foram esclarecidos. Todavia, não ficou sem ser criticada. O que ficou mais claro na compreensão do grego, ela perdeu na beleza da língua, Charles Spurgeon teria dito sobre ela: “Forte em grego, débil em inglês”.

 

17 – Versão Normativa Revisada

 

A Thomas Nelson and Sons Companhy havia entregue em 1929 os direitos de propriedade a vencer da American Standard Version ao Conselho Internacional de Educação Religiosa, que nomeou um comitê de eruditos para considerar a conveniência de revisar a Versão Normativa. Houve um acordo nesse sentido, mas os fundos necessários estavam difíceis de ser obtidos. Só em 30 de setembro de 1952 é que a Bíblia completa veio a ser apresentada. O propósito dos revisores era utilizar-se de inúmeros manuscritos e papiros novos que tinham sido descobertos desde a publicação da versão em 1901, retendo porem a beleza da linguagem da Versão do Rei Tiago. A recepção foi excelente, embora não ficasse isenta de criticas, principalmente entre os eruditos conservadores.

Nova Bíblia Normativa Americana publicada em 31 de julho de 1970 recebeu a aprovação de muitos conservadores. É baseada na Versão Normativa revisada de 1901.

Nova Versão Internacional, esta tradução completamente nova foi recebida com entusiasmo. O Novo testamento saiu em 1973 e a Bíblia completa, em 1978. O trabalho foi efetuado por eruditos dos Estados Unidos, Grã-Bretanha, Canadá, Austrália e Nova Zelândia, dando-lhe assim seu sabor internacional. Eruditos de mais de treze denominações participaram da tradução.

Durante a última década ou as duas últimas décadas tem havido uma enxurrada de novas traduções, numerosas demais para serem mencionadas aqui. Algumas se empenham em ser interpretações literais dos originais, enquanto outras são definitivamente paráfrases no que se considera ser um inglês mais moderno. Outras estão ainda sendo feitas e irão surgir sem dúvida em um futuro próximo.

Conclusão: Será que esse fluxo de “especialidades” que nos dão o idioma exato dos escritos originais indica que não podemos depender de nossa Bíblia inglesa atual para declarar a verdadeira mensagem que Deus quer proclamar à humanidade? Talvez a seguinte citação de Sir Frederic Kenyon, diretor do Museu Britânico, responda melhor à pergunta: “É animador descobrir no final que o resultado de todas estas descobertas e de todo este estudo é fortalecer a prova da autenticidade das Escrituras e nossa convicção de que temos em mãos, em substancial integridade, a verdadeira Palavra de Deus”.

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XIV – A NECESSIDADE DAS ESCRITURAS

 

A necessidade que temos das Escrituras é muito grande. Primeiro porque Deus queria passar uma revelação para a humanidade sobre a origem dos Céus e da Terra, do homem, e esta revelação só seria possível através de um livro. Segundo, Deus queria se revelar ao homem como o Deus que controla tudo. E terceiro, Deus queria mostrar ao homem que, apesar de nosso primeiro pai ter pecado, no Jardim do Éden, Ele estava providenciando um plano de redenção através de seu Filho Jesus Cristo. E toda estas revelações tinham que ser em forma escrita. E nada melhor para preservar estas revelações do que se elas tomassem a forma de um livro. Porque, se estas revelações fossem gravadas simplesmente na nossa memória, não mereciam confiança, pois tanto a como as tradições são falhas. “Os livros representam o melhor meio de preservar a verdade em sua integridade e transmiti-la de geração à geração. Deus agiu, com a máxima sabedoria, e também de um modo normal, dando ao homem a sua revelação, em forma de livro”.

De nenhuma outra maneira, pelo que podemos ver, podia ter Ele entregue aos homens um ideal infalível, que estivesse acessível e intacto através dos séculos e do qual todos os povos pudessem obter a mesma regra de fé e prática. É razoável que Deus inspirasse seus servos a arquivarem verdades que não poderiam ser descortinadas pela razão humana. 

E, finalmente, é razoável crer que Deus tivesse preservado, por sua providência, os manuscritos das escrituras sagradas, e que tivesse influenciado a sua igreja a incluir no Cânon Sagrado somente livros que fossem divinamente inspirados. “O homem deve ler a Bíblia para ser sábio, crer na Bíblia para ser salvo e praticar a Bíblia para ser santo”.   

 

1 – Porque Necessitamos das Escrituras

 

Necessitamos das Escrituras porque ela é o único manual do Crente na vida cristã. O crente foi salvo para servir ao Senhor, e sendo a Bíblia o livro texto do cristão é importante que ele maneje bem a Palavra da Verdade, para o fiel desempenho de sua missão (2 Tm. 2,15).

Ela alimenta nossas Almas, e não há duvidas de que o estudo da Bíblia, como a palavra de Deus, traz nutrição e crescimento espiritual para nossas vidas. Ela é tão indispensável à alma como o pão é para o corpo. Bom apetite pela Bíblia é sinal de saúde espiritual (Jr. 15,16; Mt. 4,4; Pd. 2,2). Se em nós houver abundância da Palavra de Deus, o Espírito Santo terá instrumento com que operar, porque a Bíblia é o instrumento que Deus usa para fazer a Sua obra (Ef. 6,17; Sl.1,2; Ef. 1,17). Só o Espírito Santo conhece as coisas de Deus (1 Co. 2,10). Um renomado escritor afirma que a Bíblia tem 32.000 promessas. A Bíblia é a melhor diretriz de conduta humana e a melhor formadora de caráter.

 

2 – Como Devemos Estudar a Bíblia   

 

A melhor maneira de estudar a Bíblia é conhecendo o seu Autor. O autor de um livro é a melhor pessoa para explicá-lo. É preciso conhecer e amar o autor do livro. Conhecendo o autor é mais fácil compreendê-lo. Deus é o autor da Bíblia. A Bíblia é o único livro que o autor está presente quando é lida. Em cada pessoa que aceita Jesus como seu Salvador, o Espírito Santo põe em seu coração a certeza quanto à autoridade da Bíblia. É uma coisa automática. Quem de fato aceita Jesus como o seu Salvador, aceita também a Bíblia como a Palavra de Deus, sem argumentar. Assim como o Espírito Santo testifica com o nosso espírito que somos filhos de Deus (Rm. 8,16), testificamos também que a é a mensagem de Deus para nós mesmos. Portanto, leia a Bíblia com a melhor atitude mental e espiritual. Leia a Bíblia com oração, devagar e meditando. Leia a Bíblia toda. É por isso que é melhor ser convertido a Cristo para se entender melhor a Bíblia.

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XV – CRONOLOGIA BÍBLIA

 

Cronologia Bíblica é o estudo das datas, anos, épocas e eras da história sagrada. A Cronologia calculada pelo Arcebispo Ussher em 1650 é incerta. Porém, ficou conhecida como “Cronologia Aceita” ou “Cronologia Aproximada”.

Estas datas cronológicas foram inseridas nos rodapés, ou nas margens das Bíblias, pela primeira vez em 1701. Não iremos nos aprofundar muito neste assunto, pois os mesmos são tratados com maior precisão em matéria exclusiva sobre o assunto. Porém, vamos estudar pelo menos a base Cronológica, para uma melhor compreensão. Podemos classificar a Cronologia Histórica da Bíblia em três épocas principais: Época Pré-Abraâmica, Época de Israel e Época do Cristianismo. Mas, para se entender a cronologia Bíblica é necessário conhecer o Calendário Cronológico antes e depois de Cristo. A contagem do tempo antes de Cristo é regressiva. Sendo utilizado o calendário decrescente. Partindo da criação para Cristo, os anos vão diminuindo. Segundo a cronologia aceita, Adão foi criado no ano 4004 a.C., e os anos foram diminuindo até chegar o ano 1 a.C.; porém, partindo de Cristo para a Criação, os anos aumentando, até chegarmos no ano 4004. Mas, com o nascimento de Cristo, a história foi dividida, e surgiu o calendário crescente. De forma que, diante de todos os fatos ocorridos depois de Cristo aparece a sigla a.C., e todos os fatos ocorridos depois de Cristo, aparece sigla d.C. Portanto, toda a história do Antigo Testamento foi Antes de Cristo (a.C.), e toda a história do Novo Testamento foi depois de Cristo (d.C.).

 

1 – Época Pré-Abraâmica   

 

Este período vai da Criação de Adão até a chamada de Abraão. Esta época durou cerca de 2.000 anos (4.000 – 2000 a.C.), e é dividida em dois períodos:

 

a)      Período Antidiluviano – Este período vai de Adão ao Dilúvio, de 4.004 a.C a 2.348 a.C. Durou, 1.656 anos este período, de forma que o dilúvio se deu provavelmente no ano 2.348 a.C.

b)      Período do Dilúvio a Abraão – Este período vai de 2.348 a.C, durando cerca de 427 anos. Sendo assim, Abraão nasceu por volta do ano 2.000 a.C.

 

2 – Época de Israel

 

Esta época vai da chamada de Abraão até o Nascimento de Cristo, 2.000 a.C. à 4.000 a.C., e durou  cerca de 2.000 anos. Está época foi dividida em 09 períodos:

 

1.      Período dos Patriarcas – Este período vai de Abraão até a morte de José, no Egito. Abrange de 1.921 a.C., durando cerca de 300 anos.

2.      Período de Israel no Egito – Este período vai da morte de José no Egito até a saída dos filhos de Israel do Egito. Abrange de 1.635 a.C. até 1.491 a.C. Durou cerca 130 anos. Moisés nasceu cerca do ano 1.571 a.C.

3.      Período de Israel no Deserto – Este período vai da saída de Israel do Egito até sua entrada em Canaã. De 1.491 a.C., durando 40 anos.

4.      Período da Conquista de Canaã – Este curto período é de apenas 06 anos. Vai de 1.451 a.C. a 1.444 a.C.

5.      Período dos Juízes – Este período vai da morte de Josué, em 1.425 a.C., até 1.095 a.C., abrangendo cerca de 300 anos. Indo até o fim do governo de Samuel e início da Monarquia.  

6.      Período da Monarquia – Este período vai de 1.095 a.C. até 975 a.C., durou 120 anos, abrangendo os reinados de Saul, Davi e Salomão. É considerado o período da Idade de Ouro da História de Israel.

7.      Período do Reino Dividido – Este período vai da divisão do reino, em 975 a.C., até o Cativeiro Babilônico em 606 a.C., cerca de 300 anos.

8.      Período do Cativeiro e Restauração – O período do Cativeiro durou 70 anos, de 606 a.C. até 536 a.C. O período da restauração pouco mais de 100 anos. De 536 a.C. à 432 a.C. E neste período foi concluído o Antigo Testamento, e encerrado foi o seu Cânon Sagrado pelo Sacerdote e Escriba Esdras.

9.      Período Interbíblico – Este período vai de Malaquias, último dos profetas, até o Nascimento de Cristo. Durou mais de 400 anos, sem Deus enviar um mensageiro, até que surgiu a voz que clama no deserto, conhecido como João Batista. Interbíblico quer dizer “Entre a Bíblia”. Ou seja, entre os dois Testamentos. É um período de silêncio da parte de Deus, onde não houve Revelação e nem Inspiração Divina escrita. Neste período, a Palestina esteve sob o domínio Persa, Grego, Macabeu e Romano. Este silêncio profético só veio a ser quebrado com o aparecimento de João Batista, anunciando o Advento de Cristo ao Mundo, dando início ao Novo Testamento.

 

3 – Época do Cristianismo

 

Esta época é dividida em três períodos principais: 

    

a)      Período da Vida Terrena de Jesus – Este período vai do nascimento de Cristo no ano 4 a.C., até a sua morte no ano 30 d.C., abrange cerca de 33 anos, envolvendo o Ministério de Cristo aqui na Terra, nos Evangelhos.

b)      Período da Igreja Primitiva – Este período abrange cerca de 70 anos, indo do Pentecostes no ano 30 d.C. até a morte do último dos Apóstolos, no ano 96 d.C. (João). Neste período, a Inspiração Plenária encerrou e o Novo Testamento foi concluído.

c)      Período da Igreja Gentílica – Este período é chamado de “Extra Bíblico”, ou seja, foram fatos ocorridos após o encerramento do Novo Testamento, e tratados separadamente na matéria sobre história do cristianismo. Pois este período abrange quase 20 séculos, e mostra a Igreja no período romano, até 476 d.C., a Igreja no período medieval, até 1.453 d.C., a Igreja no período moderno, até 1.789 d.C., e a Igreja no período contemporâneo, de 1.789 d.C. até os nossos dias.

 

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XVI – A INFALIBILIDADE DAS ESCRITURAS

 

O cumprimento contínuo das profecias da Bíblia é uma prova de sua infalibilidade. O que Deus disse, sucederá (Jr. 1,12). O Antigo Testamento é um livro de profecias (Mt. 11,13). O Novo Testamento, em grande parte também o é. Muitas profecias da Bíblia já se cumpriram no passado, em sentido parcial ou total, muitas outras se cumprem em nossos dias, e muitas outras ainda se cumprirão no futuro. As profecias sobre o Messias, séculos antes de seu nascimento, cumpriram-se literalmente e com toda precisão quanto ao tempo, local e outros detalhes. Por exemplo, Gn. 49:10, Salmos 22, Isaías 7:14, Is. Cap. 53 todo, Daniel 9,24-26, Miquéias 5:2, Zacarias 9:9, etc. Outros pontos salientes na Bíblia são as profecias referentes à nação de Israel. A Bíblia prediz sua dispersão, seu trono, sua reestruturação e seu progresso material e espiritual. Exemplos: Lv. 26: 14,32-33; Dt. 4, 25-27 e 28, 15,64; Jr. 23: 3; 30:3; Ez. 11, 17,36,37. O cumprimento destas profecias bíblicas infalíveis está em Isaías 44:28, quando Deus chama Ciro, o monarca persa, 150 anos antes de seu nascimento. Josias, rei de Judá, também foi chamado pelo nome 300 anos antes de seu nascimento, compare Reis 13:2 com 2Reis 23, 15-18. Os últimos quatro impérios mundiais são admiravelmente descritos muitos anos antes deles aparecerem no cenário mundial (Daniel 2 e 7). A infalibilidade das Escrituras é comprovada por três principais provas:

 

1 – Sua Veracidade

 

É muito interessante comparar alguns pontos, os ensinos da Bíblia com os de Zoroastro, Buda, Confúcio, Sócrates, Sólon, Marco Aurélio e outros autores pagãos. Os ensinos da Bíblia superam os ensinos destes homens em todos os pontos imagináveis. A Bíblia contem mais verdades que todos estes demais livros juntos. Ajuntem, se possível, todos os melhores pensamentos da literatura antiga e moderna, retirem o imprestável, ponham toda a verdade escolhida em um só volume, e verão que jamais substituirá a Bíblia. Há mais verdades na bíblia do que todos os livros produzidos pelos homens durante todos os séculos até hoje. A Bíblia só contém verdade. Se há mentiras, não são dela, apenas foram nela registrada. Ao passo que os demais livros contêm verdades misturadas com mentira ou erro. Reconhecemos que há jóias preciosas nos livros dos homens, mas é como disse certa vez Joseph Cook: “São Jóias preciosas nos livros dos homens, especialmente os filósofos, com os da Bíblia. De fato, seus ensinos contêm jóias de real valor, mas esta jóia quer saibam eles quer não, são jóias roubadas, e do livro que eles ridicularizam”. Jesus mesmo declarou que a bíblia é a verdade (João 17:17). A bíblia é chamada de “...livro da verdade...” (Daniel 10:21).

 

2 – Sua Imparcialidade         

 

Se a Bíblia fosse um livro criado pelo homem, ela não poria a descoberto às faltas e falhas dele. Os homens jamais produziriam um livro como a Bíblia, que só dá Glória a Deus e mostra toda a fraqueza do homem. (Jó 14; 17,1; Sl. 50,21-22; Sl. 51,5 e 1 Co. 1,19-25). A Bíblia tanto diz que Davi era um homem segundo o coração de Deus (At. 13,22), como também revela seus pecados, como vemos nos livros de Samuel, Reis, Crônicas e Salmos.

É também o caso da embriaguez de Noé, da dissimulação de Abraão, de Ló, da idolatria e luxuria de Salomão.Nada disso está escrito para nossa imitação, mas para nossa admoestação, e para provar a imparcialidade da  Bíblia. Só a Bíblia ensina que o homem está em condições físicas, mentais e morais decadentes e decairá cada vez mais, se deixado só. Os livros humanos ensinam o oposto. Dizem que há no homem uma “Força Residente”, que constantemente procura elevá-lo. Este ensinamento é agradável ao homem, porque o homem adora crer que está se desenvolvendo às suas custas, apesar das milhares de sepulturas que são acrescentadas diariamente aos cemitérios. O homem jamais escreveria um livro como a Bíblia, que põe em relevo as suas fraquezas e defeitos.   

 

3 – Sua Originalidade  

 

Deus é o único que pode ter sido o autor da Bíblia. Porque homens ímpios jamais iriam produzir um livro que sempre os está condenando. Homens justos e piedosos jamais cometeriam o crime de escreveram um livro e, depois, fazerem o mundo crer esse livro é Obra de Deus. E os Judeus, como guardiões da Bíblia, jamais poderiam ser os autores dela, pois ela sempre condena suas transgressões, pondo seus defeitos a descoberto. Também, se eles pudessem mexer nela, teriam apagado todos esses males, idolatrias e rebeliões contra Deus, nela registrados. O próprio apóstolo São Pedro definiu a originalidade da Bíblia, afirmando que nenhuma parte da Bíblia foi produzida por vontade humana, ou escrita por vontade particular de algum escritor. Por exemplo, nenhum monarca exigiu dos escritores sagrados que escrevessem quaisquer que fosse o assunto de seu interesse particular, porque se não só veríamos as virtudes destes monarcas, e não os seus defeitos.

É por isso que Pedro afirmou que nenhuma parte das escrituras é de particular interpretação. O zelo especial de Deus, na preservação, íntegra e completa, dos manuscritos originais para formação de um livro Divino, imparcial, veraz, autêntico e inspirado como a Bíblia, revela a sua INFALIBILIDADE. 

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XVII – SÍMBOLO DA BÍBLIA SAGRADA

 

É com o pincel que o pintor tem destreza. É com o fuzil que o Soldado é perito. Mas é a palavra de Deus que o crente deve manejar bem. Existem vários Símbolos que podem identificar a Palavra de Deus. Vejamos alguns:

 

1.      Fogo: O fogo é um elemento que serve para queimar, purificar, consumir, etc. A Palavra de Deus, como fogo, purifica nossos corações, queima nossos pecados e consome nossas transgressões. (Jr. 23,29).

2.      Martelo: O martelo tem a função de quebrar, espatifar a rocha e muitas outras utilidades. A Palavra de Deus como martelo esmiúça e quebra o nosso coração de pedra, e assim somos quebrantados por Deus (Jr. 23,29).

3.      Espelho: O espelho serve para avaliarmos nossa aparência e vermos nossos defeitos. A Palavra de Deus como Espelho reflete a Glória de Deus e a nossa pecaminosidade (2 Co. 3,18; Tg.1,25).

4.      Água: Nossa vida não pode funcionar sem água, por sua vital importância. A Bíblia é comparada com a água da vida que mata nossa sede espiritual. E, assim como somos banhados todos os dias pela água, somos também lavados pela palavra (Ef. 5,26; Jo.4,14).

5.      Espada do Espírito: Desnuda os pensamentos dos corações humanos, e com ela golpeamos o inimigo (Ef.6,17 e Hb.4,12). É a arma do Cristão.

6.      Comida: Assim como necessitamos de alimento para o nosso corpo físico, igualmente o nosso ser espiritual viverá de toda a palavra, que procede de Deus. (Jr.15,16).

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XVIII – ALGUNS MÉTODOS DE ESTUDO DA BÍBLIA

 

A Bíblia contém vasto conteúdo de fatores históricos, doutrinários, biográficos, proféticos, éticos, etc. A sua mensagem tem padrão para todas as épocas, e sua forma de revelação ao homem tem como base o Espírito Santo, que o orienta e torna o texto compreensível, e apresenta os maravilhosos propósitos de Deus para o homem. E, estudando a Bíbliologia, que é a disciplina que estuda a Bíblia, sob seus aspectos e observações gerais, ela fornece também ao leitor alguns princípios que ajudam a interpretar os textos sagrados. Estes princípios exigem estudo serio e metódico da Palavra de Deus. E o leitor bíblico assim evita a interpretação errônea da Palavra de Deus. Não apresentamos o assunto de forma aqui, neste capitulo, pois temos a disciplina hermenêutica, que trata cuidadosamente acerca da interpretação bíblica.

 

1 – Princípios para a Interpretação de um Texto Bíblico

 

O ponto inicial da interpretação é ler o texto cuidadosamente, ou várias vezes, a fim de descobrir o que realmente o texto diz. Sendo que, deve fazer uma análise no sentido usual e formal das palavras contidas do texto. Isto é, devemos considerar se a palavra é de uso diário, isto é, o que ela significa para nós. A segunda maneira de entendermos o texto é entender a frase toda e qual o sentido que ela indica; seu tempo, aspectos geográficos, costumes, fatores éticos, morais, sociais políticos etc. E, depois, fazer a aplicação da seguinte forma: Para quem foi destinado o texto; O que entendemos sobre o texto; e quando ele pode ser aplicado em nossa vida.

 

2 – Método Biográfico

 

Este método consiste em estudar a vida dos personagens bíblicos, suas obras, seu caráter, e tudo que suas experiências proporcionam para nossa vida. A utilização deste método revela que podemos agir como estes personagens agiram no texto bíblico. Enfim, podemos acrescentar a nossa fé através das experiências demonstradas nas biografias desses personagens.

 

3 – Método de Tópicos

 

O método de tópicos tem por finalidade estudar a Bíblia por assuntos em profundidade, revelando o modo digno interpretativo do texto quanto à sua utilização para nossa vida. O aspecto fundamental deste método apresenta a literal, o estudo das palavras e das frases que aparecem na bíblia. E a forma analógica,l que estuda as idéias do texto como um todo.

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XIX – ALGUMAS FRASES NOTÁVEIS A RESPEITO DA BÍBLIA.

 

Alguns homens, que se destacam na história, revelaram seus tratamentos com as Sagradas Escrituras; vejam o que disseram:

 

“Creio que a bíblia é o melhor presente que Deus já deu ao homem. Todo o bem, da parte do Salvador do mundo, nos é transmitido mediante este livro”.  Abrahão Lincoln

  

“Impossível é governar bem o mundo sem Deus e sem a Bíblia”.  George Washington

 

“A Bíblia não é um simples livro, senão uma Criatura Vivente, dotada de uma força que vence a quantos se lhe opõem”.  Napoleão Bonaparte

 

“Dos grandes homens do mundo, meus contemporâneos, tenho conhecido noventa e cinco, destes, oitenta e sete foram seguidores da Bíblia. A Bíblia assinala-se por uma peculiaridade de Origens. Uma distância imensurável separa-a de todos os outros livros”. W. E. Gladstone

 

“Qualquer que seja o mérito de alguma coisa escrita por mim, deve-se tão só ao fato de que, quando eu era menino, minha mãe lia todos os dias para mim um trecho da Bíblia, e cada dia fazia-me decorar uma parte dessa leitura”. John Ruskin

 

“O grandioso velho Livro ainda permanece; e este mundo velho, quanto mais tiver suas folhas volvidas e examinadas com atenção, tanto mais apoiará e ilustrará as paginas da Palavra Sagrada”. Charles A. Dana

 

“Há mais indícios seguros de autenticidade na  Bíblia do que em qualquer história profana”. Sir Isaac Newton

 

“A existência da Bíblia, como livro para o povo, é o maior benefício que a raça humana já experimentou. Todo esforço por depreciá-la é um crime contra a humanidade”. Immanuel Kant

 

“A Bíblia tem sido a Carta Magna dos pobres e oprimidos. A raça humana não está em condições de dispensá-la”. Thomas Huxley 

 

“Em todas as minhas perplexidades e angústias, a Bíblia nunca deixou de me fornecer luz e vigor”. Robert E. Lee

 

Todas as descobertas humanas parecem ter sido feitas com o propósito único de confirmar cada vez mais fortemente as verdades contidas nas Sagradas Escrituras”. Sir William Herschel 

 

“Este livro dá a razão da supremacia da Inglaterra”. Rainha Vitória

 

“Tão grande é a minha veneração pela Bíblia que, quanto mais cedo meus filhos começam a lê-la, tanto mais confiado espero que eles serão cidadãos úteis à pátria e membros respeitáveis da sociedade. há muitos anos que adoto o costume de ler a Bíblia toda, uma vez por ano”. John Quincy Adams

 

“A Bíblia é o livro de todos os séculos, de todos os povos e de todas as idades”. César Cantu

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XX – CARACTERÍSTICAS DAS ESCRITURAS: SUFICIÊNCIA

 

a)      Definição de Suficiência das Escrituras

 

Podemos definir assim suficiência das Escrituras: dizer que as Escrituras são suficientes significa dizer que a Bíblia contém todas as palavras divinas que Deus quis dar ao seu povo em cada estágio da história da redenção e que hoje contém todas as palavras de Deus que precisamos para a Salvação, para que, de maneira perfeita, nele possamos confiar e a ele obedecer.

Essa definição enfatiza que só nas Escrituras devemos procurar as palavras de Deus para nós. Também nos lembra de que Deus considera que o que ele nos disse na bíblia é suficiente para nós e que devemos nos alegrar na grande revelação que nos deu contentando-nos com ela.

Encontramos explicações e apoio bíblico significativo para essa doutrina nas palavras de Paulo a Timóteo: “E desde a infância conheces as Sagradas Escrituras e sabes que elas têm o condão de te proporcionar a sabedoria que conduz à salvação, pela fé em Jesus Cristo”.(2 Tm. 3,15). O contexto nos mostra que as “sagradas escrituras” aqui significam as palavras da bíblia (2Tm. 3,16). Isso é uma indicação de que as palavras de Deus que temos nas Escrituras são todas as palavras divinas que precisamos para a salvação: essas palavras podem nos tornar sábios “para a salvação”. Isso se confirma por outras passagens que falam sobre as palavras das Escrituras como meio que Deus emprega para nos conduzir à salvação (Tg. 1,18; 1Pe. 1,23).

Outras passagens indicam que a bíblia é suficiente para nos equipar para viver a vida cristã. Novamente Paulo escreve a Timóteo: “Toda a Escritura é inspirada por Deus, e útil para ensinar, para repreender, para corrigir e para formar na justiça. Por ela, o homem de Deus se torna perfeito, capacitado para toda boa obra”. (2 Tm. 3,16-17).

Aqui Paulo mostra que um dos fins para os quais Deus determinou a composição da bíblia é nos instruir, para que sejamos habilitados “para toda boa obra”. Se há alguma “boa obra” que Deus quer que o cristão realize, essa passagem indica que Deus já providenciou na sua Palavra, meios para instruir nela o crente. Assim, não há “boa obra” que Deus quer que façamos além daquelas ensinadas em algum trecho das Escrituras, pois elas podem nos habilitar para toda boa obra.

Ensinamento semelhante encontrará no salmo 119: “Bem-aventurados os irrepreensíveis no seu caminho, que andam na lei do Senhor” (v.1). Esse versículo revela uma equivalência entre ser “irrepreensível” e “andar na lei do Senhor”: os que são irrepreensíveis andam na lei do Senhor. Aqui novamente há uma indicação de que tudo o que Deus exige de nós está registrado na sua Palavra escrita: fazer simplesmente tudo o que a Bíblia nos ordena é ser irrepreensível aos olhos de Deus.

Então, que devemos fazer além do que Deus nos ordena nas escrituras, para sermos moralmente perfeitos aos olhos dele? Nada! Absolutamente nada! Se simplesmente observamos as palavras das Escrituras seremos “irrepreensíveis” e estaremos fazendo “toda boa obra” que Deus espera de nós.    

 

b)     Podemos encontrar tudo o que Deus disse sobre Temas Específicos e também respostas às Nossas Perguntas

 

Logicamente, temos consciência de que jamais obedeceremos perfeitamente a todas as palavras das Escrituras nesta vida (Tg. 3,2; 1Jo. 1,8-10; e o capitulo 24 abaixo). Portanto, de início pode não parecer muito significativo dizer que tudo o que temos de fazer é o que Deus nos ordena na Bíblia, pois de qualquer modo jamais sermos capazes de obedecer-lhe plenamente nesta vida. Mas a verdade da suficiência das Escrituras é de grande importância para nossa vida cristã, pois nos permite concentrar a busca das palavras de Deus para nós somente na bíblia, poupando-nos a infindável tarefa de vasculhar todos os textos de cristãos ao longo da história, ou todos os ensinamentos da igreja, ou todos os subjetivos sentimentos e impressões que nos vêm à mente no dia-a-dia, para descobrir o que Deus exige de nós. Num sentido bem prático,  significa que podemos chegar a conclusões claras sobre muitos ensinamentos das Escrituras. Por exemplo, embora exija algum esforço, é possível localizar todas as passagens bíblicas diretamente relevantes para as questões do casamento e do divórcio, ou das responsabilidades dos pais para com os filhos, ou do relacionamento entre o cristão e o governo civil.

Essa doutrina significa, além disso, que é possível reunir todas as passagens que diretamente se relacionam com questões doutrinárias como a expiação, ou a pessoa de Cristo, ou a obra do Espírito Santo na vida do crente hoje. Nessas e em centenas de outras questões morais e doutrinárias, o ensino bíblico sobre a suficiência das Escrituras nos dá confiança de que sermos capazes de encontrar aquilo que Deus exige que pensemos ou façamos nessas situações. Em muitas dessas circunstâncias podemos alcançar a confiança de que, juntamente com a vasta maioria da igreja ao longo da história, encontramos e formulamos corretamente o que Deus quer que pensemos ou façamos. Simplificando, a doutrina da suficiência das Escrituras nos diz que é possível estudar teologia sistemática e ética e assim encontrar respostas para as nossas dúvidas.

Nesse ponto divergimos dos teólogos católicos romanos, que diriam que descobrimos o que Deus nos diz sobre qualquer tema específico somente quando estudamos também o ensino oficial da igreja ao longo da história. Responderíamos que, embora a historia da igreja talvez nos ajude a compreender o que Deus nos diz na Bíblia, jamais na historia da igreja Deus fez acréscimos aos ensinamentos ou aos mandamentos das Escrituras; jamais, durante toda a história da igreja e fora das Escrituras, Deus acrescentou algo que ele exige que creiamos ou façamos. As Escrituras são suficientes para nos habilitar para “toda boa obra”, e andar nos caminhos bíblicos é ser “irrepreensível” aos olhos de Deus.

Nesse  ponto também divergimos de teólogos não evangélicos, que não estão convencidos de que a Bíblia é a palavra de Deus num sentido único ou absolutamente autorizado e que, portanto, examinariam não só a Bíblia mas também muitos outros textos cristãos primitivos na tentativa de encontrar não exatamente o que Deus disse à humanidade mas sim o que muitos cristãos de épocas anteriores vivenciaram no seu relacionamento com Deus. Eles não esperariam chegar a uma conclusão singular, unificada, sobre o que Deus quer que pensemos ou façamos com respeito a qualquer qustão específica, mas descobrir uma variedade de opiniões e pontos de vista aglutinados em torno de algumas idéias principais unificadoras. Todos os pontos de vista defendidos pelos primeiros cristãos de quaisquer das igrejas primitivas seriam então opiniões potencialmente válidas também para os cristãos de hoje. A isso responderíamos que nossa busca de respostas a questões teológicas e éticas não é a busca daquilo que vários crentes pensaram no decorrer da história da igreja, mas uma investigação que visa a encontrar e compreender o que o próprio Deus nos diz nas suas palavras, que se encontram nas Escrituras e somente nas Escrituras.          

     

c)      O volume de Escrituras dado foi suficiente em cada estágio da História da Redenção

A doutrina da suficiência das Escrituras não implica que Deus não pode acrescentar mais palavras àquelas que ele já falou ao seu povo. Implica, sim, que o homem não pode, por conta própria, acrescentar nenhuma palavra àquelas que Deus já falou. Além disso, implica que na verdade Deus não falou à humanidade outras palavras que ele exige que creiamos ou observamos além daquelas que temos hoje na Bíblia.  

Esse ponto é importante, pois nos ajuda a compreender por que Deus pôde dizer ao seu povo que suas palavras lhe eram suficientes em muitos momentos diferentes da história da redenção e por que assim mesmo pôde fazer acréscimos a essas palavras mais tarde. Por exemplo, em Deuteronômio 29,29, Moisés afirma: “As coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus, porém as reveladas nos pertencem, a nós e a nossos filhos, para sempre, para que cumpramos todas as palavras desta lei”.

Esse versículo nos lembra que Deus sempre tomou a iniciativa de nos revelar as coisas. Ele é quem decidiu o que revelar e o que não revelar. Em cada estágio da história da redenção, as coisas que Deus revelara antes eram para o seu povo daquela época, e eles deveriam estudar, crer e acatar essas coisas. Com o avanço da história da redenção, mais palavras de Deus foram sendo acrescentadas, registrando e interpretando essa história.

Por conseguinte, no tempo da morte de Moisés, os primeiros cinco livros do nosso Antigo Testamento eram suficientes para o povo de Deus da época. Mas Deus ordenou que autores posteriores acrescentassem novos ensinos, para que as Escrituras fossem também suficientes para os crentes de época posteriores. Para os cristãos de hoje, as palavras de Deus que temos no Antigo e no Novo Testamento nos são suficientes durante a era da igreja. Depois da morte, ressurreição e ascensão de Cristo, da fundação da igreja primitiva segundo os registros do Novo Testamento e da reunião dos livros do cânon do Novo Testamento, não ocorreram na história ações divinas redentoras importantes (ações que tenham relevância direta para todo o povo de Deus e para todo o tempo subseqüente), e, portanto não recebemos novas palavras de Deus que registrassem e interpretassem esses atos para nós.

Isso significa que podemos citar textos bíblicos de qualquer ponto do cânon para demonstrar que o principio da suficiência da revelação de Deus para o seu povo em cada época especifica permaneceu o mesmo. Nesse sentido, estes versículos que falam sobre a suficiência das Escrituras em períodos anteriores são diretamente aplicáveis também a nós hoje, ainda que a extensão da bíblia a que se referem seja maior na nossa situação do que na situação original. Os seguintes textos bíblicos assim se aplicam também a nós: “Nada acrescentareis à palavra que vos mando, nem diminuireis dela, para que guardeis os mandamentos do Senhor, vosso Deus, que eu vos mando” (Dt. 4,2); “Tudo o que eu te ordeno observarás; nada lhe acrescentarás, nem diminuirás” (Dt. 12,32); “Toda palavra de Deus é pura; ele é escudo para os que nele confiam. Nada acrescentes às suas palavras, para que não te repreenda, e sejas achado mentiroso” (Pv. 30,5-6).

Eu, a todo aquele que ouve as palavras da profecia deste livro, testifico: “Se alguém lhes fizer qualquer acréscimo, Deus lhe acrescentará os flagelos escritos neste livro; e, se alguém tirar qualquer coisa das palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte da árvore da vida, da cidade santa e das coisas que se acham escritas neste livro” (Ap. 22,18-19).  

 

d)     Aplicação práticas da suficiência das Escrituras

 

A doutrina da suficiência da Escrituras tem várias aplicações práticas na vida cristã. A seguinte lista se pretende ser útil, mas não exaustiva.

1 – A suficiência das Escrituras deve-nos incentivar a tentar descobrir aquilo que Deus quer que pensemos (sobre uma questão doutrinária especifica) e façamos (numa dada situação). Devemos nos convencer de que tudo o que Deus quer nos dizer sobre essa questão se encontrada nas Escrituras. Isso  não significa que a Bíblia responde a todas as dúvidas que possamos conceber, pois “as coisas encobertas pertencem ao Senhor, nosso Deus” (Dt. 29,29). Mas significa, sim, que quando enfrentamos um problema de genuína relevância para a nossa vida cristã, podemos folhear as Escrituras com a confiança de que por meio delas Deus nos dará orientação para tal problema.

Logicamente haverá oportunidades em que a resposta encontrada será que as Escrituras não falam diretamente sobre o assunto. (Seria o caso, por exemplo, se tentássemos descobrir nas Escrituras qual a “ordem de culto” a seguir nas manhãs de domingo, ou se é melhor ajoelhar ou talvez ficar de pé para orar, ou a que horas devemos fazer as refeições durante o dia, etc.). Nesses casos, podemos concluir que Deus não demanda que pensemos ou ajamos de alguma maneira determinada (exceto, talvez, em termos de princípios mais gerais relativos às nossas atitudes e metas). Mas em muitos outros casos encontraremos orientações clara e direta do Senhor que nos habilite para “toda boa obra” (2 Tm. 3,17).

Ao longo da vida, a prática freqüente da busca de orientações nas Escrituras resultará numa crescente capacidade de encontrar respostas precisas e cuidadosamente formuladas para os nossos problemas e dúvidas. O crescimento contínuo na compreensão das Escrituras, assim, implicará também o desenvolvimento da faculdade de compreender corretamente os ensinos da Bíblia, aplicando-os a questões especificas.

2 – A suficiência das Escrituras nos lembra de que não devemos acrescentar nada à Bíblia nem equiparar algum outro escrito à Bíblia. Esse princípio é violado por quase todas as seitas. Os mórmons, por exemplo, afirmam crer na Bíblia, mas também reclamam autoridade divina para O Livro de Mórmom. Os seguidores da Ciência Cristã, igualmente, afirmam crer na Bíblia, mas na prática equiparam às Escrituras o livro Science and Health With a Key to the Scriptures [Ciência e saúde com uma chave para as Escrituras], de Mary Baker Eddy, ou o colocam até acima da Bíblia em termos de autoridade. Como isso viola a ordem divina de nada acrescentar às suas palavras, não devemos pensar que encontraremos nessas obras mais palavras de Deus para nós. Mesmo nas igrejas cristãs às vezes se comete um erro semelhante quando as pessoas vão além do que as Escrituras dizem, asseverando com grande confiança novas idéias sobre Deus ou sobre o céu, baseando seus ensinamentos não nas Escrituras, mas na sua própria especulação ou mesmo em supostas experiências de morte e retorno à vida.

3 – A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus não exige que creiamos em nada sobre si mesmo ou sobre sua obra redentora que não se encontre na Bíblia. Entre os escritos do templo da igreja primitiva acham-se algumas coleções de supostos dizeres de Jesus não preservados nos evangelhos. É provável que pelo menos alguns dos “dizeres de Jesus” encontrados nesses escritos sejam registros mais ou menos precisos de coisas que Jesus de fato falou (embora hoje nos seja impossível determinar com um grau elevado de probabilidade quais são esses dizeres). Mas pouco importa para nossa vida cristã que jamais leiamos nenhum desse dizeres, pois Deus fez registrar nas Escrituras tudo o que precisamos saber sobre as palavras e os atos de Jesus para que assim nele confiemos e a ele obedeçamos perfeitamente. Embora essas coleções de dizeres tenham de fato algum valor limitado na pesquisa lingüística e talvez no estudo da história da igreja, não têm nenhum valor direto para nós na assimilação daquilo em que devemos acreditar sobre a vida e sobre os ensinos de Cristo, ou na formulação das nossas convicções doutrinárias ou éticas.

4 – A suficiência das Escrituras nos mostra que nenhuma revelação moderna de Deus deve ser equiparada à Bíblia no tocante à autoridade. Em vários momentos ao longo da história, e especialmente no moderno movimento carismático, muitas pessoas já afirmaram que Deus transmitiu revelações por meio delas para beneficio da igreja. Seja como for que avaliemos essas alegações, precisamos tomar o cuidado de jamais permitir (na teoria ou na prática) a equiparação dessas revelações às Escrituras. Precisamos insistir em Deus não exige de nós que creiamos em nada sobre ele ou sua obra no mundo que esteja contido nessas revelações, mas não nas Escrituras. E precisamos insistir em que Deus não exige que obedeçamos a nenhuma regra moral que nos venha por tais meios sem que haja confirmação bíblica. A bíblia contém tudo o que precisamos que Deus diga para ele confiar e a ele obedecer perfeitamente.

É também preciso observar nesse ponto que sempre que houve desafios à suficiência das Escrituras, na forma de outros documentos equiparados à bíblia (quer da literatura cristã extrabíblica do século I, quer dos ensinamentos acumulados da Igreja Católica Romana, quer dos livros de seitas diversas, como O Livro Mórmom), disso resultou invariavelmente: (1) a redução da importância dos ensinos da própria Bíblia e (2) o início do ensino de algumas coisas contrárias às Escrituras. Esse é um perigo ao qual a igreja deve estar constantemente alerta.

5 -  Com respeito à vida cristã, a suficiência das Escrituras nos lembra de que não existe pecado que não seja proibido pelas Escrituras, quer explícita quer implicitamente. Andar na lei do Senhor é ser “irrepreensível” (Sl. 119,1). Portanto, não devemos acrescentar proibições àquelas já afirmadas nas Escrituras. De tempos em tempos podem surgir situações em que seja errado,  por exemplo, que um cristão beba café ou Coca-cola, ou assista a um filme no cinema, ou coma carne oferecida a ídolos (1Co. 8-10), mas a menos que se possa provar que algum ensino específico ou algum princípio bíblico geral proíba tais coisas (ou quaisquer outras atividades) a todos os crentes de todos os tempos, devemos insistir em que essas atividades não são em si pecaminosas nem estão em todas as situações proibidas por Deus ao seu povo.

Esse também é um princípio importante, porque entre os crentes sempre existe a tendência de começar a negligenciar o estudo regular e cotidiano das Escrituras em busca de orientação, passando a viver segundo um conjunto de regras escritas ou não (ou tradições denominais) relativas àquilo que o cristão deve ou não fazer.

Além do mais, sempre que fazemos acréscimos à lista de pecados proibidos pelas próprias Escrituras, a igreja e os crentes saem prejudicados. O Espírito Santo não encorajará obediência a regras que não tenham a aprovação de Deus pelas Escrituras, tampouco os crestes em geral terão prazer em obedecer a ordens que não estejam de acordo com as leis de Deus gravados no coração de cada um deles. Em alguns casos, os cristãos podem repetidos e sinceramente rogar a Deus “vitória” sobre supostos pecados que na verdade não são definitivamente pecados, e assim vitória nenhuma virá, pois a atitude ou o ato em questão não é de fato pecado nem desagrada a Deus. Conseqüentemente, poderá haver grande desânimo na oração e frustração na vida cristã em geral.

Em outros casos, resultará desobediência continuada e mesmo crescente a esses novos “pecados”, juntamente com um falso sentimento de culpa e um conseqüente afastamento de Deus. Muitas vezes surge uma insistência cada vez mais intolerante e legalista nessas novas regras da parte daqueles que realmente as seguem, provocando o desaparecimento da genuína fraternidade entre os crestes da igreja. A evangelização muitas vezes se verá sufocada, pois a proclamação tácita do evangelho que vem da vida dos crentes parecerá pelo menos (para os de fora) incluir a exigência adicional de que o cristão se enquadre nesse modelo uniforme de vida para tornar-se membro do corpo de Cristo.

Um claro exemplo de tal acréscimo aos mandamentos das Escrituras encontra-se na oposição da Igreja Católica Romana aos métodos “artificiais” de controle de natalidade, política que não encontra apoio válido na Bíblia. O resultado tem sido ampla desobediência, alienação e falsa culpa. Porém, tal é a propensão da natureza humana para criar essas regras que outros exemplos podem provavelmente ser encontrados nas tradições escritas ou não de quase todas as denominações.

6 – A suficiência das Escrituras também nos diz que Deus nada exige de nós que não esteja determinado explícita ou implicitamente nas Escrituras. Isso nos lembra que nossa busca da vontade de Deus deve-se concentrar nas Escrituras, ou seja, não devemos busca orientação pelas orações que peçam alteração das circunstâncias ou dos sentimentos, ou ainda orientação direta do Espírito Santo fora das Escrituras. Também significa que se alguém alega ter recebido uma mensagem de Deus que nos diga o que devemos fazer, jamais precisamos supor que é pecado desobedecer a essa mensagem a menos que possa ser confirmada pela aplicação da própria bíblia à nossa situação.

A descoberta dessa grande verdade pode trazer tremenda alegria e paz à vidas de milhares de cristãos que, passando incontáveis horas em busca da vontade de Deus fora das Escrituras, ficam muitas fezes inseguros sobre se a encontraram ou não. Na verdade, muitos cristãos de hoje têm bem pouca confiança na sua capacidade de descobrir a vontade de Deus com algum grau de certeza. Assim, verifica-se que os crentes pouco se esforçam por fazer a vontade de Deus (pois quem pode conhecê-la?) e pouco crescem em santidade perante Deus.

O contrário também deve ser necessariamente verdadeiro. Os cristãos que se convencem da suficiência das Escrituras começam avidamente a buscar e encontrar a vontade de Deus na bíblia, e assim estão sempre zelosa e regularmente crescendo na obediência a Deus, encontrando mais liberdade e paz na vida cristã. Então podem dizer com o salmista: “Assim observarei de contínuo a tua lei para sempre e eternamente. E andarei em liberdade; pois busco os teus preceitos... Muita paz têm os que amam a tua lei, e para eles não há tropeço”. (Sl. 119,44-45,165).

7 – A suficiência das Escrituras nos lembra de que no nosso ensino doutrinário e ético devemos enfatizar o que a bíblia enfatiza e nos contentar com aquilo que Deus nos disse nas Escrituras. Existem alguns temas sobre os quais Deus pouco ou nada nos falou na bíblia. É preciso lembrar que “As coisas encobertas pertencem ao Senhor nosso Deus...” (Dt. 29,29) e que Deus nos revelou nas Escrituras exatamente o que julgou correto para nós. Precisamos aceitar isso e nunca pensar que a bíblia é menos do que deveria ser, ou passar a desejar que Deus nos tivesse dado muito mais informações acerca de temas sobre os quais há bem poucas referências bíblicas. Logicamente, surgirão algumas situações em que nos deveremos diante de um problema especifico que exija extrema atenção, bem maior do que a ênfase que tal problema recebeu no ensino bíblico. Mas tais situações serão relativamente pouco freqüentes e não representarão o curso normal de nossa vida e ministério.

É característico de muitas seitas enfatizar trechos ou ensinamentos obscuros das Escrituras (basta pensar na ênfase dos mórmons no batismo por causa dos mortos, assunto mencionado somente em um versículo da bíblia (1Co. 15,29), numa frase cujo significado exato é aparentemente impossível de ser determinado hoje com segurança). Mas erro semelhante foi cometido por toda uma geração de estudiosos liberais do Novo Testamento no início deste século, gente que dedicou a maior parte da sua vida acadêmica à fútil busca das fontes que estariam “por trás” das atuais narrativas dos evangelhos ou em busca das “autenticas” palavras de Jesus.

Infelizmente, comportamento semelhante muitas vezes se verificou entre os evangelhos de várias denominações. As questões doutrinárias que dividiram as denominações protestantes evangélicas uma das outras quase sempre foram questiúnculas a que a bíblia dá relativamente pouco destaque, questões nas quais nossa conclusão pode ser tirada só a partir de engenhosas deduções e não simplesmente de declarações bíblicas diretas. Por exemplo, divergências persistentes entre as denominações nasceram ou se mantiveram com base na discussão da forma “correta” de governo da igreja, da exata natureza da presença de Cristo na Ceia do Senhor, da exata seqüência dos eventos que envolvem a volta de Cristo, das categorias de pessoas que devem ser admitidas à Ceia do Senhor, da maneira como Deus planejou que os méritos da morte de Cristo sejam distribuídos aos crentes e não aos incrédulos, das pessoas que devem ser submetidas ao batismo, da correta compreensão do “batismo do Espírito Santo” e por aí afora.  

Não devemos dizer que essas questões são destituídas de importância, nem devemos dizer que as Escrituras não dão solução para nenhuma delas. Entretanto, como todos esses temas recebem relativamente pouca ênfase direta nas Escrituras, é irônico e trágico que lideres denominacionais empenhem com tamanha freqüência boa parte da vida exatamente na defesa de pontos doutrinários menores, que distingam as suas denominações das outras. Será que esse empenho é realmente motivado pelo desejo de dar unidade de entendimento à igreja, ou será que nasce em certa medida do orgulho humano, do desejo de deter poder sobre os outros e da tentativa de autojustificação, que é desagradável a Deus e em última análise pouco edificante para a igreja?

 

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CONCLUSÃO

 

“A Bíblia recentemente foi divulgada pelo “Guiness Book”, conhecido como o “Livro dos Recordes”, na página 190, Edição de 1995, como o livro mais vendido do mundo. E afirma ainda que, entre 1815 e 1975, foram vendidas aproximadamente 2.500.000.000,00 (Dois bilhões e quinhentos milhões) de bíblias, traduzidas para 2062 idiomas. O Guiness Book se comporta com humildade ao afirmar que ele, (O Guiness Book), é o maior “Best seller” do mundo, “Depois da Bíblia”. Isto mostra como a bíblia é tão superior aos demais livros. Sendo isto reconhecido até pelos seus adversários. Todos os livros que surgirem, fazendo sucesso, terão que se contentar com o segundo lugar. Porque, o primeiro lugar já tem um eterno dono: A bíblia.

O próprio Guiness Book, e outras grandes enciclopédias, sempre precisam ser atualizados; a Bíblia é um livro sempre atualizado e Inesgotável. Tem mensagem para ontem, tem mensagem para hoje e tem mensagem para amanhã. E, para encerrar esta matéria, eu fico com as palavras do Dr. Payson: “Quem destruísse este livro, como já tentaram fazer os inimigos da felicidade humana, nos deixaria profundamente desconhecedores do Criador, da criação do mundo que habitamos, da origem e dos progenitores da raça, como também do nosso futuro destino, e nos subordinaria para sempre ao domínio do capricho das dúvidas e da concepção visionária. A destruição deste livro nos privaria da religião Cristã, com todos os seus confortos espirituais, esperanças e perspectivas animadoras, e no lugar destes nada nos deixaria a não ser a penumbra tristo da infidelidade e as monstruosas sombras do paganismo. A destruição deste livro despovoaria o Céu, fechando para sempre suas portas contra a miserável posteridade de Adão, restaurando o rei dos aguilhões, enterraria no mesmo túmulo, que recebe os nossos corpos, todos os que antes de nós morreram deixando a nós o triste destino que eles tiveram. Enfim, a destruição deste livro nos roubaria de uma vez tudo quanto evita que nossa existência se torne a maior das maldições, cobriria o Sol, secaria o oceano e removeria a atmosfera do mundo moral, e degradaria o homem, a ponto de ele ter ciúmes da posição dos próprios animais”.

 

 

 

 

 

 

 

 

BIBLIOGRAFIA

 

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OLIVEIRA, Raimundo de. As grandes Doutrinas da Bíblia. Rio de Janeiro: CPAD, 1987.

 

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